quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Hormônio cerebral é testado para tratar pessoa com autismo

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

A ocitocina, hormônio produzido no cérebro e ligado a funções corporais, como o parto e a produção de leite em mulheres, e a relações sociais, como a ligação entre pais e filhos, pode virar tratamento contra autismo. Pessoas com o transtorno têm dificuldade de reconhecer expressões faciais e de criar laços sociais.
O psiquiatra James Leckman, que veio a São Paulo no mês passado, a convite do Instituto de Psiquiatria da USP, está pesquisando o efeito da ocitocina em autistas.
O médico, que é professor de psiquiatria infantil em Yale, participa de estudo em que voluntários recebem doses de ocitocina e terão seus cérebros examinados em testes de imagem. A pesquisa ainda está em andamento.
Mas trabalhos anteriores com o hormônio mostram que doses intranasais de ocitocina podem melhorar as habilidades sociais do autista.
Um estudo publicado no ano passado na revista "PNAS" descreve os efeitos da ocitocina em um grupo de pessoas com autismo.
O hormônio melhorou o reconhecimento de expressões faciais e a habilidade de interação dos voluntários com autismo em jogo virtual.
Outro exercício exigia que os participantes olhassem para expressões faciais em um computador e identificassem se o rosto era de homem ou mulher e a direção que os olhos apontavam.
Autistas, antes do tratamento com ocitocina, olhavam pouco para o rosto representado na imagem. Após as doses de ocitocina, conseguiram fixar mais seu olhar.
O resultado sugere que a ocitocina reduza a ansiedade dos autistas na hora de fazer contato visual.
Segundo Leckman, ainda é necessário fazer mais testes para determinar se o tratamento é seguro e eficaz. "É diferente ler expressões faciais em um teste e na vida real. Também não se sabe se o hormônio vai fazer diferença a longo prazo."

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Primeiro Cadeiraço do dia D


Em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Participe!
3 de dezembro - 9 horas

Caminhada: Concentração e Início da caminhada - Praça Cel. Benedito de Almeida;
Trajeto: Ruas Dr. Paulo Frontin e Dr. Deodato Wertheimer;
Evento e fim da caminhada - Praça Oswaldo Cruz.

Apresentações musicais, artísticas, atendimentos de fisioterapia, odontologia, serviço social e enfermagem, além de sorteio de brindes que ocorrerão durante todo o evento.

Realização: 
- Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
- Secretaria Municipal de Assistência Social
- Coordenadoria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida
- Universidade Braz Cubas
- Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa com Deficiência

Clique na imagem para ampliar

Terapia com célula-tronco regenera cartilagens

DIANA BRITO
DO RIO

Uma lesão no quadril, diagnosticada no final do ano passado, quase interrompeu a carreira do bailarino Cleber Fantinatti, 28, integrante da Companhia Oficial de Balé da Cidade de São Paulo.
Graças a um tratamento, ainda experimental, com células-tronco, Fantinatti recuperou-se e conseguiu participar de um dos espetáculos mais almejados por ele: a reabertura do Teatro Municipal de São Paulo, em junho.
O procedimento foi feito pelo ortopedista carioca Carlos Bittencourt, 60, professor de ortopedia do curso de Medicina da UFF (Universidade Federal Fluminense).
Ele faz testes há quase um ano com plaquetas associadas a células-tronco adultas expandidas, retiradas dos próprios pacientes.
Em estudo ainda inédito, o médico afirma que a aplicação da substância pode regenerar a cartilagem lesionada em cerca de seis meses.
Fantinatti não é o único bailarino a sofrer deste tipo de lesão. Por conta do esforço físico, problemas nas articulações principalmente dos quadris são comuns nessa categoria profissional.
Desde o início do ano, o ortopedista Bittencourt fez o mapeamento das articulações de 30 bailarinos profissionais do Rio e São Paulo, com foco principalmente na região dos quadris. O objetivo do estudo é diagnosticar precocemente a patologia por meio de exames de imagem e, assim, impedir que as lesões se tornem mais graves.
"Poderemos interromper essa degeneração da articulação, tão comum em bailarinos, fazendo uma simples infiltração", afirma. A intenção do médico é mapear pelo menos 300 bailarinos profissionais do país.

TRATAMENTO

Segundo o ortopedista, o tratamento com células-tronco e plaquetas pode ser feito de três maneiras, dependendo da gravidade da lesão.
A primeira é por meio de procedimento menos invasivo, com injeção intra-articular em casos de pequenas lesões, como o de Cleber.
Também pode ser realizado por meio de artroscopia (cirurgia feita com sistema ótico de visualização do interior de uma articulação), em casos de degeneração maior.
Uma terceira opção, para os casos mais graves, é uma cirurgia mais complexa, com a abertura da articulação.
As células-tronco são retiradas da medula óssea um mês antes da aplicação.
Em laboratório, o pesquisador inicia o processo de separação e expansão das células-tronco. Depois, aguarda para que as células se multipliquem até chegar à quantidade necessária para o tratamento do paciente.
No dia do tratamento, o sangue do paciente é coletado para a separação das plaquetas, que contêm fatores de crescimento.
O médico injeta as células-tronco e as plaquetas. O procedimento no quadril precisa ser guiado através de imagens de ultrassom ou radioscopia, por se tratar de uma infiltração mais profunda.
Hoje trinta pacientes estão em tratamento, a maioria com lesões no quadril, semelhantes a de Fantinatti.

