sexta-feira, 22 de novembro de 2013

"Amor na primeira "esbarrada"" - Caso Real

AMOR NA PRIMEIRA “ESBARRADA”


   Sou Leandro, tenho 34 anos, sou deficiente visual, trabalhando todos os dias, já faz um ano, em callcenter da empresa NET, que é maravilhosamente inclusiva, em minha opinião.  Falo isto pelo clima-delícia de trabalho e pela amplitude do acolhimento – tenho colegas deficientes auditivos, intelectuais, visuais e físicos. . Sou massoterapeuta formado, faço massagens anti-stress de dez minutos de duração, tenho horários agendados dos funcionários da empresa para todo o dia, somos três deficientes visuais nesta tarefa, tem gente que gosta tanto que agenda três sessões por semana. Mas quero contar porque estou meio “bobo”, super-confiante, com a auto-estima elevada. Faz um ano também que conheci Rosangela, e depois de tocar sua mão, ouvir sua voz, sentir seu cheiro, percebi que era sério, nunca tinha sentido nada parecido. Ela não pensava em casamento, depois de me conhecer mudou de opinião. Os amigos me contam que é muito bonita. Eu vejo a beleza de dentro. Estamos de casamento marcado para março/2014, eufóricos, queremos fazer nossos próprios convites, nossa decoração, queremos todos nossos amigos presentes e ela quer convidar seus alunos deficientes auditivos, de seu trabalho voluntário. Por profissão é professora do ensino fundamental. Teremos intérprete de Libras e vamos lutar para ter audiodescrição. Trocamos conhecimentos – ela está me ensinando Libras para eu poder me comunicar com meus colegas deficientes auditivos, e ela está conhecendo as particularidades da vida do deficiente visual convivendo comigo. Ela não me trata como deficiente, e sim como igual, diz que tem orgulho de andar comigo (e minha bengala) na rua. Ela entende minha luta, é parceira. “Todo ser é potência, e a potencialidade de cada um se desenvolve na relação.”-Spinoza.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com

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