sexta-feira, 6 de junho de 2014

Esclarecedor! - Vitamina D!

Cicero Galli Coimbra e Walter Feldman: A verdade sobre a "vitamina" D

02/06/2014  02h00
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A vitamina D foi assim nomeada quando descoberta, nos anos 1910. No entanto, sua verdadeira estrutura foi identificada duas décadas depois –trata-se de um hormônio esteroide. A manutenção do termo vitamina D, no entanto, ainda hoje provoca confusão entre profissionais da saúde.
A deficiência da vitamina D deixou de ser um problema nutricional e passou à categoria de distúrbio endócrino. Na prática, a produção de quantidades satisfatórias desse hormônio depende da exposição direta da pele aos raios solares UV, e não de uma adequação nutricional.
A deficiência tornou-se uma pandemia devido à drástica mudança dos hábitos de vida, com a progressiva urbanização da população mesmo em áreas tropicais, onde a vida em ambientes confinados e climatizados e o uso indiscriminado de filtros solares tornaram-se habituais.
Hoje cerca de 9 entre cada 10 habitantes do planeta possuem níveis insatisfatórios de vitamina D.
Tradicionalmente, a vitamina D é tida como essencial para o metabolismo do cálcio e para a saúde dos ossos e dentes. Os avanços científicos das últimas décadas descortinaram aspectos surpreendentes –por exemplo, a sua poderosa função anticancerígena e regulatória do sistema imunológico.
Na esteira dessas descobertas ao longo dos anos, surgiram discussões sobre as doses ideais para prevenção ou tratamento. A diversidade de funções biológicas (progressivamente confirmadas por meio da biologia molecular nas últimas décadas) tem gerado a reação irônica e desavisada de que uma "vitamina" seria uma panaceia –capaz de curar ou prevenir todos os males. No entanto, todos os seus efeitos são explicáveis pelos estudos que crescem em progressão geométrica.
Por meio de critérios científicos validados para a comprovação de relação causa-efeito entre eventos associados (os mesmos que levaram à comprovação do tabagismo como causa do câncer de pulmão), milhares de artigos científicos têm apontado sua deficiência como causa ou fator de risco para a ocorrência de aproximadamente cem distúrbios da saúde humana, incluindo 17 tipos de câncer, hipertensão, diabetes, doenças autoimunitárias, cardiovasculares e infecciosas. Na época da internet, nunca a desinformação teve pernas tão curtas.
De nossa parte, o apego aos preceitos básicos da prática médica (em primeiro lugar, não piore a situação; em segundo lugar, proporcione todo o benefício que puder) levou-nos a utilizar, na categoria de terapia inovadora, doses elevadas de vitamina D ajustadas de acordo com a necessidade de cada portador de doença autoimunitária, sob um rigoroso acompanhamento laboratorial associado à dieta específica e hidratação abundante.
Como resultado, a grande maioria dos portadores de doenças como a esclerose múltipla pode retomar uma vida normal, ou quase normal a depender das sequelas acumuladas antes do tratamento.
Nada tão gratificante para quem incorporou aqueles preceitos! Contra fatos, não há argumentação pseudocientífica que se sustente.
CICERO GALLI COIMBRA, 58, neurologista com pós-doutorado pela Universidade de Lund (Suécia), é professor livre-docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
WALTER FELDMAN, 60, médico e ex-deputado federal (PSB-SP), é autor do projeto de lei que garante um período mínimo de exposição ao sol


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