Depoimento: "Em quatro meses, não sentia mais dores", revela bailarino
O risco de não voltar a dançar levou o bailarino Cleber Fantinatti, 28, a submeter-se a uma terapia experimental para curar a lesão no quadril.  "Resolvi fazer o tratamento na tentativa de evitar uma futura operação. Sei que é uma técnica ainda muito nova no Brasil, mas já faz oito meses que fiz a aplicação e não senti nenhum desconforto até hoje", disse à Folha.  Com oito anos de profissão, o dançarino paulista contou que sentia dores incômodas no quadril quando fazia movimentos no balé. Em dezembro, ele aceitou ser o primeiro a realizar o procedimento celular com injeção intra-articular. "Fui para o Rio fazer a aplicação, que durou de três a quatro minutos. Fiquei dois meses em repouso e voltei a dançar gradativamente. Em quatro meses eu já não sentia mais dor.  Se vai servir para sempre, não sei, mas posso afirmar hoje é que não sinto mais aquela dor", disse.  "Ainda não dá para dizer que ele se curou completamente, mas é o que chamamos de medicina baseada em evidências", disse o ortopedista Carlos Bittencourt.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

DOE VIDA DIGITAL

Jovens em situação de vulnerabilidade social precisam muito de inclusão digital. Como acessar internet e organizar um corpo de informações sem um computador disponível?E o sonho de poder acessar a internet com regularidade? Talvez até o sonho de ter um computador em casa! Entidade que trabalha com esta realidade levou grupo de jovens ao curso de Informática do Colégio Polivalente, e a coordenadora da entidade solicitou equipamentos fora de uso que pudessem ser doados. As professoras de Análise de Sistemas, Selma e Lilian gostaram da idéia, pensando em envolver os seus alunos na recuperação de máquinas obsoletas, mas ainda funcionais capazes de operar softwares mais leves. Assim nasceu o projeto RESET – Centro de Restauração do Lixo Tecnológico, aprovado pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza em fevereiro deste ano. Os equipamentos restaurados serão destinados à instituições sociais e os resíduos para reciclagem (seguindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos). A produção de lixo tecnológico no Brasil foi avaliada pela ONU como a maior dos países emergentes. Temos legislação que determine que fornecedores e vendedores destes produtos façam a coleta responsável, posterior ao uso, com o devido encaminhamento para a reciclagem. A fiscalização é deficiente. Precisamos aprender a reaproveitar estes materiais, evitando o descarte poluente ao meio ambiente e aos humanos (com mercúrio, chumbo, cádmio, manganês, zinco). Já coletam CPUs, monitores, mouses, teclados, scanners, impressoras, celulares e notebooks, que podem ser deixados na guarita da Escola Polivalente, aberta das 08h às 21h, na Av. Nossa Senhora de Fátima, 567. O projeto impacta os 3.500 alunos da Instituição e pretende multiplicar-se em outras escolas do município e região. Veja em www.projetoreset.com, em que está o cadastro a ser preenchido pelas entidades interessadas em receber equipamentos restaurados (única forma de doação possível). Como cidadão ajude a criar pensamento comum de descarte responsável em toda a sociedade, inclusive em empresas e no poder público. O projeto busca patrocínio mínimo para divulgação na mídia (radio, TV, jornais, outdoors, flyers), também para restauração física do local de trabalho e mobiliário mínimo. Para contato: selma@projetoreset.com, lilian@projetoreset.com. Em sua próxima reciclagem eletrônica, ou de seu conhecido ou amigo, lembre-se de quem ainda nunca teve este acesso ao mundo digital. Doe vida. Vida digital. Você pode. ’Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos.” – Antoine de Saint-Exupery.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dicas para prevenir abuso sexual contra crianças e adultos com deficiência intelectual

Por Equipe Inclusive

Acompanho as notícias com relação à síndrome de Down e tenho notado um aumento no número de casos de abuso sexual envolvendo homens, mulheres, jovens e crianças com Down. Quero crer que o número de histórias vem aumentando porque as pessoas estão denunciando mais do que no passado, já que certamente esse problema sempre existiu. Ao invés de continuarmos tratando o tema como tabu, devemos discutí-lo e trabalhar intensamente para evitar que nossas crianças, adolescentes e adultos se tornem vítimas. Além disso, devemos denunciar estas práticas pois, sem estatísticas, é como se elas não acontecessem. É nosso dever zelar pela segurança e pelos direitos de nossos filhos.
A australiana Sam Paior, mãe de um garoto com síndrome de Down e a Dra Freda Briggs, especialista reconhecida na prevenção ao abuso, listaram uma série de dicas para alertar às famílias com crianças pequenas ou pessoas com deficiência intelectual ou outros tipos de deficiência ou vulnerabilidade com o objetivo de prevenir a ocorrência de abuso sexual.
Segundo Sam, é melhor confrontar a situação e admitir que esse problema poderá afetar muitos de nós do que esconder a cabeça na terra como um avestruz. Temos que reconhecer que este é um problema que poderá afetar muitos de nós.
Não arquive essas sugestões e deixem para ler depois. Leia agora, reflita sobre cada um dos conselhos. Estimativas mostram que até 90% de mulheres e meninas com deficiência inteletual será abusada sexualmente, e até 50% dos homens. Adicione a isso o fato de que os sites de pedófilos freqüentemente mencionam especificamente crianças com síndrome de Down como ótimos alvos por causa de sua “vontade de agradar”.
Precisamos estar atentos, e educar nossos filhos e a nós mesmos.
As informações que dizem respeito a figuras religiosas também são difíceis de ouvir, mas não as desconsidere. Apesar de que gostaríamos de pensar que alguém da igreja estivesse fazendo a coisa certa, a experiência mostra o contrário. Muitos destes delinquentes se escondem dentro da igreja para garantir sua autoridade e para que nós, os pais, tenhamos a confiança deles.
Dissemine essas informações ao maior número de pessoas possível.



Dicas para prevenir abuso sexual contra crianças e adultos com deficiência intelectual

1. Comece cedo: Introduza vocabulário correto para vagina e pênis para que as crianças possam informar claramente se alguém tem algum mau comportamento sexual.

2. Com crianças em idade pré-escolar e aqueles com atraso de desenvolvimento, use o livro “Todo mundo tem bumbum” (Everyone’s got a bottom) disponível na internet.

3. Introduza o conceito de privacidade do corpo – ninguém pode fazer cócegas ou brincar com as partes íntimas do seu corpo – “É o meu corpo” (mas você pode tocá-lo quando estiver em um lugar privado). Explique, conforme necessário, que se tocar pode ser prazeroso.

4. Para prevenir que as pessoas sejam usadas para sexo oral, inclua a boca como uma parte íntima e deixe claro que ninguém tem permissão para colocar qualquer coisa “nojenta” e “fedorenta” ou qualquer parte do corpo em sua boca (discuta higiene oral).

5. Deixe claro que se alguém quebra as regras sobre privacidade do corpo, a criança precisa avisar a você porque isso não é permitido. As crianças gostam de regras.

