Villa Bella, em Gramado, tem quartos e locais de recreação adaptados.
Especialista diz que faltam detalhes para o hotel ser 100% acessível.
Piscina do hotel tem cadeira que leva o deficiente à água e barra lateral (Foto: Divulgação/Villa Bella)
Com a acessibilidade como tema em 2012, o Festival de Turismo de
Gramado (Festuris), na Serra do Rio Grande do Sul, é palco de discussões
e troca de experiências na área. Nesse último quesito, um hotel da
cidade vem sendo apontado como modelo no atendimento a pessoas
portadores de deficiência física, visual e auditiva.Segundo o diretor do hotel Villa Bella, Roger Bacchi, o projeto que começou ainda em 1987 culminou em um estabelecimento pioneiro no país. “Entendi que era necessário garantir a acessibilidade, e convenci arquitetos e engenheiros a darem início ao projeto. Em 2004 o hotel se tornou 100% acessível”, diz o diretor do estabelecimento.
Muitos hóspedes dizem nunca ter visto algo parecido"
Roger Bacchi, diretor do hotel
A cada seis meses, os funcionários passam por um treinamento para melhor atender os hóspedes portadores de deficiências. O objetivo é evitar constrangê-los. “Temos um funcionário fluente em libras que fica à disposição até para conversar, se o cliente quiser. Às vezes as pessoas ficam ansiosas por não poderem falar com alguém”, relata Bacchi.
Na fachada do hotel já é possível perceber a característica do estabelecimento. Um estacionamento próprio para portadores de deficiência é localizado logo ao lado da porta de entrada. Como de praxe em hotéis, há computadores para os hóspedes acessarem a internet. A diferença é que, no Villa Bella, um deles é adaptado. Rampas e elevadores especiais dão acesso aos quartos e às áreas de acomodação.
O primeiro andar do hotel é todo adaptado para cadeirantes, e também atende as necessidades de deficientes visuais e auditivos, com equipamentos especiais, como um telefone que converte voz em texto e vice-versa, além de material em braile.
Hotel dispõe de talheres e cardápio em braile, além de rampas para cadeirantes (Fotos: Felipe Truda/G1)
Os quartos do primeiro piso possuem espaços mais amplos, armários
baixos e banheiros adaptados, bem como os da recepção. Os preços das
diárias variam entre R$ 293 e R$ 1.370. No quarto andar, fica a suíte
mais cara – também adaptada para cadeirantes.A preocupação com acessibilidade também está presente em áreas de recreação, com uma cadeira que leva o hóspede para dentro da piscina e uma barra para a locomoção na água, e nos restaurantes, com cardápios e talheres com inscrições em braile. Recentemente o estabelecimento investiu na compra de uma van adaptada para o transporte dos cadeirantes.
Ricardo Shimosakai elogia hotel, mas faz ressalvas
(Foto: Felipe Truda/G1)
(Foto: Felipe Truda/G1)
“O recomendado é que os hotéis tenham 5% das acomodações adaptadas, mas se listarmos todos os hotéis do Brasil que possuem isto, teremos um livrinho muito pequeno. Dentro desta ideia o Villa Bella é um bom hotel, um dos melhores do país”, afirma o turismólogo.
Para ele, no entanto, ainda faltam alguns detalhes para o hotel ser considerado totalmente acessível, como mais facilidades para deficientes visuais. “Se eu fecho os olhos, não consigo pegar um guardanapo ou ir ao frigobar”, exemplifica.
Além disso, Shimosakai sente falta de mais opções para cadeirantes. “E se eu quiser ficar em um quarto standard?”, questiona. Ainda assim, ele afirma que o hotel está no caminho certo e poderia servir de exemplo para outros estabelecimentos do gênero no país.
Hotel tem banheiros adaptados em quartos e na recepção (Foto: Divulgação/Villa Bella)
Fonte: Bengala Legal
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