quinta-feira, 5 de junho de 2014

Melhor qualidade de vida - perspectiva para pessoas com para e tetraplegia

Unifesp testa técnica para recuperação de paraplégicos

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Médicos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) anunciaram nesta quarta-feira (4) a realização de cirurgia inédita no país que permite a pacientes paraplégicos e tetraplégicos recuperarem parte dos movimentos perdidos devido à lesão na medula espinhal.
Divulgação
Francisco Moreira, de 25 anos, que passou por cirurgia de implante de neuroestimulador para ajudar na recuperação de movimentos
Francisco Moreira, de 25 anos, que passou por cirurgia de implante de neuroestimulador para ajudar na recuperação de movimentos
A técnica consiste na aplicação de eletrodos nos nervos ciático, femoral e pudendo (nervos sacrais), localizados na região abdominal, responsáveis pelos movimentos das pernas e pés e pelo controle da bexiga e do reto.
O procedimento para o implante do neuromodulador usou a videolaparoscopia, em que uma microcâmera é introduzida no paciente pelo umbigo e é pouco invasivo.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
"O implante permite que o paciente consiga esticar as pernas e que, com muita fisioterapia, ele treine para ficar em pé e andar", diz o pós-doutorando em ginecologia da Unifesp Nucelio Lemos, responsável pela cirurgia.
Ele explica que a técnica de abordagem dos nervos por videolaparoscopia foi desenvolvida inicialmente para evitar a lesão deles durante cirurgias ginecológicas. Depois, percebeu-se a possibilidade do implante de eletrodos que estimulassem esses nervos.
O estudante de medicina Francisco Moreira, 25, de Joinville (SC), foi um dos quatro pacientes que recebeu o neuroestimulador na Unifesp. Ele sofreu um acidente enquanto praticava snowboard em Aspen (EUA), em 2009.
Ele conta que, desde a cirurgia, em dezembro de 2013, "muitas coisas melhoraram". "A sensibilidade dos pés e o tônus muscular da perna aumentaram, e passei a ter maior controle da bexiga."
Ele também conseguiu mexer as pernas e caminhar na piscina, com apoio.
Francisco usa um tipo de controle remoto que contém seis programações. Quando está em casa, usa o modo 'repouso', que relaxa a bexiga e aumenta o tônus muscular. Na fisioterapia, o controle é acionado para esticar uma das pernas, por exemplo.
"Minha expectativa é ficar cada vez mais independente", diz o estudante.
A neuroestimulação na região sacral já existe desde a década de 1980. A diferença da nova abordagem é o local de implante dos eletrodos. "Em vez de colocá-los na medula, usamos a videolaparoscopia para implantar os eletrodos após a formação dos nervos, possibilitando respostas mais específicas aos estímulos", diz Lemos.
Alberto Cliquet Jr., coordenador do Laboratório de Biomecânica e Reabilitação do Aparelho Locomotor, da Unicamp, diz que os resultados parecem promissores, mas ainda são preliminares.
Segundo ele, é importante lembrar que há riscos inerentes às cirurgias, como infecção e quebra de eletrodos. "Mas permitir o controle da bexiga e do esfíncter são de extrema importância para esses paciente", diz.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/06/1465169-unifesp-testa-tecnica-para-recuperacao-de-paraplegicos.sh

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