6. Ajude-os a discriminar onde podem tocar e onde é ERRADO. Você precisa ensinar como são os toques errados. Não fale sobre toques ruins porque os toques podem fazê-la sentir-se bem.

7. Ensine-os a dar um passo mantendo os braços estendidos à frente e dizendo (em voz bem alta) -”Não! Pare com isso! Isso não é permitido” e ficar longe de alguém que toca num lugar errado. Pratique dizer “Não” assertivamente.

8. Não ensine-os a dizer: ‘Eu vou contar “, porque isso pode resultar em ameaças.

9. Pratique distinguir segredos que devem ser mantidos e segredos que devem ser contados. Crianças e adultos com deficiência intelectual pensam que podem contar segredos bons, mas devem manter para si os segredos ruins porque eles fazem as pessoas ficarem tristes.

10. Ensine o funcionamento básico do corpo.

11. Como o abuso sexual tem a ver com poder, descubra como você pode empoderar seus filhos e filhas. Incentive-os a se vestirem, fazerem a higiene, irem ao banheiro e comerem com independência. (Sim, pode ser mais fácil e rápido fazer as coisas para eles, mas não ajuda a auto-estima)

12. Dê-lhes oportunidades de fazer escolhas.

13. Aprenda e pratique as normas de segurança com água, eletricidade, fogo, remédios, drogas, trânsito e pessoas. Identifique situações potencialmente inseguras. Ensine e pratique como obter ajuda quando necessário, como usar o telefone e escolher a quem recorrer com segurança, por exemplo procurar uma mulher com filhos num shopping, etc.

14. Desenvolva e pratique a resolução de problemas. “Qual seria a melhor coisa a fazer se …”, “Vamos supor que …”, “Você consegue pensar em algo mais seguro?

15. Desenvolva habilidades que os faça ser capazes de fazer relatos precisos: crianças e pessoas com deficiência intelectual vítimas de abuso podem só sugerir alguma coisa, mas pensar que estão relatando. Se você não corresponder, elas podem sentir-se impotentes e sem esperança.

16. Desenvolva a auto-estima: Elogie o esforço – enfatize o que eles fazem bem e fale sobre o que eles gostariam de fazer.

17. Encoraje a expressão de sentimentos: o que o torna triste, feliz, assustado, preocupado.

18. Tenha em mente que, se eles não recebem afeto físico, aprovação e atenção, eles se tornam mais vulneráveis aos predadores.

19. Desenvolva suas habilidades sociais conforme necessário: manter o próprio espaço, contato olho no olho, saber o próprio nome, endereço e número de telefone.

20. Ensine sobre os seus direitos e pratique que sejam firmes, sem cometer agressões.

Desafios para os pais e cuidadores:

Crianças e jovens com deficiência podem:

1. Já ter aprendido a obedecer passivamente adultos, especialmente os cuidadores/professores/ profissionais.

2. Ter desenvolvido imagem do corpo ruim e conceitos como manter o próprio espaço.

3. Não ter nenhum conhecimento dos seus direitos.

4. Já ter sido abusados sexualmente ou ter adquirido conhecimento equivocado sobre sexualidade.

5. Ter poucas oportunidades para a independência.

6. Ter sentimentos de vergonha e baixa auto-estima que aumentam a vulnerabilidade aos abusadores.

7. Ter cuidadores / trabalhadores de apoio super-protetores que fazem de tudo para eles, impedindo-os de ter oportunidades para se afirmar e ganhar independência.

8. Crianças e pessoas com deficiências de desenvolvimento não necessariamente entendem o que é um estranho (ao passo que estranhos tentam conhecer bem suas vítimas) – refira-se a situações potencialmente perigosas ao invés de pessoas perigosas.

9. Jovens e crianças com deficiência de aprendizagem tendem a aprender respondendo bem à dramatização com bonecos, bem como treinar situações de forma prática. Eles precisam de constante repetição e reforço.

10. Pessoas com deficiência intelectual acham difícil transferir informações de uma situação para outras, por exemplo se a escola ensiná-los a ir para um lugar seguro em situações difíceis, eles podem entender que existam lugares seguros como a solução para todos os problemas potenciais, tais como estar no ônibus errado ou se perder em um show. Isso quer dizer que elas precisam praticar bastante em diferentes cenários.

11. A comunicação deve ser clara. Use frases curtas e simples. Evitar “ou isso ou aquilo” e frases que podem ser respondidas com sim / não. A informação deve ser quebrada em pequenos segmentos. Não dê dicas vagas. Crianças e pessoas com deficiência intelectual provavelmente não associarão “Está tudo bem?” ou “Ele te tocou?” com o abuso sexual.

12. Use imagens de toques inapropriados, especialmente para crianças surdas.

13. Com pessoas que não falam, consulte um fonoaudiólogo para usar vocabulário sobre sexualidade em forma de símbolos e fotos.

14. Aqueles com deficiência visual severa podem precisar de ajuda extra para desenvolver consciência corporal. Use bonecos com as partes íntimas anatomicamente corretas para uma sensação mais realista.

15. Crianças com deficiências físicas graves precisam de um foco sobre a independência em relação à higiene, confiança estima, auto-identificação e toques errados quando são ajudadas nos cuidados pessoais.

16. Proporcionar oportunidades de fazer escolhas as próprias escolhas.

17. As escolas sozinhas não podem previnir o abuso de acontecer, mas quando ele é identificado permitem que as vítimas obtenham ajuda rapidamente para parar o abuso e se sentirem bem consigo mesmas. O abuso de longa duração é o que causa o maior dano.

Criminosos sexuais

* Podem ser encontrados onde quer que haja pessoas vulneráveis.

* Adulam os adultos responsáveis pela segurança das crianças, bem como as próprias crianças.

* Escolhem como alvo mães solteiras, ganham sua confiança, fornecendo serviços gratuitos de que elas precisem e as tratam com respeito.

* Apresentam-se como cidadãos modelo criando uma rede de apoiadores para que, quando o abuso for revelado, ninguém acredite … mesmo depois de terem sido condenados

* Tornam-se muito populares entre os alvos em potencial, os sinais de alarme devem soar quando um adulto se envolve em jogo imaturo, no mesmo nível da criança. Páre as cócegas antes de entrar debaixo da roupa. Não ignore o seu sentimento de desconforto – intervenha e interrompa o contato mesmo se essa pessoa for popular com seu filho

* Respondem às necessidades emocionais das crianças proporcionando-lhes atenção, elogios, presentes, fazendo com que se sintam especiais e amadas. Os criminosos sabem que as crianças toleram o abuso para manter os benefícios da relação.

