quinta-feira, 30 de abril de 2015

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Você acha um absurdo atribuir status moral aos animais? Se prepara, está chegando a vez das plantas! por Marta Luciane Fischer

"Segundo neurobiólogos as plantas podem ser consideradas seres conscientes no sentido de saberem onde estão e reagirem adequadamente aos estímulos ambientais. Correntes éticas biocêntricas defendem que devemos respeitar os seres vivos não porque possuem estruturas nervosas e sensoriais complexas, pelo seu grau de consciência, nem pelo valor ou utilidade que possuem para os humanos. Mas sim por serem seres vivos e terem o direito de viver sua existência no planeta que compartilhamos", ecreve Marta Fischer, bióloga, doutora em Zoologia, coordenadora do Ceua-PUCPR e professora titular do mestrado em Bioética da PUCPR, em artigo publicado pelo portal EcoDebate, 10-04-2015.
Eis o artigo.
Está sendo divulgado nos sites de ciência e nas redes sociais a polêmica visão de Michael Pollan – jornalista, ativista americano e professor em Berkeley – de como as plantas percebem o mundo. É notório que os ecossistemas são mantidos através da inter-relação entre as espécies e destas com o meio. Dentro deste contexto surgiu o Homo sapiens. Segundo Desmond Morris, um influente biólogo e etólogo, os seres vivos possuíam desde sua origem um tipo de contrato, em que as espécies deveriam respeitar o espaço de cada uma.
Embora os seres humanos tenham feito parte desse contrato por quase 200 mil anos, há pouco mais de 12 mil o mesmo foi quebrado com o advento da agricultura, dominação sobre as outras espécies e explosão populacional. Desde então, os humanos vêm utilizando plantas e animais para suprir necessidades.
A partir do momento em que a humanidade passou a conceituar seus valores e categorizar seus comportamentos como certos ou errados, a consciência da dor física e mental foi considerada parâmetro de atribuição de status moral.
Durante muitos séculos não se reconheceu essa capacidade nos animais. Mas pesquisadores têm comprovado que animais possuem um tipo elementar de consciência suficiente para sua inclusão na comunidade moral. Não demorou muito e a ciência já está conseguindo mostrar que as plantas também possuem inteligência e capacidade de sentir, aprender, lembrar e reagir de maneira semelhante a nós.
Essa ideia na verdade não é nova. Há mais de 40 anos no livro “A Vida Secreta das Plantas”, Peter Tompkins eChistropher Bird mostraram que a comunicação entre as células das plantas se dá através de impulsos elétricos. Estudos atuais mostram que as plantas podem reagir ao som de uma lagarta roendo uma folha, podem detectar gravidade, presença de água e perceber um obstáculo para o crescimento de suas raízes antes mesmo de entrar em contato com ele.
O fato mais polêmico é a possibilidade das plantas sentirem dor, atestada pelo fato delas responderem a anestésico. Pesquisadores alemães da Universidade de Bonn publicaram que as plantas libertam gases equivalentes a gritos de dor, constatados na captação de ondas sonoras originárias de gases liberados quando cortadas.
Segundo neurobiólogos as plantas podem ser consideradas seres conscientes no sentido de saberem onde estão e reagirem adequadamente aos estímulos ambientais. Correntes éticas biocêntricas defendem que devemos respeitar os seres vivos não porque possuem estruturas nervosas e sensoriais complexas, pelo seu grau de consciência, nem pelo valor ou utilidade que possuem para os humanos. Mas sim por serem seres vivos e terem o direito de viver sua existência no planeta que compartilhamos.
Entretanto, a sociedade se apoia em parâmetros científicos, então estamos entrando em um momento que exigirá novas reflexões sobre nossas atitudes não apenas com relação aos animais, mas a natureza como um todo, compreendendo que nossas escolhas têm resultado em benefícios apenas para nós e que devemos buscar o equilíbrio.
Se antes proteger a natureza para que todos os seres vivos desta e de futuras gerações tivessem o mesmo direito de usufruir um planeta saudável era uma questão subjetiva, agora com a comprovação de que as plantas também sentem, elas passam a se enquadrar nos parâmetros criados pelo homem justamente para se diferenciar da natureza. E agora? O que é certo ou errado?
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/541647-voce-acha-um-absurdo-atribuir-status-moral-aos-animais-se-prepara-esta-chegando-a-vez-das-plantas-por-marta-luciane-fischer
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Aquecimento em oceanos pode ter efeitos imprevisíveis para a Terra

