sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Do "New York Times"

A felicidade onde você menos espera

Quando Thomas Jefferson declarou "a busca da Felicidade" como um direito inalienável em seu rascunho da Declaração da Independência Americana, ele provavelmente não esperava que um dia isso se tornasse uma disciplina acadêmica.
Especialistas do novo campo de estudos da felicidade descobriram que as experiências tendem a tornar as pessoas mais felizes do que as posses. Dois professores, Amit Bhattacharjee e Cassie Mogilner, elaboraram um estudo para descobrir quais experiências tornam as pessoas mais felizes e por quê. O que eles constataram repetidamente foi que, à medida que as pessoas envelhecem, elas passam a desfrutar mais as experiências simples. Na verdade, com o passar do tempo, a probabilidade de ficar contente com coisas do dia a dia se iguala ao prazer de viagens exóticas ou refeições em restaurantes caros.
Os próprios pais de Bhattacharjee, imigrantes indianos, foram objeto de estudo. Quando seu irmão mais novo entrou na faculdade, os dois filhos enviaram aos pais vales para restaurantes e ingressos de teatro para que pudessem desfrutar da nova liberdade. "O interesse deles foi zero", disse Bhattacharjee em entrevista ao "The New York Times". "Eles realmente apreciam as coisas simples."
Ele se deu conta de que o conceito de valor para seus pais era diferente do que a sociedade de consumo lhe indicava.
Seu pai, Arun Bhattacharjee, 73, está aposentado há vários anos e passa os dias lendo jornais e livros e passeando perto de sua casa em Audubon, na Pensilvânia. Alguns prazeres de fato têm seu preço, mas isso não significa adquirir bens. Muitos empresários estão promovendo a economia do aluguel.
"Nosso código de valores mudou com uma geração mais jovem", disse Jennifer Hyman, cofundadora e executiva-chefe da Rent the Runway, onde vestidos de grife podem ser alugados por uma noite a um preço bem abaixo do valor normal. "Estamos atualmente em um estado de espírito no qual queremos adquirir mais experiências. Acabou a geração 'MTV Cribs' dos anos 90, do 'ostente quanto dinheiro você tem'."
Uma pesquisa recente indica um inesperado bolsão de felicidade: pessoas com síndrome de Down podem vivenciar mais momentos felizes e de sucesso do que muitas pessoas acreditam, noticiou o "Times", o que contraria alguns conselhos para interromper a gestação desses bebês porque a vida deles seria difícil.
Famílias com crianças portadoras da síndrome de Down mostram níveis de bem-estar que superam aqueles de famílias com crianças com outros tipos de deficiências, e às vezes se equivalem aos de famílias com filhos sem deficiências, apontam os estudos. Essas características incluem menos divórcios em comparação às famílias em geral, segundo o "Times".
Talvez o lugar para encontrar a verdadeira felicidade seja no campo, como diz aos turistas uma cidade em dificuldades no vale do Hudson. New Lebanon está se promovendo como um "museu vivo da vida americana rural contemporânea", em um esforço para atrair turistas a uma região de economia desaquecida, cerca de duas horas ao norte da cidade de Nova York.
Quem compra bilhetes para o roteiro "Veja! New Lebanon" vê a cultura rural de perto, com passeios por fazendas, florestas, currais e uma pista de corrida.
Colby Gail, dono da Fazenda Climbing Tree, cria porcos da raça rara Mulefoot, que se alimentam de larvas em madeiras, nozes e outros alimentos silvestres. Ele assume o papel de guia das delícias da vida no campo.
Gail, 34, considera seus porcos de raça -felizes, saudáveis, rijos, com 180 kg cada um- como um projeto artístico. "Fazemos um grande esforço adicional para criar algo bonito", disse.
TOM BRADY
Envie comentários para nytweekly@nytimes.com
    Disponibilizado no Jornal "Folha de São Paulo" 11/09/2014

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