* Eles começam com carinhos, beijos e abraços. Depois introduzem a conversa sobre sexo, pornografia, (para dessensibilizar a criança e normalizar o abuso) acariciam as genitais de seu filho e depois praticam sexo oral – “Agora é minha vez, você já se divertiu”

* Aqueles que detém posições de autoridade podem não precisar usar métodos de adulação, alguns padres dizem ter usado filhos dos mais dedicados freqüentadores da igreja sabendo que, se o abuso fosse descoberto, os pais iriam procurar um bispo, não a polícia

Abuso de irmãos e de jovens menores é mais difundido e mais prejudicial do que a maioria das pessoas imaginam. Quando externado, deve ser levado a sério e aconselhamento deve ser procurado para todos os interessados, independentemente da idade do agressor.
Figuras paternas e namorados da mãe apresentam um risco maior para crianças do que pais naturais. Em alguns casos, eles escolhem a mãe para ter acesso a seus filhos.
A maioria dos infratores é do sexo masculino. A segunda característica é que eles são frequentemente religiosos / autoritários.
Sabemos muito menos sobre os infratoras do sexo feminino. Cerca de 20% dos homens dizem que foram abusados por mulheres, mas eles não consideraram como abuso, pois “não doeu”.
As mulheres podem ser tão agressivas e usar os mesmos métodos de adulação que os homens. Há menos vítimas, mas os efeitos à longo prazo podem ser tão prejudiciais quanto o abuso masculino.

Por Sam Paior e Dra. Freda Briggs
Tradução – Patrícia Almeida





sexta-feira, 18 de novembro de 2011

RECALCULANDO A ROTA

Celso tem 47 anos e já é aposentado por tempo de serviço. Aos 42 anos, para triste surpresa de seu oftalmologista, não foi possível salvar a visão de seu olho direito, perdida para uma catarata. Daí começou a luta para salvar o outro olho, com várias intervenções cirúrgicas que conseguiram fixar a visão possível de 15% aos 47 anos.
Ele afirma que este resíduo de visão permite ainda caminhar independentemente pela rua. A empresa em que trabalhou oferecia bom plano particular de saúde, que deveria oferecer desde a primeira perda visual informações e preparo para a adaptação a um mundo de deficiente visual. Não aconteceu. Faz um mês que ele se inscreveu em centro de atendimento local, que ampara pessoas com deficiência visual, e já estava ansioso com a demora. Esta evolução previsível da enfermidade sem amparo preventivo (cinco anos em seu caso) é o retrato do desamparo social que propiciamos a estas pessoas, com nossa deficiência para enxergar tão fortes necessidades. Ele não sabe que só no mês de agosto foram vinte pessoas que buscaram a matrícula neste centro de atendimento. Não sabe também que a procura foi muito aumentada nos últimos tempos pelas pessoas que estão vivendo mais, e enxergando menos, também precisam de apoio técnico para sua visão residual. Não sabe que a espera pode chegar até a dois anos, com todo empenho e boa vontade possível. É técnico de menos (recursos de menos) e clientes demais. Encaminhamos para serviço alternativo também – o CEPRE/Unicamp. Sugerimos o Virtual Vision/ softer leitor de tela (do computador) – disponibilizado graciosamente pelas gerências do Banco Santander. Orientamos quanto à forma de obter o CID (número pessoal identificando qual a deficiência da pessoa), para o acesso a lei de cotas, daí nosso serviço poderá enviar seu currículo para as 54 empresas parceiras, em busca de vaga de trabalho adequada para suas eficiências (ele menciona necessidade de suplementar a renda da aposentadoria) Demos o endereço virtual de nosso blog informativo (veja acima), que contém muito material de seu interesse, acessível depois da instalação do Virtual Vision no computador de seu filho. E finalmente, orientamos este filho quanto à necessidade de leitura de jornais locais e nacionais, revistas de informação e do próprio blog para seu pai, aumentando a sensação de companheirismo e diminuindo a natural sensação de isolamento social. Tudo isto junto ajuda à reconfigurar nova rota de vida, com novos conhecimentos, novos amigos, novos espaços sociais, buscando anos de vida útil, feliz e produtiva. “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” – José Saramago

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Curados no ventre (reversão da mielomeningocele durante a gravidez)


