sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Climate Summit: criando cidades melhores e mais sustentáveis

As cidades são a linha de frente das mudanças climáticas; qualquer solução precisa ser focada nas áreas urbanas (Foto: karmacamilleeon/Flickr)
Este post foi escrito por Stephen M. Rosspresidente e fundador da Related Companies, e Andrew Steer, presidente e CEO do WRI (World Resources Institute), e publicado originalmente no Huffington Post.
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As cidades estão crescendo a uma taxa de 1,4 milhão de pessoas a cada semana. Essa mudança, considerável, está criando comunidades cada vez mais densas que podem se tornar centros de inovação e oportunidades econômicas. Essas cidades podem também ser mais saudáveis, com ar mais limpo e mais resiliência, mas apenas se governantes e líderes municipais influentes tiverem a visão necessária para enfrentar os desafios do século XXI.
Nova York, que sedia a UN Climate Summit, tem sido um exemplo de cidade no que diz respeito a estratégias de desenvolvimento sustentável, com o PlaNYC (leia mais a respeito aqui) – iniciado pelo ex prefeito Michael Bloomberg – e um escritório que trabalha exclusivamente para tornar a cidade mais resiliente frente a fenômenos naturais extremos e outros impactos relativos ao clima. Ao longo da última década, a economia de Nova York cresceu e suas emissões de CO2 caíram 19% em relação aos níveis de 2005, colocando a cidade um passo a frente em sua meta de reduzir as emissões em 30% até 2030.
Mas nem todas as cidades têm uma visão de futuro como Nova York. Muitas estão se expandindo sem controle, espalhando-se em vez de crescer, construindo em terrenos mais baratos mas com um impacto ambiental muito mais grave. O resultado tende à ineficiência: mais congestionamentos e poluição e sistemas de água e energia caros e insustentáveis. A infraestrutura urbana criada hoje pode durar até o próximo século, carregando consigo um perigoso caminho de alto carbono.
O desafio é grande. As cidades são a linha de frente das mudanças climáticas: 23 das 25 maiores cidades dos Estados Unidos estão próximas da costa, onde o nível dos oceanos, tempestades e fenômenos extremos representam riscos ainda maiores. Nós todos vimos como o Sandy expôs a vulnerabilidade mesmo de uma cidade como Nova York.
As cidades também consomem 70% da energia global e produzem 70% das emissões de gases do efeito estufa relacionados à energia. E muitas estão crescendo de forma desestruturada, o que leva a massivos custos econômicos, sociais e ambientais. Nos Estados Unidos, a expansão urbano desordenada gera um custo estimado em 400 bilhões de dólares por ano com serviços públicos como água e coleta de resíduos, a necessidade de maiores investimentos em estradas e demais infraestruturas e um aumento nos índices de congestionamentos, acidentes e poluição.
No entanto, se bem planejadas, as cidades podem se tornar centros de inovação e avanços tecnológicos. Exemplos encorajadores de economias que estão prosperando podem ser vistos ao redor do mundo, incluindo Estocolmo, Portland e Singapura.
O relatório Better Growth, Better Climate: The New Climate Economy (Crescimento Melhor, Clima Melhor: A Nova Economia Climática, em tradução livre), recém lançado pela Comissão Global de Economia e Clima (o WRI é um dos oito parceiros de pesquisa), mostrou que o mundo pode economizar 3 trilhões de dólares nos próximos 15 anos apenas construindo cidades mais compactas, eficientes e conectadas.
Claramente, qualquer solução paras as mudanças climáticas precisa ser centrada nas cidades. A UN Climate Summit tem as cidades como foco principal, e espera-se que as centenas de prefeitos e demais governantes presentes firmem compromissos que acelerem a transição para um futuro de baixo carbono. Um exemplo é o anúncio a respeito de um novo Pacto de Prefeitos, uma iniciativa que levará a reduções mais profundas nas emissões urbanas.
O primeiro passo para reduzir as emissões é medi-las. Subjacente ao Pacto está um esforço do WRI, o Grupo de Liderança Climática das Cidades do C40, e do ICLEI para criar um novo padrão para medir as emissões nas cidades. Pelo menos 60 cidades no mundo já usaram esse sistema, identificando as principais fontes de suas emissões e as oportunidades para reduzi-las. Esse é apenas um exemplo das inovações de que precisamos para pensar e construir as cidades de um jeito novo.
É hora de mudar o paradigma do desenvolvimento urbano. Mas isso só será verdadeiramente possível por meio de lideranças fortes e real comprometimento em fazer da mudança uma realidade. Esperamos que os líderes percebam e aproveitem as oportunidades hoje para criar cidades mais sustentáveis e prósperas para o futuro.
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Em parceria, os dois autores criaram recentemente o WRI Ross Center for Sustainable Cities, uma iniciativa que vai captar ações em prol do desenvolvimento urbano sustentável e melhorar a vida das pessoas em cidades ao redor do mundo.
Siga Andrew Steer no Twitter: @AndrewSteerWRI
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