sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ILKA - Caso Real - a história contada por ela mesma!

Recebí por e-mail :
Ilkinha Santos <ilkasantos102@hotmail.com>
26 de out (6 dias atrás)
para mim
Olá
Sou enfermeira, 51 anos, aos 33 após um acidente de carro fiquei paraplégica, porém isso nunca me impediu de continuar a trabalhar  e sonhar. Hoje venho aqui pedir que ouça uma das faixas de um cd que gravei em junho em minha casa com um amigo que tem um studio. O motivo de ter sido gravado aqui foi o fato morar no interior da Bahia, termos poucos estudios e os que tem não tem acessibilidade. Sou completamente apaixonada pela música, estudei piano quando criança e agora estudo violão. Eu não sei que direção tomar e gostaria de saber se vc poderia me dar ao menos essa direção ou me divulgando meu trabalho no seu blog.
Muito obrigada, abaixo um link do youtube e outro com outras faixas do cd.
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kehLM_W1_Lk
https://soundcloud.com/ilka-santos
meu perfil do facebook
https://www.facebook.com/ilkasantos102
e minha fanpage
https://www.facebook.com/IlkaCd?fref=ts

E também a sua história de vida e momento atual, escrito por ela mesma. Divulgo aqui como exemplo de alegria pela vida e luta pelo crescimento pessoal, o que é bom para todos!

Minha História

Há 17 anos , tive um relacionamento com um rapaz, em que fui muito feliz, porém ele nutria

por mim um ciúme doentio.Em um de nossos passeios, fomos a casa de praia dele aonde

já estavam sua irmã e o namorado dela.O fato é que ele cismou que o rapaz estava me

paquerando, então, na volta para casa, ele dirigia em alta velocidade apesar dos meus apelos e

sofremos um acidente automobilístico do qual resultou em um Traumatismo Raqui-medular e

consequentemente em paraplegia o que mudou completamente minha vida.

Gostaria de deixar claro que quando falo que minha vida mudou, não significa que foi para

pior em todos os aspectos. As pessoas se perguntam, como não foi para pior se ela parou de

andar?

É isso mesmo, a partir daquele dia eu não pude mais andar, mas ainda tinha muitas coisas para

fazer na minha vida, haviam dois caminhos para trilhar, e apenas eu poderia escolher, que

seria ficar e lutar ou entregar os pontos e viver uma vida cheia de sofrimentos. Decidi então

que deveria lutar, por mim, pela minha vida, e pela vida daqueles que até então dependiam de

mim.

Essa foi a melhor escolha que eu poderia fazer.

Sou enfermeira e na verdade em momento nenhum pensei que não conseguiria continuar

exercendo minha profissão, que pra mim era tão importante, pois sempre amei o que fazia.

Tive um grande apoio dos meus colegas, amigos e familiares. Na época minha querida

mãezinha estava ainda entre nós e foi muito importante nesse momento, pois com ela eu

sabia que poderia contar sempre e assim aconteceu.

Meu namorado foi sempre presente e depois de 5 anos terminamos o namoro justamente por

causa do ciúme dele que nunca melhorou, pelo contrário, só piorou.

A nova situação veio mostrar o quanto certas coisas nas nossas vidas, coisas que as vezes nos

parecem tão pequenas, insignificantes, mas que passam a valer muito. Hoje posso dizer que

sou uma pessoa melhor, cheia de erros e acertos como todo ser humano, mas consigo fazer

minha auto avaliação com mais clareza, digamos que sem "puxar a sardinha pra meu lado "

Tudo começou em no dia 10 de março de 1996,estava retornando de um passeio na praia,

quando o carro derrapou e aconteceu o acidente.

Engraçado como naquela hora eu mantive a calma total, conseguia instruir as pessoas de como

me posicionar, me pegar e até mesmo transportar, e assim foi feito. Era como se meu espírito

tivesse por alguns instantes saído do meu corpo e ficasse do lado de fora dizendo o que fazer,

foi assim que me senti.

