segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Fôlego materno!

DOM, 17 DE AGOSTO DE 2014 14:07      ACESSOS: 207
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Fotos: reprodução/Diário Catarinense
Uma mulher com um coração imenso, que já tem duas filhas biológicas adultas, acabou de adotar um rapaz de 26 anos com Down.
O nome dele é Josué, um criança que passou sua vida toda em abrigos e viveu 2 vezes o drama de ser adotado e depois rejeitado pelas famílias.
Até que surgiu Maria de Lourdes Apolinário, a Lurdinha, 51 anos, que colocou acima da deficiência genética, o afeto que desenvolveu por ele e se tornou sua mãe adotiva.

O caso dessa adoção tardia, que se opõe à preferência da maioria dos interessados por adotar crianças pequenas e saudáveis, está sendo considerado inédito em Santa Catarina, onde mora a família.
Josué tem diagnóstico clínico de síndrome de Down e rendimento de Deficiência Mental Moderada.

Por falta de estímulos, ele apresenta atraso no desenvolvimento da linguagem e alteração de órgãos fonoarticulatórios e funções neurovegetativas. 

Mas, desde que começou a ser acompanhado por uma fonoaudióloga, apresenta melhoras.
"Minha mamãe", já diz Josué, quando retorna de atividades como natação, ou da oficina de reciclagem de papel onde convive com outros jovens com exigências semelhantes.

Em novembro termina o prazo da guarda provisória. Se tudo continuar correndo bem, a guarda definitiva será concedida. Josué passará a se chamar Josué Antônio (em homenagem ao companheiro de Maria de Lourdes, o Toninho) Apolinário e terá oficialmente duas irmãs, Érica e Natália.

O encontro
Mãe e filho se conheceram em setembro de 2012, em um jantar organizado pela Cooperativa Social de Pais e Amigos Portadores de Deficiência (Coepad).

"Naquela noite, se mostrando afetivo e educado, ele veio por três vezes até a nossa mesa nos cumprimentar", recorda Lurdinha.

No começo, ela pensou que o rapaz sorridente seria filho de um associado. Até descobrir ser um jovem abrigado no Centro Educacional São Gabriel, instituição mantida pelo Estado, localizada em São José, na Grande Florianópolis.

Aos poucos, e com autorização judicial, Lurdinha conseguiu se aproximar de Josué. Começou a visitar o Centro Educacional e a relação de carinho entre os dois crescendo com passeios e o convívio familiar.

Passado
Lurdinha começou a buscar o passado do rapaz. Descobriu que com 8 dias de vida ele foi entregue pela mãe para uma família, no Sul de Santa Catarina. 

A primeira adoção não deu certo. O menino foi devolvido ao Fórum meses depois. 

Uma adoção legal chegou a ser feita depois, mas o menino foi novamente levado para a Justiça da Infância e Juventude.
O garoto ficou então aos cuidados de uma família protetora. Mas ao completar 12 anos _ quando pela legislação deixa de ser criança _ precisou sair e foi encaminhado ao Centro Educacional São Gabriel até maio deste ano.

Vida nova
Agora Josué tem a vida que merece: mora com a nova família em um aconchegante apartamento no Centro de Florianópolis. 

Nesta semana ele ganhou uma festa de aniversário para comemorar os 26 anos. 

Entre os presentes, um que parece ter gostado muito: uma gaitinha de boca. Ideia da fono, que com isso pretende ajudá-lo a exercitar movimentos que estimulam a fala.



Lei desconhecida
Maria de Lurdes Apolinário conseguiu a guarda de Josué em apenas 10 meses.
O trâmite rápido do processo, que aproximou mãe e filho, é devido a uma lei desconhecida por muita gente. 

Assinada em fevereiro deste ano pela presidente Dilma Rousseff, ela dá prioridade de tramitação de adoção de crianças e adolescentes com deficiência ou doença crônica.

A autora da proposta, a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), justifica que a medida pretende acelerar o processos de adoção dessas crianças e adolescentes. Mas manterá os critérios estabelecidos em lei. 

A intenção, esclarece a parlamentar, não é pular etapas ou afrouxar procedimentos. 
Crianças com deficiência ou com doenças crônicas representam cerca de 10% das crianças que estão em abrigos à espera de adoção no país.

A especificidade do caso chegou ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde Lurdinha trabalha. 
Quando exercia o cargo de presidente em exercício, o desembargador Torres Marques concedeu à servidora licença de adoção de seis meses. 

Foi uma concessão excepcional pelo fato de o rapaz ter permanecido em abrigos desde o nascimento e ser incapaz para quase todas as coisas que fazem parte da nova rotina.

Com informações do DiárioCatarinense
Fonte:http://sonoticiaboa.band.uol.com.br/noticia.php?i=5430

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