segunda-feira, 24 de março de 2014

Comunicação em todos o níveis - isto é que é preciso!

Fonte: http://www.aterceiraidade.com/diversos/navegar-e-preciso-e-faz-bem-ao-cerebro-o-impacto-da-internet

Navegar é preciso e faz bem ao cérebro: o impacto da Internet nas funções cerebrais dos idosos-Parte I

Postado por: ABG - Associação Brasileira de Gerontologia | Em: Diversos
Imagem: ShutterstockImagem: Shutterstock
Navegar pela Internet demanda um conjunto de habilidades cognitivas e motoras essenciais para manter um cérebro saudável. Por exemplo, quando lembramos os procedimentos adequados para navegar na Internet, utilizamos a nossa memória de longo prazo, associada a procedimentos (ex.: ligar o computador, abrir o programa para acessar a Internet, digitar um endereço de um site, etc.). Quando acompanhamos as informações e ações já realizadas, utilizamos a nossa memória de curto prazo ou memória de trabalho. Para estruturar as ações necessárias na ordem correta, fazemos uso de nossas funções executivas (habilidades ligadas à organização e execução de uma determinada tarefa, por exemplo). Durante a navegação, localizamos informações relevantes e irrelevantes, mas graças a nossa percepção visual e certo nível de atenção, conseguimos separar o joio do trigo, habilidade essencial para uma boa memorização.
Por ser extremamente estimulante o funcionamento cerebral é alterado após uso do computador, conforme apresentado em estudo recente do pesquisador Small, em 2009, onde se avaliou 24 adultos maduros e idosos que faziam buscas na Internet. Ainda segundo o mesmo autor, navegar na Internet é tão instigante quanto ler um livro. Na figura 1, a imagem à esquerda mostra, em verde, as áreas do cérebro ativadas durante a leitura de um livro. A imagem à direita registra a atividade cerebral durante a navegação na Internet. As áreas do cérebro envolvidas durante a navegação na Internet são semelhantes às da leitura, com um acréscimo importante – destacado em vermelho. Trata-se do córtex pré-frontal, que permite às pessoas tomarem decisões rápidas e ativarem a resolução de problemas enquanto avaliam informações complexas (ver Figura 1).
Figura 01
Figura 1. Padrões de ativação cerebral durante a pesquisa na Internet.
Dessa maneira, a Internet pode ser uma fonte de exercícios para o cérebro, atenuando a degradação provocada pelo envelhecimento. Tais benefícios foram evidenciados na pesquisa realizada por McConatha e Dermigny, em 1994, na qual utilizaram computadores conectados à Internet por seis meses com 14 pessoas com 59 e 89 anos. Os serviços utilizados para navegação consistiam em e-mail, acesso a uma enciclopédia digital, painéis, jogos educativos e recreativos e outras aplicações. Os resultados mostraram que houve melhora no desempenho intelectual e nas atividades do dia a dia, ou seja, concluíram que o computador é um recurso rico que, quando conectado à Internet, pode trazer benefícios à pessoa que o utiliza.
Mas, atenção! Para promover a inclusão das pessoas idosas no contexto do mundo digital, deve-se levar em conta a sua linguagem, sua história de vida, suas alterações cognitivas, emocionais e físicas, entre outras singularidades. É importante também mapear os princípios pedagógicos orientadores e facilitadores da aprendizagem do idoso. Pois, a geração nascida no universo de ícones, imagens, botões e teclas, transita na operacionalização com desenvoltura nesta cena visionária de quase ficção científica, mas a outra, nascida em tempos de relativa estabilidade, convive de forma conflituosa com as rápidas e complexas mudanças tecnológicas, cuja progressão é geométrica.
Portanto, tendo-se essas particularidades em mente, na parte dois deste texto traremos mais informações e dicas para todos que querem aprender ou se aperfeiçoar na área da informática, ou apenas se interessam por esse assunto.
Não percam a próxima publicação!
Aguardem…
Texto por: Tiago Nascimento Ordonez (Gerontólogo e Pós-Graduando em Informática em Saúde pela UNIFESP), Eva Bettine de Almeida (Gerontóloga e Pós-graduanda em Reabilitação Neuropsicológica pelo HC/FMUSP) e Thais Bento Lima-Silva (Gerontóloga e Doutoranda em Neurologia pela USP).

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