A elevação de temperatura nos oceanos poderá influenciar no processo de fixação de nitrogênio em corais. A conclusão é do estudo que acaba de ser publicado no “The ISME Journal”, do grupo “Nature”, que investigou os efeitos do aquecimento sobre as bactérias que vivem em associação com o coral Mussismilia harttii e que são capazes de fixar esse componente essencial para a vida. Ele foi realizado no mesocosmo marinho do Projeto Coral Vivo – um sistema experimental alimentado constantemente pela água do mar com equipamentos que permitem simular as projeções doIPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), da ONU, para as próximas décadas.
A reportagem foi publicada pelo portal Coral Vivo, 27-04-2015.
“Percebemos que a comunidade microbiana que fixa o nitrogênio ficou aumentada e a diversidade alterada consideravelmente com os tratamentos elevados a +2º C e +4,5º C. Isso é um alerta vermelho sobre o nitrogênio nos oceanos. Esse estudo com corais aponta que a diversidade e a quantidade de microrganismos com funções essenciais para o planeta poderá ser modificada, com consequências imprevisíveis para os ciclos biogeoquímicos ao longo do tempo”, observa Raquel Peixoto, coordenadora da pesquisa e professora do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes da UFRJ. O estudo faz parte da Rede de Pesquisas Coral Vivo, que é patrocinada pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e copatrocinada pelo Arraial d’Ajuda Eco Parque.
O experimento nos tanques foi feito durante 21 dias, após 15 dias de aclimatação e, em seguida, eles foram avaliados em laboratório. Alterações da diversidade da microbiota do coral Mussismilia harttii do mar para o experimento também foram consideradas. Do controle para os que passaram pelo aquecimento monitorado dos tanques, houve ainda mais proliferação de microrganismos fixadores de nitrogênio, como algumas cianobactérias. Cabe observar que esse tipo de desenvolvimento costuma ser encontrado também nos casos em que os corais estão doentes, por exemplo. Tudo o que acontece no microambiente está relacionado ao macroambiente. “Para se ter uma ideia da importância do tema, a presença e a atividade da microbiota de corais está relacionada à degradação de DMSP, que é um composto produzido no coral. Quando esse componente é degradado ele vai para a atmosfera em forma de DMS, que está relacionado à formação de nuvens e a manutenção do clima local”, exemplifica a bióloga.
“Escolhemos a espécie Mussismilia harttii, conhecida como coral vela ou coral couve-flor, porque é uma das principais construtoras de recifes brasileiros e cujo gênero só ocorre em águas brasileiras”, justifica o biólogo marinho Clovis Castro, coordenador geral do Projeto Coral Vivo e coordenador executivo do Plano de Ação Nacional para Conservação dos Ambientes Coralíneos (PAN Corais).
Mussismilia harttii – colônia gigante no Recife de Fora – mais de 3 metros de diâmetro. Projeto Coral Vivo
O trabalho fez parte da tese de doutorado do Henrique Fragoso dos Santos, e é o primeiro estudo que verifica o efeito da temperatura sobre as bactérias fixadoras de nitrogênio em recifes de coral. O estudo foi liderado por brasileiros, com o desenvolvimento do sistema experimental mesocosmo, a formulação da pergunta, a execução do experimento, assim como a liderança nas análises e na discussão. Foi realizado com uma colaboração ampla entre os pesquisadores do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Projeto Coral Vivo e do Centro para Estudos Ecológicos e Evolucionários, da Universidade de Groningen, Holanda.
Para o professor Clovis Castro, isso demonstra o potencial do trabalho colaborativo entre pesquisadores de diferentes especialidades sobre um problema concreto com o qual o Brasil se depara. “Estes e outros grupos de pesquisa brasileiros estão desenvolvendo diversos estudos para compreender os efeitos das mudanças climáticas e da qualidade da água, especificamente poluição, sobre os seres recifais. O objetivo é ajudar a compreender o que pode acontecer em diferentes cenários e, eventualmente, ajudar a procurar formas de aumentar a resiliência de nossos recifes frente às alterações esperadas”, conclui Castro.
Nitrogênio é essencial para a vida
Vale lembrar que o nitrogênio é um componente essencial para todos os seres vivos, e é constituinte de proteínas, DNA e do RNA, por exemplo. Contudo, a maior parte desse elemento se encontra na atmosfera, e de forma não assimilável por organismos em geral. Só quem consegue fixar esse nitrogênio atmosférico são alguns procariotos. Resumidamente, eles disponibilizam o nitrogênio fixado na forma de amônia ou nitrato no solo para as plantas, que os transforma em formas orgânicas, como aminoácidos. Os herbívoros consomem essas plantas, os carnívoros consomem os herbívoros e o nitrogênio, desta forma, no resto da cadeia. Esse processo também ocorre no ambiente marinho, onde o nitrogênio é transferido dos procariotos para os animais por meio de algas e plâncton. Recentemente foi descoberto que os fixadores de nitrogênio também beneficiam os corais, por meio desta simbiose específica “Como esses microrganismos são os únicos que conseguem fixar o nitrogênio da atmosfera e disponibilizá-lo para outros organismos, torna-se importante que se estude a dinâmica deles, simulando as mudanças climáticas nos oceanos”, afirma Raquel.
Esse estudo aponta que a alteração de temperatura dos oceanos poderá alterar a relação simbiótica entre os microrganismos fixadores de nitrogênio e os corais. “Essa fixação de nitrogênio ocorre em nível intracelular, onde grande parte deste composto fixado é usado pelas algas zooxantelas – algas que vivem em simbiose com os corais e que são extremamente importantes para a nutrição deles”, explica o biólogo marinho Gustavo Duarte, coordenador executivo do Projeto Coral Vivo, e que participou do estudo.
Entenda o funcionamento do mesocosmo marinho do Coral Vivo
Com o intuito de simular as condições propostas pelo IPCC da ONU, o Projeto Coral Vivo desenvolveu um sistema experimental com 16 tanques que recebem água do mar continuamente, com capacidade de alterar temperatura, acidez ou adicionar poluentes em tempo real. De acordo com o biólogo Gustavo Duarte, esse mesocosmo marinho foi construído de maneira a propiciar maior realismo em comparação às pesquisas experimentais convencionais feitas em laboratório, sem o inconveniente das dificuldades logísticas das pesquisas de campo, como momentos de mar agitado e a impossibilidade do pesquisador permanecer muito tempo sob a água.
“O ponto forte desse mesocosmo marinho é manter muitas das variáveis ambientais encontradas no mar, podendo alterar sua condição e simular impactos, como os de mudanças climáticas e contaminações por poluentes diversos, mantendo o realismo”, explica Duarte. O especialista destaca que eles têm conseguido resultados tão próximos aos do mar que, no experimento de acidificação em 2012, os corais que estavam sendo testados desovaram em pleno experimento. “Com isso, os resultados são mais aplicáveis ao que se espera das mudanças climáticas futuras. Nossos experimentos vêm apresentando resultados significativamente interessantes e claros”, comemora o especialista. O lugar escolhido como base de pesquisas do Coral Vivo é Arraial d’Ajuda, sul da Bahia – uma das regiões mais ricas do país em biodiversidade marinha.




