Nasci gaucho, na minha família, sempre temos dois ou três contemplados com problemas de visão em cada casa. Eu e meu irmão aprendemos Braille (ambos ainda com resíduo visual - baixa visão) na Instituição Santa Luzia, exigência para que freqüentar sem pagar, como precisávamos.
Evaldo, criador do Gira-Braille (Imagem Google)
Pessoas que enxergam costumam achar muito difícil esta linguagem, e descobrimos que seria possível numerar cada símbolo dos 64, falando em código. Era divertido falar - Esse daí é um 2-15, 2-15 (bo, bo)!
Ninguém mais entendia!. Já trabalhava com informática e jogava profissionalmente futebol de salão em time de pessoas com deficiência (era monocular), não vi a aproximação da bola que bateu neste olho com força suficiente para descolar minha retina. Evoluiu para glaucoma, fui “compulsoriamente” aposentado aos 24 anos.
Levei três anos para conseguir sair, sozinho, da minha “concha de dor”, minha esposa não aceitava minha deficiência nem a da minha primogênita. Quando aprendi a usar a bengala, a memória dos locais já freqüentados ajudou muito. Voltei à vida. Tinha uma inquietação – como, em minha condição, ainda ser útil às pessoas?
Encontrei lógica no Braille – repetição em análise combinatória. Criei uma espécie de cubo com três peças móveis capazes de girar em um eixo, que permite montar cada letra com rapidez, com pontos em relevo.
Criei renda adicional, patrimônio futuro para meus filhos e deixei o mundo dos videntes que querem ajudar os deficientes visuais muito mais fácil. Penso que: “Na vida, tudo o que você quiser, você busca, basta acreditar e ir à luta, que você consegue.”.
Caso você se interesse em adquirir o Gira-Braille entrar em contato com Evaldo: (41) 9114-1651 (Paraná) ou sistemabraille@bol.com.br
Caso Real.Elizabeth Fritzsons da Silva, Psicóloga-Diretora/UADPD.
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