segunda-feira, 16 de julho de 2012

OBEDECER DEMAIS, RISCO DE MORTE - Caso Real

Meu nome é Wellington. Sobrevivi a acidente de transito gravíssimo pelos meus dezoito anos. Sofri em três tentativas de trabalho, por falta de registro (depois de um ano de trabalho), por falta de segurança (quase morri dentro de filtro de algodão, em produtor de sacaria, inadvertidamente ligado quando eu estava limpando) e por falta de moradia adequada no acampamento da construção. Estava a um mês no quarto emprego, esperando o registro.

Trabalhei das sete às dezessete horas, o patrão disse que ficaria como vigia a noite . Pagaria hora extra. De manhã, muito cansado peguei minha moto e o rumo de casa. Na pista de mão dupla, dormi dirigindo e bati de frente em um caminhão que conseguiu brecar e chamou o resgate. O motor da moto se partiu em dois.

Usava capacete, sem travar no pescoço. Protegeu minha cabeça quando fui ao chão, mas antes foi empurrando meu rosto, a viseira quebrando dentro de meu olho esquerdo, o restante quebrando os ossos de minha face.

Havia muito sangue, o motorista no início achou que eu já falecera. Depois de cento e noventa quilômetros de ambulância, o hospital. Fiquei um mês em coma induzido, para suportar a dor – abriram meu abdômen, para avaliar meu estado e colocaram platina na perna para a lesão do joelho. Passei três meses no hospital.

Tinha medo da cadeira de rodas. Com fisioterapia no hospital, recuperarei os movimentos. Depois do orifício em minha garganta (traqueostomia), a fonoaudióloga me ajudou a falar de novo.  Meu olho esquerdo doía muito,busquei ajuda e com uma prótese, a dor passou. Sou monocular. Quero trabalho, quero estudo, sonho com advocacia. Meu ex-patrão não pagou nada do que me devia. Luto pelos meus direitos "A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal." Machado de Assis


(Caso Real)
 Elizabeth Fritzsons da Silva. Psicóloga-Diretora/UADPD.

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