Projeto Coral Vivo
O Coral Vivo faz parte da Rede BIOMAR (Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha), que reúne também os projetosTamarBaleia JubarteGolfinho Rotador e Albatroz. Todos patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil, trabalhando nas áreas de proteção e pesquisa das espécies e dos habitats relacionados. As ações do Coral Vivo são viabilizadas também pelo copatrocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque, e realizadas pela Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN) e pelo Instituto Coral Vivo (ICV). Mais informações na página no Facebook e no sítio.
SEG, 27 DE ABRIL DE 2015 02:05      ACESSOS: 373
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Foto: Reprodução/Flickr/RonaldWoan/CreativeCommons
Lembra do empresário que cortou o próprio salário para dar aumento aos empregados, que mostramos há 10 dias no SóNotíciaBoa? – Releia aqui.
A notícia teve uma repercussão tão boa no mercado, que a empresa dele recebeu uma chuva de novos clientes e de candidatos procurando emprego.
Dan Price, CEO e fundador da Grativy Payment - empresa de processamento de compras com cartão de crédito - propôs reduzir o próprio salário em 90% para acabar com a desigualdade de salários entre seus funcionários. 
Ele quer pagar US$ 70 mil por ano - algo em torno de R$ 18 mil por mês - para seus empregados, que ganham em média US$ 48 mil por ano.
Por outro lado, o salário do chefão, de 1 milhão de dólares, cairá também para 70 mil dólares por ano.
Nessa conta, do total de 120 empregados, cerca de 30 terão o salário dobrado.