A pesar do sucesso do parto pré-maturo, dos 45 centímetros e dos 2,6 quilos do recém-nascido, o publicitário Guilherme Wiering entrou apreensivo na UTI neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, para visitar o filho Miguel. "Parei, olhei para ele dentro da incubadora e, quando coloquei minhas mãos sobre seu corpo, Miguel levantou as perninhas. Foi uma emoção indescritível", lembra o pai. Três meses antes, durante um ultrassom de rotina, ele e a mulher, Karen, descobriram que Miguel era portador de mielomeningocele, doença caracterizada pela mal formação da medula espinhal cujas principais sequelas são a hidrocefalia (acúmulo de liquor no cérebro) e a paralisia das pernas. No caso do bebê dos Wiering, no melhor dos prognósticos, ele teria os pés tortos. No pior, além de não andar, seria incapaz de controlar a urina e teria certo retardo mental. Mas hoje, com quase 4 meses, Miguel não só mexe as pernas, como seus pés são perfeitos e os exames neurológicos, normais. As imagens de ressonância magnética mostram, ainda, que o sistema urinário funciona bem. "É como se meu bebê não tivesse tido nenhum problema", comemora Karen.
A boa saúde de Miguel é fruto de um dos mais extraordinários avanços da medicina: a cirurgia fetal a céu aberto para a correção da mielomeningocele. Trata-se de uma operação extremamente delicada. "Para realizá-la, é necessário tirar o útero e parte do feto para fora do corpo da mãe, corrigir o defeito e, então, deixar que a gestação siga seu curso", diz o cirurgião fetal Antonio Femandes Moron, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e um dos precursores da cirurgia no Brasil. A operação é realizada entre a vigésima e a 26" semana de gestação, quando o fero pesa entre 500 e 900 gramas. Antes desse período, a doença raramente é diagnosticada por qualquer exame. Depois dele, o risco de que os efeitos da malformação sejam irreversíveis é altíssimo.
No Brasil, a mielomeningocele afeta um a cada 1000 bebês nascidos vivos o que representa, em números absolutos, 3000 crianças todos os anos. A doença está associada a alterações genéticas e a baixos níveis de ácido fólico no organismo da mãe no momento da concepção e durante as primeiras doze semanas de gravidez. Por mecanismos ainda não completamente desvendados, no início da formação do embrião, há um descompasso entre o desenvolvimento dos tecidos nervoso e ósseo. O resultado é que a medula espinhal fica exposta numa bolsa repleta de liquor, fora do organismo do feto. Essa anomalia provoca o deslocamento do cérebro e favorece o acúmulo de liquor também no crânio o que faz com que a criança, além de todos os comprometimentos motores e cognitivos, tenha uma cabeça grande.
Até pouco tempo atrás, a única possibilidade de tratamento da mielomeningocele era a cirurgia realizada horas depois do nascimento. O grande problema é que, nesse caso, como permanece exposta ao líquido amniótico durante a gestação, a medula pode ser lesionada. Além disso, pela técnica tradicional, na imensa maioria dos casos, é necessário implantar um válvula no cérebro que drena o liquor para a cavidade abdominal, de modo a controlar a hidrocefalia (o líquido continua a ser produzido ininterruptamente). O dispositivo não só é uma porta aberta para infecções, como tem de ser trocado, em média, quatro vezes ao longo da vida.
Realizado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1997, esse tipo de cirurgia fetal a céu aberto surgiu como uma m~eira de preservar a medula e evitar o implante da válvula. No Brasil, foram feiras oito operações entre 2002 e 2003. Em uma delas, o fero morreu durante a cirurgia. Duas crianças acabaram precisando da válvula. As outras cinco tiveram o problema corrigido. Apesar dos bons resultados, em 2003, a técnica foi colocada sob suspeita. Acreditava-se que os riscos (aborto e parto prematuro, principalmente) superavam os beneficios. Foi então que se deu início ao estudo americano Moms (sigla para Management of Myelomeningocele Study, que em português significa "Mamães"). A ideia era comparar os resultados de 200 cirurgias, metade feita depois do nascimento, metade ainda durante a gestação. O trabalho foi interrompido no ano passado com 183 operações e seus resultados publicados em março na revista científica The New Ellgland Joumal o.f Medicine. "Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os benefícios da intervenção durante a gravidez eram realmente superiores aos da técnica pós-parto", diz o professor titular de neurocirurgia Sergio Cavalheiro, também da Unifesp. Dos fetos operados, 40% precisaram da válvula de drenagem depois do nascimento - metade do índice registrado pelas crianças tratadas depois do nascimento. Desde a retomada da cirurgia fetal a céu aberto no Brasil, em abril deste ano, oito gestantes passaram pelo procedimento. Karen, mãe de Miguel, foi a segunda delas.

Fonte: Revista Veja – Saúde – Ed. 2242 / Ano 44 / nº 45 (09 de novembro de 2011)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pesquisa: 84% das pessoas com deficiência ocupam cargos operacionais


08 de novembro de 2011 • 11h14 Por: Eliane Quinalia


SÃO PAULO – As pessoas portadoras de deficiência costumam ser contratadas para ocuparem cargos de baixa responsabilidade e ainda sofrem com a falta de planos de carreira nas empresas em que atuam. Ao menos é isso o que aponta um recente levantamento da i.Social – consultoria especializada na inclusão de deficientes no mercado de trabalho.
De acordo com a pesquisa “Pessoas com Deficiência: expectativas e percepções sobre o mercado de trabalho”, 84% dos funcionários com deficiência costumam ser contratados para trabalharem em cargos administrativos nas empresas brasileiras. Contudo, nem todos costumam ser favorecidos com boas oportunidades.
“Esse é o principal gargalo do setor: a baixa qualidade das vagas oferecidas para as pessoas com deficiência. São vagas de base, operacionais. É quase impossível encontrar uma oportunidade de gerente ou coordenador, por exemplo”, diz o sócio-diretor da i.Social, Jaques Haber.
Para se ter uma ideia, segundo a avaliação, apenas 9% dos cargos disponibilizados pelas companhias costumam ser gerenciais. “Tal fato demonstra que as companhias estão apenas preocupadas com as cotas impostas pelo governo, se empenhando muito pouco para oferecer verdadeiros planos de carreira aos seus contratados”, conclui.

Qualificação não é mito
Outro problema revelado pelo estudo diz respeito à qualificação da mão de obra de tais profissionais. Afinal, ao contrário do que muitos possam imaginar, a formação nem sempre costuma ser um problema.
“Estabeleceu-se um mito de que todo deficiente é pouco qualificado e isso não é verdade. Temos em nosso cadastro pessoas que estão cursando o nível médio, o curso superior e até mesmo uma pós-graduação”, diz Haber.
Segundo o levantamento, dos 800 participantes da pesquisa, 35,4% deles declararam possuir Ensino Médio completo e 17,4% afirmaram estar cursando o ensino superior. Os que declaram ter concluído o curso universitário, entretanto, atingiram 20,2%, o que revela um importante dado do setor.
“Os profissionais portadores de algum tipo de deficiência que ainda estão cursando uma pós-graduação ou que já concluíram o curso representaram, respectivamente, 4,2% e 7,2% do total de respondentes”, explicou Haber.

Deficiências mais leves
O estudo também apontou a preferência das empresas pela contratação de profissionais com deficiências mais leves, como a física, que teve 71% das ocupações nas organizações.
“As empresas procuram pesssoas com deficiências mais leves. Um cadeirante costuma ter dificuldade de conseguir emprego, pois a adequação dos espaços ainda é um problema para as companhias”, informa Haber.
De forma geral, a disposição das contratações se mantêm dividida entre os profissionais com deficiência auditiva (20,3%), visual (7,3%), múltipla (0,9%) e intelectual (0,5%).
“Às vezes, a resistência de contratação é do próprio gestor de uma companhia e não da área de recursos humanos em si. Trata-se de um problema cultural, que certamente deverá mudar com a próxima geração”, diz Haber.


