terça-feira, 12 de novembro de 2013

Longevidade agrava risco social/Brasil

Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2013/11/longevidade-agrava-risco-social-4325131.html

Expecativa ampliada08/11/2013 | 05h04

Longevidade agrava risco social

Na mão inversa do aumento da expectativa de vida, a taxa de fecundidade desabou de 6,16 filhos para 1,7

Longevidade agrava risco social Mateus bruxel/Agencia RBS
Estimativa é que idosos representem 29% da população brasileira em 2050Foto: Mateus bruxel / Agencia RBS
O envelhecimento da população e a piora na proporção entre pessoas que contribuem e as que recebem benefícios tende a agravar as condições da Previdência Social.
— A Previdência está desprevenida — diz o economista Jackson Busato, autor do livro Vida no Azul.
Atualmente, o benefício de cada aposentado é pago por 1,5 trabalhador da ativa. A projeção é de chegar a 1 por 1 em 2032, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2050, a projeção é de que a relação seja de 0,7 contribuinte para cada aposentado.
— O Brasil está vivendo o processo de envelhecimento mais rápido do mundo — diz o vice-presidente da Icatu Seguros, César Saut.
Em palestras, o executivo lembra que a proporção de idosos aumenta fortemente no Brasil. Eram 4,9% em 1950, chegando a 10,2% em 2012 e estimativa de chegarem a 29,7% da população em 2050.
— Tínhamos 10 idosos para cada cem jovens 1980 e estima-se que, em 2050, serão 172 para cada 100 jovens — afirma Saut.
O executivo alinha os dados e indica que, na terceira idade, os custos com saúde passarão a exigir uma fatia maior do orçamento.
— Imagine uma pessoa que ganha R$ 10 mil mensais e tem plano de saúde na empresa. Quando se aposentar, ela passará a receber benefício da Previdência de, no máximo, R$ 4.195, mas terá ainda o ônus da conta do plano de saúde para pagar. Além de ter perdido 60% da receita, apareceu uma nova despesa. A previdência privada pode ser formada para cobrir estes custos.
Saut simulou os gastos com saúde de uma pessoa entre os 55 e os 83 anos de vida e concluiu que chegam a R$ 500 mil reais.
Estudo do IBGE aponta que a população acima de 60 anos será de 5 milhões de pessoas em 2060, quando a expectativa de vida média chegará a 81,2 anos — 78 para homens e 84,42 para mulheres.
— No século passado, ganhamos 41 anos a mais em expectativa de vida, e essa ampliação tem consequências que exigem mais recursos. Se não pensarmos em mecanismos de proteção, a gente corre o risco de viver mais tempo do que pudermos manter os nossos ativos — analisa o professor da UFRGS Sérgio Rangel.
— As pessoas usam o conceito de que vida se inicia aos 40, mas ela começa aos 70 — reforça Saut.
Rangel lembra que, na mão inversa da expectativa de vida, a taxa de fecundidade — número médio de filhos que uma mulher teria dentro do seu período fértil — está em declínio, desabando de 6,16 filhos por mulher em 1940 para 1,7 atualmente.
— Isso eleva o risco social dos mais velhos, pois não teremos mais o suporte que antigamente era dado aos pais por uma prole mais numerosa — avalia o professor.
Segundo o professor, em média, um aposentado aos 65 anos de idade tem sobrevida de 21,5 anos.

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