A reação
"Tivemos uma enorme manifestação de apoio", disse Price.

A resposta dos atuais clientes têm sido 100% positiva até agora. "Na verdade, estou chocado com a reação das empresas", disse ele.

Price informou que a notícia do reajuste salarial trouxe dezenas de novos clientes, e esta se tornou a melhor semana para novos negócios na história de 11 anos da empresa.

A empresa tem cerca de 15 mil clientes e movimenta cerca de US $ 10 bilhões por ano.
Ele falou que a Gravity terá que melhorar o serviço aos seus novos clientes, para mantê-los.
 
Novas vagas
Com a movimentação, Price quer expandir sua equipe, de 120 pessoas, e vai ter que contratar funcionários.

O anúncio a Gravity mexeu com o mercado. Ele recebeu mais de 3.500 candidatos para duas vagas: uma para representante de vendas e uma para funcionário de apoio.

Isso é muito acima dos 300 a 400 candidatos que geralmente disputam uma posição.

Com informações da CNNMatéria sugerida por Karen Gekker - http://sonoticiaboa.band.uol.com.br/noticia.php?i=6750 

Convite de Marta Gil (Consultoria em

CAROS AMIGOS


Vamos fazer valer o direito de ter acessibilidade em salas de cinema - foco: acessibilidade auditiva e visual

A consulta vai até 8 de julho.

A ANCINE está disposta a ouvir.

Abraços
Marta




SÁBADO, 11 DE ABRIL DE 2015

ANCINE coloca em consulta pública Notícia Regulatória e Relatório de Análise de Impacto sobre acessibilidade visual e auditiva em salas de cinema

A consulta pública da Notícia Regulatória e do Relatório de Análise de Impacto sobre acessibilidade visual e auditiva em salas de cinema contribui para o alcance da meta 29 do PNC. Objetivo é implementar recursos de legendagem descritiva, LIBRAS e audiodescrição nos cinemas. Interessados podem contribuir até 08 de julho.
A ANCINE colocou em Consulta Pública, até o dia 08 de julho, Notícia Regulatória e Relatório de Análise de Impacto – AIR que discutem a implementação de ações para regulamentar a promoção da acessibilidade em salas de cinema, com disponibilização de recursos de legendagem descritiva, LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais e audiodescrição que possibilitem a fruição de conteúdo audiovisual por pessoas com deficiência visual ou auditiva. A ação está prevista na Agenda Regulatória 2015-2016 da Agência e tem correspondência com a diretriz do Plano de Diretrizes e Metas para o Audiovisual que atribui à ANCINE o papel de ampliar e diversificar a oferta de serviços de exibição e facilitar o acesso da população ao cinema.
A elaboração da Notícia Regulatória foi precedida e subsidiada por um Relatório de Análise de Impacto – AIR, elaborado pela Secretaria Executiva, pela Superintendência de Análise de Mercado e pela Superintendência de Desenvolvimento Econômico da ANCINE.
O documento apresenta trechos com tarjas para preservar informações sigilosas cuja divulgação possa ser sensível aos agentes do mercado. A Notícia Regulatória ficará em Consulta Pública recebendo contribuições e opiniões dos agentes econômicos e demais interessados por um período de 90 dias.
Como participar
Para oferecer contribuições na consulta é preciso se cadastrar no Sistema de Consultas Públicas da ANCINE. Dúvidas sobre o funcionamento do sistema devem ser encaminhadas para ouvidoria.responde@ancine.gov.br.
O conteúdo da Notícia Regulatória, assim como o Relatório de Impacto de Análise Regulatória podem ser consultados aqui, sem a necessidade de cadastro.
Regulamentação sobre acessibilidade da produção audiovisual já está em vigor.
Em dezembro de 2014, a ANCINE publicou a Instrução Normativa nº 116, que regulamenta as normas gerais e critérios básicos de acessibilidade que devem ser observados por projetos audiovisuais financiados com recursos públicos.
O documento estabelece que todos os projetos de produção audiovisual financiados com recursos públicos federais geridos pela ANCINE devem contemplar em seus orçamentos serviços de legendagem descritiva, audiodescrição e LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.
Fonte: Ancine

