sábado, 17 de janeiro de 2015

Caso real - DEPOIMENTO

Vou deixar de ser solteira?


   Sou Mariana, hoje com 76 anos. Aos 17 namorei, aos 18 recebi pedido de casamento, e para surpresa de minha mãe, não conseguia parar de chorar. Sentia angústia, como a vida ficasse cristalizada, em câmara lenta, tudo definido demais para o meu gosto. Meus pais me deixaram livre para decidir, terminei o namoro, e chorei também por isto. Surgiram outros pretendentes ao longo da vida, até um viúvo, mas não conseguiram mudar esta decisão de não casar – nunca me arrependi!
  A família precisava de meu trabalho, eram seis filhos, comecei aos 7 anos, cuidando de crianças pequenas. Aos 10 os patrões adoravam minha carne-de-panela, aos 15 comecei a fazer escrita, nas Casas Pernambucanas, aonde aprendi a fazer sempre tudo certo, nada a menos e nada a mais.

   Fiz advocacia, exerci por quatro anos em São Paulo, abri loja de roupas em sociedade com irmã também advogada aqui em Americana, há 38 anos. Ela pediu que ficasse à frente do empreendimento.
   Crescemos, chegamos a três lojas, duas aqui e uma em Araraquara, que mal administrada por gerente contratado nos criou grande dívida. Decidimos continuar só com as de Americana, trabalhando muito para honrar nossos compromissos.                     Sobrevivemos, e o nosso negócio migrou para aluguel de roupas, em sede própria. São clientes felizes com suas formaturas, bailes e casamentos.
    A irmã faleceu, faz sete anos. Continuo com a loja, lido muito bem com a “solidão”, curto a família, leio e viajo bastante, sou civicamente ativa Sempre sonhei com independência financeira para toda a minha vida, e consegui!


“Para que chorar o que passou/ lamentar perdidas ilusões/se o ideal que sempre nos acalentou/renascerá em outros corações “– Charles Chaplin.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com


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