Importante: Notícia encaminhada pelo parceiro Celso Ricardo Gonçalves.
Muito obrigada Celso!

Família e escola juntas na inclusão

Tânia e Márcia, mãe e professora de Patrick, afirmam que os avanços na aprendizagem do garoto só serão conseguidos com a parceria entre elas, um verdadeiro trabalho de equipe

Débora Didonê

Até o ano passado, Márcia Pereira de Souza, professora da EMEIEF Ruth Rocha, em Ji- Paraná, a 380 quilômetros de Porto Velho, não acreditava na inclusão. "Se crianças com deficiência não aprendem como as demais, por que colocá-las em classes regulares?", pensava. Ela até as aceitava em sua sala, mas achava que apenas observar os "normais" bastaria para o aluno não se sentir excluído. Agora ela é apaixonada por educação inclusiva. Quem a fez mudar de idéia foi Tânia Regina Pessoa Martins, mãe de Patrick Nerys, 9 anos, que vibrava a cada nova palavra que o menino, que tem paralisia cerebral, aprendia a ler e a escrever e nunca duvidou do potencial do garoto. Hoje Patrick cursa a 2ª série. "O diálogo entre a família do aluno com deficiência e o professor é fundamental para o desenvolvimento da criança", explica Eliane Mauerberg de Castro, coordenadora do Programa de Educação Física Adaptada da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro, no interior de São Paulo. Márcia e Tânia contam, a seguir, como uma ajudou a outra no processo de aprendizagem de Patrick.

NOVA ESCOLA - Como foi a aproximação de vocês quando o Patrick entrou na escola?

Márcia - Quando Tânia me contou que o menino tinha paralisia cerebral, perguntei à direção por que ele havia sido matriculado na minha sala se não era capaz de aprender. Eu tinha 25 alunos para alfabetizar e muito medo de que o índice de reprovação da turma aumentasse. Com as conversas diárias com Tânia, sempre cheia de esperança, fui percebendo que o trabalho de inclusão poderia dar certo. Ela perguntava o que o filho havia aprendido e comemorava as pequenas conquistas dele. Isso me contagiou.
Tânia - Márcia era a terceira professora de Patrick, e com todas elas meu procedimento foi o mesmo: expliquei detalhadamente o que ele tem, deixei o laudo médico na escola para consulta e contei que ele pode fazer quase tudo na sala de aula. Márcia estava apreensiva, mas demonstrava interesse em ajudar.

NOVA ESCOLA - Como foram os primeiros dias de aula?

Márcia - Foram difíceis. Eu ficava incomodada por Patrick não ter o mesmo ritmo das outras crianças. Ele rolava no chão, derrubava objetos, batia na cabeça dos amigos e ainda ria quando eles choravam. Cheguei até a pedir que ele voltasse para a pré-escola... Meu erro foi querer que ele agisse como os outros. Quando fui me informar sobre inclusão, comecei a perceber as diferenças e, junto com Tânia, procurei uma psicopedagoga.
Tânia - Meu filho sempre foi maior que os colegas e machucava os outros com suas brincadeiras. Todos reclamavam muito. Eu o repreendia quando isso acontecia e dizia a
Márcia para fazer o mesmo. Inclusive levá-lo à diretoria se fosse preciso. Deixei claro que ele devia ser tratado como os demais.

NOVA ESCOLA - O trabalho didático feito na escola precisa ser reforçado em casa?

Márcia - Às vezes, sim, como na fase de alfabetização. Nesse período, ele faltou muito às aulas de reforço por causa do efeito dos remédios, que dão sono e cansaço. Montei então uma estratégia para ele estudar em casa e Tânia topou ajudar. Perguntei o nome das pessoas e dos bichos de que ele gostava e escrevi cada um numa folha de papel, com as iniciais em letras maiúsculas. Tânia colou as folhas no quarto do filho e lia com ele todos os dias. Um dia ele chegou feliz da vida porque descobriu que macaco começa com a mesma letra do meu nome. Sugeri também a Tânia que, quando fossem ao supermercado, ela mostrasse os produtos e lesse os rótulos para ele.
Tânia - Estou sempre por perto para orientar no que for necessário. Gosto de observá-lo e contar à professora como ele reagiu em cada atividade.

NOVA ESCOLA - Quais informações sobre o aluno são importantes para a escola?
Márcia - Todas as informações são fundamentais. Um dia, um dos meus alunos teve problemas para respirar e eu não sabia como acalmá-lo. Teria sido diferente se a mãe tivesse me avisado do distúrbio. Os pais podem nos ajudar a entender por que o filho falta. Certa vez fiquei doente e tirei duas semanas de licença. Patrick não queria mais vir à escola. Tânia comentou comigo que ele adorava jogos de quadra. Quando voltei, organizei uma partida de futebol de rodo - no qual o utensílio é usado para empurrar um objeto para dentro do "gol", embaixo de uma cadeira -, mandei um convite e ele voltou a estudar bem animado.
Tânia - Preocupo-me em descrever seu estado de saúde e peço à professora para dar os remédios no horário. Acho interessante também contar sobre o desempenho dele nas tarefas de casa. Se percebo que está mal-humorado ou irritado antes de ir para a escola,
digo a ele para se controlar e se comportar bem na classe. Sempre deixo claro que a professora é a autoridade.

NOVA ESCOLA - Quais foram os avanços de Patrick desde que entrou na classe regular?

Márcia - Ele já sabe ler e escrever muita coisa e conseguiu isso junto com os outros alunos. Fiquei tão contente com os avanços dele que comecei a mostrar seus trabalhos para todos, na escola e na universidade.
Tânia - Eu não imaginava que ele pudesse interagir tanto. E como gosta de aprender! Dia desses fui buscá-lo na escola e ele estava concentrado fazendo contas de Matemática. Foi uma surpresa! Sua atitude também mudou: agora ele age com bastante autonomia, quer ir sozinho para a escola e diz que não é mais bebê para ser acompanhado até a porta da sala.

NOVA ESCOLA - Que outras conquistas vocês conseguiram com ele?