Nova publicação em TURISMO ADAPTADO

Orientações para produção de apresentações com acessibilidade comunicacional

by Ricardo Shimosakai
Intérpretes de língua de sinais bem treinados são importantes para se ter uma boa compreensão do texto ou falaIntérpretes de língua de sinais bem treinados são importantes para se ter uma boa compreensão do texto ou fala
Por Elizabeth Kahn, com adaptação de Francisco Lima
Os intérpretes de Libras são uma acomodação necessária para as pessoas surdas que usam a língua de sinais como um meio de comunicação social. São tradutores necessários em tribunais, hospitais, reuniões e praticamente qualquer situação em que haja uma interação entre pessoas surdas e aqueles que se comunicam apenas por meio da fala oral.
Como a deficiência visual (a cegueira ou a baixa visão) não aparenta ser uma “barreira fundamental à comunicação”, acomodações paralelas não têm, em geral, sido buscadas ou, sequer sido consideradas necessárias para os locais e situações acima mencionados.
Reflita, no entanto, sobre a seguinte situação real: O marido da minha amiga, que é cega e trabalha para uma das maiores empresas de tecnologia e softwares do mundo, rotineiramente participa das reuniões internas e conferências do setor, onde se espera que ele "dê conta de tudo", durante apresentações em PowerPoint e reuniões, em que muitas vezes notebooks inteiros carregados de material são dados como apostilas. Na Q & A, espera-se, também, que ele participe de formações e discussões e reconheça pela voz pessoas com quem ele talvez jamais tenha conversado. Como um bônus, o software proprietário usado na empresa, o que ele deve usar para o trabalho, trava seu leitor de tela.
Apesar disso tudo, ele não fica para traz. Em uma frase: a acessibilidade comunicacional ainda não alcançou o local de trabalho.
Em resposta à falta de informações sobre a acessibilidade comunicacional, é necessária a informação dos gestores públicos e privados sobre a obrigatoriedade legal dessa acomodação, a respeito dos benefícios que o investimento em acessibilidade em geral pode trazer para a empresa e para os trabalhadores com deficiência.
A Língua Brasileira de sinais para os trabalhadores surdos falantes de Libras e a áudio-descrição, para os trabalhadores com deficiência visual (as pessoas cegas ou com baixa visão) são exemplos de acomodação de acessibilidade comunicacional e deverão ser disponibilizadas gratuitamente a todos os trabalhadores que informarem precisar dessa ajuda técnica, isto é, dessa tecnologia assistiva.
Importante!
A áudio-descrição deve ser provida de modo que todos e quaisquer elementos visuais nas reuniões, incluindo slides, clipes de filmes, diagramas, tabelas, gráficos e objetos sejam lidos ou áudio-descritos.
Orientações para apresentações com acessibilidade visual
1. Se você estiver usando slides(PowerPoint), faça uma pausa em sua apresentação, para que os slides possam ser descritos e/ou lidos (ou você mesmo pode lê-los)).
a- Se você estiver usando uma lista de itens em seu slide, leia cada um deles antes de discutir o assunto.
2. Se você tiver recursos visuais, faça uma pausa em sua apresentação, para que possam ser áudio-descritos (ou descreva-os você mesmo).
a. Os recursos visuais incluem fotografias, diagramas, desenhos, mapas, gráficos, tabelas etc.
b. Lembre-se de que alguns de seus espectadores podem ter baixa visão, necessitando, portanto, de esclarecimentos (descrição) do o que está sendo projetado.
3. Uma vez que nem todos os participantes de sua plateia serão cegos, podendo haver entre eles pessoas com baixa visão, você deve fornecer versões de suas apostilas (cópias dos slides) com fontes grandes, cheias (arredondadas) e com um bom contraste de cores.
* Com efeito, a distribuição de cópias dos slides em fonte ampliada é sempre uma boa opção, especialmente se você estiver fazendo apresentações em salas grandes.
a. Para slides, a versão de página inteira no "preto no branco" pode ser suficiente.
b. Se você tem material colorido, o texto preto em um fundo branco ainda é o mais visível.
c. Prefira fundos simples e com cores contrastantes, como os dos templates do PowerPoint. Modelos sofisticados não fazem mais do que produzirem ruído visual e são mais difíceis de ler para todos.
d- Se você for ou estiver participando de reuniões, formações, seminários, palestras, conferências etc. com áudio-descrição, adiante-se e ofereça ao áudio-descritor ou à comissão responsável, seu nome e, se possível, uma foto para que o tradutor visual o possa reconhecer numa discussão, identificá-lo em uma mesa de apresentação e saber seu nome, quando ele for áudio-descrever.
* Contudo, não se esqueça de dizer seu nome e sua afiliação (de onde você é, o nome de sua empresa ou instituição de origem), antes de começar sua fala.
Fonte: Ler para Ver