No momento do acidente, imediatamente ouvi um " estalo" na coluna e em seguida tive a

sensação de que minhas pernas inflavam, logo percebi que minha medula havia sido atingida,

isso devido ao fato de ser enfermeira e ter uma certa experiência no assunto.

Dali em diante, até a chegada ao hospital, tudo que lembro é que as dores no local eram muito

intensas, quase que desesperadoras. Chegando ao hospital que trabalho, as pessoas que lá

estavam e me conhecem , ficaram muito assustadas, ao ver que a vítima dessa vez era uma

colega.

Os dias que se seguiram foram dificéis, dez dias depois fiz uma cirurgia para estabilizar a

coluna,artrodese(haste). Após alguns dias fui transferida pra o Hospital Sarah em salvador para

iniciar então minha reabilitação.

Lá fiquei 4 meses, costumo dizer que foram os piores de minha vida, não tanto pelo hospital,

mas por estar longe de minha mãe e meus 3 filhos,gemeas de 29 anos e um rapaz de

23.......todos gatos rs

Eu não via a hora de poder voltar pra minha família e meu trabalho. No início esse retorno ao

trabalho foi dificil, pq algumas pessoas achavam impossível que eu pudesse retornar as minhas

atividades. Um dia um vizinho meu chegou a me dizer que eu jamais conseguira retornar ao

trabalho, e que eu deveria dar aulas particulares, essa era a decisão que ele havia tomado por

mim,respondi a ele que iria voltar na minha profissão, ele ficou perplexo e fez um ar de duvida,

porém todos os dias ele me vê saindo para trabalhar.

Coordenei o setor de Clínica Cirúrgica durante vários anos, passei em um concurso para

ser professora da Univerisidade Estadual da minha cidade, fui professora do curso Técnico

e,coordenadora de enfermagem do SAMU e de um hospital estadual, no qual trabalho ,

durante 5 anos e atualmente sou enfermeira da Comissão de Captação de Órgáos e Tecidos

para Transplantes, é difícil lidar com a dor da morte, mas quando lembro que através disso

estarei ajudando outras pessoas que tem cada dia menos esperança de sobreviver e outras

que nunca viram a luz do dia, eu me reinvento e parto para a entrevita com a família, digo

reinventar porque cada caso é um caso, e deixo que meu coração decida como falar com essas

pessoas em um momento tão difícil.

Há anos tenho o sonho de gravar um cd, pois sempre fui muito “musical”, desde o ventre,

já que meu pai tocava sax para mim nessa época, depois aos 7 anos fui estudar piano,

posteriormente nos mudamos para o Rio de Janeiro onde estudei por 7 anos na Escola

Nacional de Música, comecei a estudar violão e meu professor que todos os anos faz uma

apresentação com seus alunos e convidados para cantar , me disse que queria que eu cantasse

também, e foi assim que o sonho de cantar foi se tornando realidade. Me apresentei em dois

shows dele, cantando e tocando violão e a vontade de gravar o cd foi crescendo até que em

junho desse ano, com a ajuda de um amigo que tem um estúdio gravamos o meu cd, em

minha casa, pois como todos os outros estúdios da minha cidade, o estúdio dele não tem

acessibilidade.

Vendi 400 cds aqui na minha cidade entre meus amigos, e amigos de amigos, sei que não é

muito, mas para mim é uma grande vitória, pois é através disso que divulgo e tenho grana

para reproduzir mais CDs e colocar em rádios etc. Tenho um show programado para 7 de

dezembro e espero fazer um bom vídeo dele para divulgação e quem sabe um dia poder levar

a minha voz para o Brasil, pois cantar é bom demais, é algo indescritível, ver as pessoas felizes,

e ouvir elas me dizendo que se sentem em paz quando ouvem minha voz, isso não tem preço.

Resumindo eu sou muito feliz

3 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada dizemos todos nós por poder aprender um pouco com você sobre o que realmente é essencial na vida. Você canta com sua voz e com sua leveza para viver!Abraços, Beth.

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    2. Obrigada dizemos todos nós por poder aprender um pouco com você sobre o que realmente é essencial na vida. Você canta com sua voz e com sua leveza para viver!Abraços, Beth.

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