Márcia - Batalhamos juntas por uma sala de recursos. Ficamos sabendo que havia uma sala equipada e trancada em outra unidade. Liguei várias vezes para a Secretaria de
Educação pedindo a transferência do material e, como a resposta demorou, resolvi ir com
Tânia até lá. A coordenadora de ensino se sensibilizou, entrou em contato com nosso diretor e em um mês a sala foi montada. Cerca de 50 crianças, da Ruth Rocha e de outras escolas da vizinhança, passam pela nova sala todas as semanas.
Tânia - Márcia fez curso para trabalhar com inclusão e ficou sabendo que um tratamento com psiquiatra poderia ajudar no caso de paralisia cerebral. Ela sugeriu, eu topei, e fomos juntas à primeira consulta. Márcia contou ao médico como meu filho se comportava na sala de aula. Patrick melhorou 90% em menos de um ano. Fiquei admirada porque, até então, eu nunca tinha sido aconselhada a fazer esse tipo de tratamento com meu filho.

Quer saber mais?
EMEIEF Ruth Rocha, R. São Luís, 1831, 78960-000, Ji-Paraná, RO, tel. (69) 3424-4623


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Agradecimento

Gostaria de publico, agradecer por mais um espaço online de divulgação de dados, direitos e necessidades de pessoas diferentes/eficientes/deficientes com a divulgação de nossos artigos a partir de hoje também no site: www.deficiente.com.br

Vale prorroga seleção de pessoas com deficiência até 30 de novembro

A Vale prorrogou até 30 de novembro as inscrições para a seleção de pessoas com deficiência. São 160 vagas para trabalhar nas unidades da empresa nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão e Pará.

O objetivo da Vale com este programa é promover a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, reforçando os nossos valores de respeito à vida e à diversidade. Do total de vagas, 50 são destinadas para Minas Gerais, 35 para o Rio de Janeiro, 35 para o Espírito Santo e 40 para os estados de Maranhão e Pará. Os empregados terão direito a benefícios como vale-refeição (ou refeição no local de trabalho), vale-alimentação e plano de saúde, além de participação nos resultados da empresa. Para participar do Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência, o profissional deve ser maior de 18 anos e apresentar uma das deficiências enquadradas no decreto número 3298/99. Há vagas para candidatos com ensino médio, formação técnica ou curso superior. Os documentos necessários para a inscrição estão listados no site da Vale. Os selecionados, após a análise dos currículos, passarão por dinâmica de identificação do perfil, entrevista individual e exame médico. Para os casos de deficiência auditiva, visual e intelectual o candidato terá de apresentar laudos comprobatórios atualizados.
Serviço: O candidato deve cadastrar seu currículo no site www.vale.com/oportunidades

A aprendizagem de crianças com deficiências múltiplas




Andréia Pereira Gil, 12 anos, é surdocega. Não ouve e não enxerga quase nada - feixes de luz talvez, e só pelo olho direto. A alegria descoberta no vaivém do balanço é uma das maneiras que ela encontrou, na escola, de tomar contato com o mundo - apenas um dos muitos jeitos de sentir a vida
Débora Didonê

Sensações. É por meio delas que as pessoas com deficiência múltipla aprendem sobre as coisas que estão a sua volta. A professora Carolina Bosco, especialista nesses casos, estimula a descoberta da sensibilidade com diversos tipos de toque e movimento, como numa recente cena vista na EMEF Doutor João Alves dos Santos, em Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo. Ela dá a mão para Andréia equilibrar-se numa mureta. A menina apóia-se no seu braço para descer e as duas vão de mãos dadas até o pátio. A aluna abraça uma árvore e passa a mão sobre a casca. O contato arranca de Andréia um raro sorriso. A cena não chamaria tanta atenção se não fosse o jeito diferente de ser da jovem. Ela gira a cabeça, baba e vive com o braço direito levantado. O grande desafio em relação à Andréia Pereira Gil, balançando no pátio da EMEF Doutor João Alves dos Santos.

Andréia é criar um modo de comunicação para que ela reconheça lugares e pessoas. Foi a tarefa assumida por Carolina. A menina também conta com a ajuda de Carmen Sílvia Dias, sua professora da 2ª série, onde tem 30 colegas. Ambas procuram maneiras de explicar por que ela vai à escola e o que todos fazem por lá.
Carolina formou-se em Pedagogia com ênfase em Deficiência Mental na Universidade de São Paulo e é pós-graduada em Arte em Educação Especial pela Universidade de Paris.
Ela já havia trabalhado com alunos com deficiência múltipla (associação de duas ou mais deficiências, como mental e física ou auditiva, visual e física), mas Andréia é a primeira que atende em escola regular. Ali, elas cumprem um cronograma, religiosamente, toda segunda, quarta e sexta-feira. É quando Andréia mexe com sucata, aprende a escovar os dentes, caminha pelo pátio da escola, sente a vibração da música colocando as mãos sobre um rádio portátil e brinca no balanço. "É um trabalho de reorganização corporal, percepção tátil e de volume", diz Carolina. Aos poucos, a menina aprende a lidar com o próprio corpo.

Carmen foi a única professora da escola que se dispôs a acolher Andréia. A menina está com ela desde a 1ª série. "No começo, parecia que seria impossível controlá-la. Ela levantava no meio da aula e mexia em tudo", diz. "Não sabia usar o tato para se comunicar e logo se cansava de ficar na carteira apalpando o alfabeto móvel." Por isso, a união do trabalho de Carmen e Carolina fez a diferença. "Uma criança com deficiência precisa de dois professores", afirma Carolina. "O de classe, que atua na área da aprendizagem de maneira geral, e o especializado, que trabalha na dos distúrbios." Por isso, enquanto Carolina desperta o lado comunicativo de Andréia, Carmen cria atividades para integrá-la à turma. Na roda da conversa, onde as crianças desabafam até sobre o desgosto de ser banguelas, Carmen abriu um espaço para elas interagirem com a colega surdocega. Como Andréia está aprendendo a usar o toque para reconhecer as pessoas, cada um pensou num sinal só seu que ela pudesse sentir. Daiane Gomes de Lira, 8 anos, sempre conduz a mão de Andréia para seus cabelos crespos: é a marca que a identifica. A professora Carolina, por sua vez, faz a menina pegar em seu anel.

