Uma semana antes do início da Cúpula do Clima da ONU, a Comissão Global sobre Economia e Clima, juntamente com a ONU, divulgaram nesta terça-feira (16) o relatório “Crescimento Melhor, Clima Melhor: A Nova Economia do Clima“. O presidente da Comissão e ex-presidente do México, Felipe Calderón destacou que os novos dados refutam a ideia de que os governos devem escolher entre combater as alterações climáticas e investir para o crescimento da economia.
A reportagem foi publicada pela ONU Brasil e reproduzida pelo portal EcoDebate, 18-09-2014.
“Sim, é possível termos um melhor crescimento econômico e um melhor clima. Sim, é possível criar empregos e reduzir a pobreza e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono que ameaçam o nosso futuro. Sim, é possível, mas precisamos fazer algumas mudanças fundamentais e escolhas inteligentes”, disse Calderón, ressaltando que um número crescente de empresas, cidades e países estão mostrando na prática que isto é “perfeitamente possível”.
Com duração de um ano, o estudo foi conduzido por uma Comissão composta de 24 líderes de governo, negócios, finanças e economia de 19 países e realizado pelos principais institutos de pesquisa do Brasil, China, Etiópia, Índia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o relatório é oportuno visto que as emissões de gases de efeito estufa estão em níveis recordes e os efeitos da mudança climática estão sendo caros e consequentes. “Temos que gerir o risco climático para o – sustentado e sustentável – progresso econômico. Precisamos de uma transformação estrutural na economia global”, acrescentou.
Previsões do relatório
O relatório estima que ao longo dos próximos 15 anos, 90 trilhões de dólares devem ser investidos na infraestrutura das cidades, agricultura e energia nos sistemas econômicos mundiais, sendo isto uma oportunidade para investir no crescimento do baixo carbono e trazer vários benefícios, como a geração de empregos. A Comissão calcula que, se as recomendações forem totalmente implementadas, é possível atingir até 90% das reduções de emissões necessárias até 2030 e assim evitar os efeitos negativos da mudança climática. Contudo, para atingir essa meta é necessário uma ação decisiva dos governos.
“Hoje estamos dando 600 bilhões de dólares em subsídios para os combustíveis fósseis, mas apenas 100 bilhões de dólares para apoiar as energias limpas a cada ano. Estamos pagando para poluir. Isso não pode continuar”, insistiuCalderón.
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