sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Da aparência para a essência.

VELHICE NÃO É DRAMA, SE VOCÊ NÃO É FIXADA EM BELEZA

12ago
Envelhecer é a chance de se libertar das obrigações da vida adulta
Mirian Goldenberg: Chance de se libertar das obrigações da vida adulta
O conceito da bela velhice foi criado pela conhecida antropóloga e escritora paulista Mirian Goldenberg, uma estudiosa do envelhecimento. Mirian falou sobre o tema ao participar do programa Café Filosófico, da TV Cultura, e citou a escritora francesa Simone de Beauvoir, para quem “quem investe muito na aparência vai ter uma velhice complicada”. Segundo a antropóloga, só terá direito à bela velhice, quem investir na criatividade, quem tiver novos projetos e quem enxergar essa fase da vida como um tempo de oportunidades.
Leia o artigo e, em seguida, veja o programa da TV Cultura:
a velhice não é um problema para quem não se preocupa apenas com beleza. para muitos, é a chance de se libertar das obrigações da vida adulta e dar início a projetos e atividades criativas, diz a antropóloga mirian goldenberg no café filosófico cpfl
quem investe muito na aparência vai ter uma velhice complicada, escreve simone de beauvoir no livro “a velhice”. para a escritora francesa, é inevitável que o corpo se transforme, mas muitas pessoas, sobretudo mulheres, se transformam em monstros para disfarçar as mudanças inerentes à velhice.
“e para quem a velhice não é complicada? para quem tem projetos de vida ou investiu em outros capitais. por exemplo, para quem trabalha com a criatividade, como professores e escritores. muitos descobriram na velhice a sua vocação”, afirma a antropóloga mirian goldenberg no café filosófico cpfl que a tv cultura levou ao ar no domingo, 03 de agosto.
no programa, goldenberg citou o exemplo de artistas como caetano veloso, gilberto gil, chico buarque, rita lee e marieta severo para lançar um desafio: “duvido que alguém consiga encontrar neles um retrato negativo de envelhecimento. são pessoas chamadas “sem idade”. fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo ‘seja velho’”.
para a antropóloga, o trabalho com criatividade e a condução de projetos pessoais fazem da velhice uma oportunidade para a construção de uma nova vida. “em meu trabalho, encontrei homens e mulheres que depois os 60 foram cantar em coral. mulheres que foram dançar. que vão para as academias e vão fazer ginastica, ou pilates, e adoram fazer. que curtem os netos, não por obrigação, mas porque curtem passear, viajar, levar os netos ao cinema. que fazem cursos, palestras, faculdades. e vão ao teatro.”
ela diz identificar, no entanto, diferenças nas formas de encarar a velhice no discurso entre homens e mulheres. “o projeto de vida para os homens é mais ligado a atividades profissionais, mesmo não remuneradas, e às famílias. eles sempre falam da família de modo positivo. para as mulheres, não. as mulheres mais velhas não falam tanto de trabalho. o significado de vida para elas tem mais a ver com liberdade de escolha e coisas que não poderiam fazer antes. para muitas delas o casamento foi uma espécie de prisão: elas tiveram de cuidar da casa, dos maridos e dos filhos durante muitos anos.
segundo goldenberg, a chegada dessas mulheres à “bela velhice”, nome de seu livro inspirado na obra de simone de beauvoir, coincide com a libertação das obrigações dentro de casa. a sensação de liberdade tem início a partir dos 50 anos e se intensifica aos 60. “aos 75 fica excelente.” Clique aqui para ver o programa.

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