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Fonte: Revista Nova Escola – Tema Inclusão

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SAÚDE E DEFICIÊNCIA


A Organização Mundial da Saúde divulgou este ano conclusões de grande levantamento das condições de saúde das pessoas com deficiência feita em vários países associados a este órgão. Neste artigo estamos procurando colocar alguns fatos e necessidades ali colocados, merecedores de maior divulgação e esclarecimento para todos, quanto a cuidados gerais, reabilitação, assistência e suporte da pessoa com deficiência.
Pessoas com deficiência apresentam níveis de saúde piores que os da média populacional, a atenção médica deve ser mais abrangente e profunda, pois apresentam mais condições adversas secundárias (como depressão e osteoporose) e desenvolvem precocemente pressão alta, doenças cardiovasculares e diabetes.
São mais vulneráveis à violência social, tem de duas a três vezes mais chance de vivenciar acidentes, tem menos acesso a cuidados preventivos de saúde (inclusive a bucal), com conseqüente expectativa de vida menor.
São mais excluídos dos programas educativos sexuais e de prevenção quanto à HIV e AIDS, por preconceito nosso ou dificuldades dos meios de comunicação de promover campanhas educativas adequadas às diferentes deficiências (como as visuais e auditivas). Também desconhecem o direito ao serviço de saúde mental (incluindo-se medicação).
Quanto à equipe de atendimento, a OMS coloca a necessidade de formação ampliada e mais detalhada a respeito de todas as deficiências, em todos os níveis de atendimento (médicos, técnicos, enfermeiros), propondo planos de carreira positivos, com possibilidade contínua de capacitação, e disponibilidade emocional para envolvimento  , atuando em amplo plano nacional de reabilitação da pessoa com deficiência.
A OMS pede ainda mais atenção de todos para com a figura do cuidador, muitas vezes o parceiro constante da pessoa com deficiência, com a própria vida muito limitada por esta exigente tarefa. Ele precisa de repouso regular, suporte financeiro, informações sôbre serviços disponíveis para esta deficiência e oportunidade de troca de experiências com outros cuidadores.
Finalmente pede que sempre sejam consultadas as pessoas com deficiência sobre a adequação, efetividade e facilidade de acesso aos serviços a ela destinados. São os melhores avaliadores, e muitos podem ser treinados para monitorar a própria saúde.
Resumindo tudo: precisamos nos lembrar que as pessoas com deficiência não tem necessidades especiais, e sim direitos humanos. A questão não é de generosidade, e sim de igualdade. Igualdade de oportunidades para diferentes condições.
‘”A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.” – Hannah Arendt.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Feira do Emprego no bairro Praia Azul leva mais de mil pessoas ao Ciep Milton Santos

Mais de mil pessoas compareceram ao Ciep Milton Santos no sábado (24), na Feira do Emprego, Estágio e Qualificação Profissional. Uma iniciativa do vereador Valdecir Duzzi (PSDB), a Feira chega aos bairros para aproximar aquele que oferece daquele que procura emprego e qualificação profissional.

Durante a abertura Duzzi ressaltou a importância dessa proximidade para a população. “O objetivo é aproximar o cidadão que procura emprego e qualificação profissional daquele que oferece, é unir em um único espaço os envolvidos com a questão do trabalho, salientando a importância da qualificação e capacitação profissional”, disse.

O evento é o primeiro de uma série que pretende levar à outras regiões do município os mesmos serviços. “Essa aproximação faz com que a população seja melhor orientada e informada, uma vez que as instituições envolvidas conseguem dar mais atenção aquele que busca esclarecimento”, afirma o idealizador e organizador Duzzi.

A Feira

O evento é aberto ao público e tem, por objetivo, promover a integração de serviços públicos e privados voltados à intermediação de mão-de-obra e capacitação profissional. Participaram Agências de Recursos Humanos, Instituições de Qualificação, Promoção Social, PAT, Banco do Povo e Ministério do Trabalho.

As pessoas desempregadas, durante a Feira do Emprego, puderam fazer cadastro e verificar oportunidades de emprego no PAT e demais Agências de Recursos Humanos, tirar a primeira ou segunda via da Carteira Profissional, esclarecer dúvidas sobre currículos e entrevistas de emprego com especialistas em qualificação profissional, como FIESP, CIESP, SENAC, SENAI, CIEE, ETEC e demais instituições privadas.

Para as pessoas com deficiência e empregadores em busca de profissionais com esse perfil a Unidade de Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência e APAE mobilizaram vários setores da sociedade para conectar as pessoas portadoras de necessidades especiais aos empregadores. Atualmente contam com 51 empresas parceiras.

A Feira do Emprego estende-se para todos os profissionais que buscam colocação ou recolocação no mercado profissional, bem como para o empreendedor e até o empregador que busca mão-de-obra qualificada.

Assessoria de Comunicação - Câmara Municipal de Americana

Recebi um aluno surdo. E agora?

Peça ajuda. Esse é o conselho da professora livre-docente Roseli Baumel, da Faculdade de Educação da USP. Confira quem pode apoiá-lo

Cinthia Rodrigues

Família
A participação da família ajuda em qualquer caso, mas, se o aluno é surdo, a conversa precisa ser mais constante e aprofundada. Descubra como é a comunicação em casa, desde a linguagem utilizada até o que mais chama a atenção da criança.

Entidades
Procure apoio em uma instituição que atenda os deficientes, como o Instituto Nacional de
Educação de Surdos (Ines), no Rio de Janeiro. Muitos oferecem aulas de libras e dicionários da língua e auxiliam na escolha de materiais para facilitar o aprendizado.
Enquanto a escola não tem sala de apoio, algumas ONGs podem dar aulas de libras e reforço às crianças no contraturno.

Professores
Converse com outros docentes do aluno, de disciplinas diferentes ou anos anteriores.
Procure repetir experiências de sucesso e pergunte também o que não funcionou para evitar os mesmos erros. Busque exemplos em outras unidades de ensino. "É preciso debater o ensino, fazer encontros e trocar informações", diz Roseli.

Governo
Os alunos têm direito a um intérprete, e a escola, a materiais apropriados e a uma sala multidisciplinar. O governo também deve oferecer cursos de libras para os professores. As aulas devem ser dadas em faculdades que fazem convênio com o Ministério da Educação.
Além disso, unidades com mais de 100 alunos podem pedir recursos para a montagem de uma sala de apoio pelo Programa Escola Acessível. Informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 2104 -9258/ 2104-8651.

Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.