segunda-feira, 27 de abril de 2015

O transporte público deve pensar também nas mulheres
Atender as necessidades de homens e mulheres no transporte público é fundamental para garantir igualdade de gêneros no acesso. (Foto: Benoit Colin/EMBARQ Brasil)
Garantir o acesso equitativo de homens e mulheres aos sistemas de transportes está relacionado à forma como ele atende as necessidades de segurança, eficiência e mobilidade sustentável de ambos os gêneros.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as atividades femininas geralmente estão atreladas à combinação de múltiplos destinos e paradas dentro de uma viagem maior como resultado das responsabilidades com a casa e cuidado à família. Isso torna mais caro para as mulheres andarem de transporte público, uma vez que elas pagam por numerosas tarifas, passagens para um sentido ao longo de uma viagem fragmentada. Mulheres também podem estar em viagem com os filhos, pais idosos ou compras de supermercado, o que traz complicações e inconveniências se o sistema de transporte não é confiável, simples ou fisicamente confortável. Finalmente, as rotas para além dos corredores centrais podem não funcionar nos horários de pico, quando as mulheres estão mais propensas a precisar do transporte público para acessar suas redes sociais e econômicas.
Em muitos casos, as mulheres têm mais responsabilidades domésticas, como cuidar das crianças e da família, além de manter os laços com a família e a comunidade. O transporte público tem potencial de oferecer oportunidades de trabalho, acesso à saúde e educação às mulheres. O mau planejamento, contudo, prejudica o acesso igualitário das mulheres a este serviço, que pode se tornar inalcançável, e limita sua autonomia financeira.
Outra questão refere-se ao assédio sexual e a violência em estações e veículos, problemas que persistem em cidades pelo mundo. Quando as mulheres continuam se sentindo inseguras e inaptas a reportar incidentes, o transporte público deixa de ser uma forma equitativa e acessível de mobilidade.

