Se Mickey Mouse estivesse sentindo o peso da idade aos 86 anos, cientistas encontraram o tonificante perfeito: sangue de ratos jovens.
Ratos jovens ficam mais fortes, se exercitam por mais tempo e têm performances mentais melhores depois de receber injeções de sangue de ratos mais jovens, ou apenas uma substância que é mais abundante no sangue jovem.
Algum dia, se mais pesquisas mostrarem bons resultados, isso pode levar ao tratamento de enfermidades de idosos. Nesse meio tempo, os cientistas têm um aviso para autodidatas.
“Não tente isso em casa”, disse Sail Villeda, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, um dos autores dos três estudos publicados no domingo pelos jornaisNature Medicine e Science.
Ele trabalhou com ratos com idades equivalentes a pessoas na casa dos 20 e dos 60 anos. Os pesquisadores injetaram repetidamente nos ratos mais velhos o sangue dos ratos mais jovens ou de ratos com outras idades. Os que receberam o sangue dos mais jovens apresentaram melhor aprendizagem e memória do que os ratos que receberam sangue de mais velhos. Por exemplo, eles lembravam melhor onde achar uma plataforma submersa em um labirinto.
Villeda disse que os pesquisadores estão tentando entender qual é o diferencial do sangue jovem. Os dois outros estudos, da Universidade de Harvard, focaram em uma substância que é mais abundante no sangue dos ratos mais jovens do que nos mais velhos. Essa proteína, chamada GDF11, também é encontrada no sangue humano e sua concentração também parece diminuir com a idade, diz Amy Wagers, autora dos dois estudos.
Em média, os ratos idosos que receberam injeção da proteína apresentaram mais força e resistência na esteira do que os que não receberam. Os cientistas de Harvard também descobriram que expor os ratos mais velhos ao sangue dos mais novos produzia mais fluxo sanguíneo nas veias e no cérebro.
Injeções de GDF11 têm um efeito similar. Lee Rubin, um dos autores, disse que esses resultados sugerem que a continuidade do trabalho pode levar a uma forma de tratamento de doenças mentais relacionadas ao envelhecimento e talvez demência em seres humanos.
Wager e Villeda dizem que não está claro se GDF11 explica o resultado do estudo de Villeda. Wagers diz suspeitar que outras substâncias do sangue podem ajudar animais que estão envelhecendo.