sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Parque Chico Mendes terá trilha sensorial para cegos em Rio Branco

by Ricardo Shimosakai
Fabrício França lê informações sobre os macacos do parque, na trilha com placas com texto em Braille e cordas para facilitar o percurso.Fabrício França lê informações sobre os macacos do parque, na trilha com placas com texto em Braille e cordas para facilitar o percurso.
Uma trilha no Parque Chico Mendes foi adaptada com cordas e placas escritas em Braille para dar acessibilidade aos deficientes visuais, em Rio Branco. Dos 3 km de extensão da pista, 1,5 km foi adaptado com informações sobre a fauna e a flora do local. As placas são encontradas há cada 2 metros durante a caminhada na trilha. O espaço deve ser inaugurado em breve, de acordo com a Secretaria de Turismo e Lazer (Setul).
Nesta quarta-feira (29), um grupo de deficientes visuais esteve presente no local para conhecer os benefícios da adaptação para o acesso dos cegos ao local. A iniciativa é um projeto da Setul, em parceria com a Associação dos Deficientes Visuais (CEADV) e a Prefeitura do município.
"Fizemos uma pesquisa para saber quais pontos turísticos os deficientes gostariam que fossem adaptados para melhorar a vida deles. Entramos em contato com o parque para saber se eles procuravam esse lugar para visitar. Aí, descobrimos que esse lugar era o ideal para receber esse projeto", explicou a técnica de turismo da Setul, Rita Ramos.
De acordo com Rita, a ideia do projeto existe há mais de dois anos, mas só agora, depois da aprovação da Prefeitura e de passar por licitação, que a secretária conseguiu tirar o projeto do papel. "Tive essa ideia depois de ver alguns projetos do Ministério do Turismo voltados para a acessibilidade dos deficientes visuais. Apresentei a proposta para a secretária e ela aprovou na hora", revelou.
Ainda de acordo com a técnica, o custo usado para adaptar o espaço saiu menos de R$ 10 mil, porque o material utilizado foi reaproveitado do próprio parque.
"Todo material utilizado aqui foi reaproveitado de algum lugar. As placas usadas para escrever os textos em Braille são placas de raio-X, as cordas também são reaproveitas e a usamos a madeira aqui no parque. Foi tudo muito simples e rápido, mas ainda falta uns detalhes para ficar pronta", disse.
O aposentado e deficiente visual, Francisco Cleide, visita o parque pela primeira vez e se agradou em saber que existe um espaço adaptado para que possa se locomover com segurança e ainda conhecer mais sobre os atrativos oferecidos.
"Estou gostando muito, é muito bom tem um lugar assim para gente. É mais uma forma para nós interagimos com a sociedade, tem mais experiência. É bem sinalizado e não corremos o risco de cair, se perder ou se machucar", disse o aposentado.
Deficientes fizeram todo percurso da trilha dentro do parque orientados por cordas-guiaDeficientes fizeram todo percurso da trilha dentro do parque orientados por cordas-guia
Para Fabrício França, membro do Lar dos Deficientes Visuais do Acre (LDVAC), ter acesso às informações do parque através dos textos escritos em Braille nas placas distribuídas pela trilha, é uma nova experiência e uma conquista para os cegos.
"É ótimo. Estava agora mesmo lendo sobre os macacos nessa placa. É uma ótima experiência. Sempre visitei aqui, mas não tinha tanta acessibilidade para gente e hoje já tem isso, é uma conquista pra nós", explica Fabrício enquanto move os dedos sobre a placa e aprende mais sobre os macacos que pulam na jaula a suas costas.
Professora há mais de 30 anos de orientação e mobilidade da Secretaria de Educação, Vilma Nicácio, explica a importância do lugar para os deficientes."É um passo para cultura, porque o lazer para eles é muito pouco. Essa é um opção grandiosa para vida deles, é uma forma de inseri-los na sociedade. Para nós é um simples passeio por uma trilha, mas pra eles é uma conquista a mais", comemorou.
O projeto pretende levar essa acessilibidade para o Sítio Histórico Quixadá, na zona rural de Rio Branco, e o Seringal Cachoeira, próximo a Xapuri (AC).
Fonte: G1

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