Como Londres, Toronto e Nova Delhi estão tornando o transporte mais igualitário

Um design de qualidade é fundamental para espaços públicos mais inclusivos para mulheres, mas assegurar a igualdade de gênero também deveria ser prioridade no planejamento, aquisição, operação e avaliação de todos os modais de transporte. Assim, como as cidades estão mudando para tornar a segurança e o acesso uma realidade para as mulheres?
A Transport for London (TfL), agência de transportes de Londres, utiliza a tecnologia da informação para melhorar a segurança das mulheres. Exemplo é o Technology Innovation Portal da TfL, que permite que usuários enviem ideias e soluções para resolver desafios chave, como a segurança das mulheres. Em 2004, a TfL criou o Women’s Action Plan (plano de ação das mulheres, em tradução livre), para tarifas com desconto e ônibus com piso baixo e sem degraus. A agência consultou 140 grupos de advocacia feminina em Londres e lançou uma campanha anual, a Safer Travel at Night, com o objetivo de entender preocupações específicas. Hoje, o Women’s Action Plan e a iniciativa pela equidade foram louvados pelo Transportation Research Board (TRB) como os maiores esforços de operadores de transportes em prol das necessidades femininas.
O Comitê Metropolitano de Ação Contra Mulheres e Crianças de Toronto (METRAC) é uma relação colaborativa formada por diversas organizações femininas comunitárias, a Comissão de Transportes de Toronto, e o Departamento de Polícia de Toronto, para conduzir auditorias de segurança no sistema de transportes da cidade. A parceria atua para empoderar mulheres na comunidade ao desenvolver recomendações em políticas e pesquisa baseadas nessas auditorias de segurança. Então, a METRAC engaja atores de governo para melhorar a segurança nos bairros, escolas, campi, locais de trabalho, instituições e espaços públicos. No passado, a METRAC entregou com sucesso áreas designadas de transportes, estacionamentos bem iluminados, programas de prevenção a assaltos e melhores políticas e práticas de segurança em hospitais e outros locais de trabalho.
Jagori é uma ONG indiana que atende problemas femininos de segurança em Nova Delhi com foco no direito de participar de uma cidade equitativa, democrática e inclusiva, livre de violência e medo. A ONG enfatiza na responsabilidade de governança local e círculos de planejamento urbano que incluam as mulheres na tomada de decisão. Desde o lançamento, em 2004, a Campanha Delhi Segura da Jagori conduziu 40 revisões com apoio do aplicativo Safetipin, que mapeia os índices de segurança de espaços públicos e identifica como eles podem melhorar com foco nas mulheres.

Tornando a igualdade de gênero uma prioridade no planejamento de transportes

No workshop Talking Transit Workship in Bhopal, realizado pela EMBARQ Índia, os participantes discutiram a importância da capacidade de construção, participação pública e fiscalização para melhorar a segurança das mulheres. Políticas, agências de transporte e organizações da sociedade civil precisam colaborar entre si para reduzir o assédio sexual e a violência no transporte público, pois iniciativas isoladas – como câmeras – não são suficientes. Em vez disso, agências de transporte precisam medir, planejar, implementar, monitorar, avaliar e compartilhar percepções a fim de fazer progressos a longo prazo e entregar melhorias concretas. É preciso identificar pessoas e atribuir responsabilidades para que as ideias e iniciativas sejam implementadas com sucesso.
Publicado originalmente em inglês por  no TheCityFix.

