Todas as compras de minha pequena fábrica são de minha responsabilidade. Ela produz e é ativa comercialmente há quinze anos, gerando renda e trabalho para a equipe de seis pessoas, três com deficiência visual (eu, meu irmão e meu tio) Praticamos eficiente fidelização de nossa clientela e expansão sólida e contínua comercializando o que produzimos multiplicado em nove vezes. Fazemos escovas industriais especiais, escovas anti-spray de carrocerias de caminhões, vassouras reforçadas para serviço de prefeituras, o que nos toma tempo da produção, é tarefa mais elaborada, mas de pagamento melhor.Completamos nossa grade de oferta de produtos mais simples comprando e revendendo. São aprendizagens do CPC, do SEBRAE, além do importantíssimo apoio da cruzada das Senhoras Católicas em nosso início.Firma especializada em informática está finalizando sistema de gerenciamento de empresa, que torne acessível o extrato bancário, ou as contas a pagar para um deficiente visual como eu. Trabalhamos duro nisto há seis anos.Meu nome é Carlos, tenho 38 anos, já mantive casamento com pessoa vidente por treze anos, tenho um fruto lindo desta relação, Ana Harumi (Broto da Primavera), de doze anos. Não me imaginava casado com pessoa com deficiência visual,achava que seria somar dificuldades e daí surgiu a Diva, que me mostrou que eu estava absolutamente enganado .Estou aprendendo demais com sua coragem de desbravar o mundo, somamos diferentes forças individuais. Apaixonados, casaremos daqui a poucos dias. Gostamos de viajar, sentir os aromas de Poços de Caldas, sua brisa, sua rotina calma. “Disciplina é liberdade; compaixão é fortaleza; ter bondade é ter coragem” – Renato Russo.
Caso Real. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e diretora da Unidade de Atenção aos
Direitos da Pessoa com Deficiência.
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