terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Caso real - "Deus já me deu muito mais do que eu mereço!

Blog Misture Tudo-Deus já me deu muito mais do que eu mereço!

Casamos mocinhos, eu Carlos, com 21, ela Maria com 17, em Campo do Meio, Minas Gerais. Faz vinte e tantos anos que saí de lá e garanto a vocês que todos ainda me dariam crédito, em cada vendinha, em cada armazém de esquina. Sabem que pago minhas contas sempre em dia. Sempre mesmo! Minha esposa ralha comigo dizendo que crio sofrimento achando que todos deveriam ser corretos com todos, e que o mundo não é bem assim. Mas não tem jeito, cobro isto dos filhos também, acho importante para a vida deles, mesmo todos sendo já adultos. Temos duas filhas, uma com vinte e um anos e a mais velha com trinta e tres, o filho tem trinta e cinco Resolvemos mudar para Americana assim que os primeiros nasceram buscando um trabalho melhor do que a lavoura. Consegui ser ajudante de mecânico e depois caminhoneiro. Neste trabalho você tem muito tempo para pensar na vida. Parei de fumar e de beber bebida alcoólica – que exemplo eu estaria dando para os meus filhos? Já faz vinte e dois anos que tomei esta decisão e cumpri o que tinha me prometido. Temos netinhos e sempre ensino a me chamar de Senhor e a pedir a minha benção. Como fiz com meus filhos e afilhados Para mim, é questão de respeito, pai é pai, é amigo depois de ser pai, avô idem. Maria nunca me cobrou nada, sempre parceira, mas ela é mais moderna, não cobra esse tratamento. Mas é uma avó que se multiplica, feliz em atender todos da família, dá gosto de ver. Se antes ela me tratava bem, agora me trata melhor ainda! Nunca deixei faltar nada em casa, mesmo viajando muito como caminhoneiro. Aposentado, por tempo de serviço, fui carreteiro. Como tenho 57 anos hoje, sei que estou prá lá do meio da fila! Há cinco anos passados comecei a sentir muita dor na altura do estômago, e os exames confirmaram a existência de um câncer, absolutamente isolado, que não comprometeu nenhum outro órgão, escapei de fazer radio/quimioterapia. Graças a Deus, não voltou! Com cinqüenta e cinco anos, estava no velório de um querido amigo, e não é que ele queria me levar junto com ele? Enfartei, mas eu vinha colaborando seriamente para isto acontecer – amo comer bobagens, do tipo torresmo, costela com mandioca. Cortei pela metade, mas, na sinceridade, deveria ter cortado mais! Ainda estou “pesadinho”. A família de meu pai é toda complicada para o lado do cardíaco – ele morreu do coração, aos trinta e cinco anos. E a minha mãe, que adorava comer, como eu adoro, foi levada há dois anos por severa diabete – há muitos casos em sua família. A doença tirou seu andar, impôs o uso de sonda e de viver deitada em uma cama, levou a sua voz, quanto mais o poder comer de tudo o que gostava. Fico preocupado com estas minhas possíveis heranças genéticas, operei meu coração depois do enfarto, foram quarenta dias esperando pela cirurgia e dez de UTI. Hoje tenho cinqüenta e sete anos, parei de fazer carreto, querendo me dar mais tempo, curtir mais a vida, e a querida família. Agora somos de novo só um casal e minha esposa ainda trabalha com vendas, lá em casa mesmo. É o suficiente para nós dois.  O médico pede caminhadas- será que uma vez por semana está bom? E olha que não faço mais nada, a coisa mais difícil que existe é ficar à toa! Há três anos que faço hidroginástica – gosto muito fico bem levinho depois da aula! Sou católico ativo, participo de grupos de trabalho, e faço darem boas risadas. Gosto de me aproximar das pessoas, gosto de levar a vida sempre na alegria. “A felicidade gosta de entrar em lares nos quais reina o bom humor” – Provérbio japonês.

Caso real. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com.


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