Ensaios Sobre a Velhice

Escrito por  Rosa Maria Corrêa (*)
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ensaios-sobre-a-velhice-foto-destaquelateralO livro “Ensaios Sobre a Velhice”, de autoria de Maria de Fátima Freire de Sá, em colaboração com Taisa Maria Macena de Lima, abarca a amplitude da vida da pessoa idosa, abrangendo desde as necessidades básicas materiais, acesso à saúde física e mental, passando pelo abandono, maus-tratos, superendividamento, o direito ao trabalho até as sérias questões afetivas e, em diversos momentos, com exemplos de vida harmoniosa e equilibrada ao lado de familiares e amigos. 
Foi uma honra ter sido convidada a fazer o prefácio desta obra tão linda! As autoras defensoras da dignidade de todo ser humano, com sensibilidade e de forma acessível, sem perder o linguajar técnico, conseguem tratar de assuntos tão inquietantes que muitas vezes nos recusamos a pensar, mas que são inevitáveis para todo ser humano, a velhice e a nossa finitude. 
 As pessoas que ultrapassam a faixa etária dos 60 anos tem a real clareza que estão iniciando a descida de uma escada e que não terá volta. E como em todas as etapas de nossa vida as consequências são inevitáveis, a questão, a priori, é como vivenciar este interstício de tempo entre o fim da escada e a finitude – de preferência com boa qualidade de vida. É nítida a impressão que quanto mais idoso, mais rápido o tempo passa. Então, na visão de muitos idosos, tudo é uma mera questão da passagem do tempo. O tempo resolve a questão. Simples assim, mas não é sem dor e sofrimento que passam por este período em uma sociedade consumista onde o velho não tem serventia. E os textos apontam caminhos para se viver da melhor forma possível. 
As autoras tiveram o mérito de não romancear e infantilizar a questão do idoso, e trazem não apenas o direito do idoso escrito na lei, mas a realidade social e psicológica vivenciadas por eles. A redação por tópicos, iniciando com resumos e sub títulos, detalhando as questões de forma direta, humana e com base na legislação vigente facilitam a leitura e localização do assunto que queremos ler primeiro. É comum observar no livro citações e orientações com base na Constituição Federal, Código Civil de 
2002, Estatuto do Idoso, decretos e outras possibilidades de proteger os cidadãos que ultrapassaram os 21.900 dias de vida. 
O livro abarca a amplitude da vida do idoso, abrangendo desde as necessidades básicas materiais, acesso à saúde física e mental, passando pelo abandono, maus-tratos, superendividamento, o direito ao trabalho até as sérias questões afetivas e, em diversos momentos, nos brinda com ótimos exemplos de vida harmoniosa e equilibrada ao lado de familiares e amigos. Alerta, inclusive, para as novas formas no nosso tempo (2014) de construções familiares onde, muitas vezes, a presença do idoso é incômoda, atrapalha e não tem espaço. 
É interessante notar o bom uso de exemplos de casos emblemáticos envolvendo idosos com seleção de acórdãos do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e outros Estados da Federação, estudos de caso, entre outros. Desta maneira, as autoras facilitam o entendimento do leitor como na citação do tópico “Princípio da autonomia familiar e princípio da intervenção subsidiária do estado aplicados ao idoso” onde, ao final do texto, interpretam que “o legislador partiu da discutível premissa de que a pessoa idosa não é capaz de inspirar amor”, referindo-se a possível vulnerabilidade do idoso por ocasião da imposição do regime de separação de bens em caso de possível nova união.
O livro é de uma leitura acessível, leve e agradável, de fácil entendimento, com excelentes e variadas referências bibliográficas e fontes jurídicas para consulta, esclarecimentos e informações capazes de auxiliar e direcionar ações em benefício à pessoa idosa. 
Livro indicado para profissionais que se dedicam a auxiliar os idosos e também para os familiares e os próprios idosos. Para todos que acreditam que o idoso é um ser humano que deve continuar a viver com dignidade; gozar de saúde, do convívio com os entes queridos, integridade física, liberdade e ser respeitado na sua personalidade. 
Conteúdo            
O livro “Ensaios Sobre a Velhice” é dividido em nove capítulos: “Sobre a Velhice”, “O Idoso e os Direitos da Personalidade”, “As Várias Faces da Velhice na Família: Abandono, Proteção e Superproteção”, “O Idoso na Relação com os Netos: Obrigação Alimentar e Direito de Visita”, “O Idoso e o Superendividamento”, “Idoso e Saúde Psíquica”, “O Idoso e a Judicialização da Saúde”, “O Idoso e o Trabalho” e “O Idoso e a sua Construção Biográfica”.   
Sobre a autora           
Natural de Minas Gerais, mas radicada há quase 10 anos em Caxias do Sul (RS), Maria de Fátima Freire de Sá é autora de “Biodireito e Direito ao próprio corpo”,” Direito de Morrer”, “Filiação e Biotecnologia”, “Manual de Biodireito”, “A Capacidade dos Incapazes” e “Autonomia para Morrer”.  Além disso, assina também, como organizadora, as obras “Biodireito”, “Bioética, Biodireito e o Código Civil”, “Desafios Jurídicos da Biotecnologia”, “Direito Civil Atualidades I”, “Direito Civil Atualidades II”, “Direito Civil Atualidades III”, “Direito Civil Atualidades IV”, “Direitos e Fundamentos entre Vida e Arte”, “Direito Biomédico: Espanha – Brasil I”, “Direito Biomédico: Espanha – Brasil II” e “Direito Privado: revisitações”. Além de escritora, Maria de Fátima Freire de Sá é professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito na PUC Minas e coordenadora e pesquisadora do Centro de Estudos em Biodireito (Cebid).            
(*)Rosa Maria Corrêa - Doutora (Unicamp) e Mestre (UFMG) em Educação. Pós-doutora em Ciências Sociais (PUC Minas). Professora da PUC Minas e Coordenadora do núcleo de direitos humanos e inclusão da PROEX/PUC Minas. Psicóloga.
http://www.portaldoenvelhecimento.com/component/k2/item/3605-ensaios-sobre-a-velhice

Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.