quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Tocha paralímpica acende as emoções de Clodoaldo e Ádria

Emoções semelhantes turbinaram os planos das duas legendas brasileiras que participaram do revezamento da tocha paralímpica em Londres na tarde desta quarta-feira (29). Depois de carregar a chama pelas ruas de Lewisham, bairro do sudeste da capital britânica, o nadador Clodoado Silva e a velocista Ádria dos Santos comparavam o sentimento de sua inclusão na cerimônia ao da conquista de uma medalha, o que não deixa de ser surpresa se levado em conta que, juntos, os dois atletas somam 27 pódios. Enquanto Ádria viu reafirmada sua confiança numa recuperação da lesão no joelho que a tirou dos Jogos de Londres 2012, Clodoaldo admitiu que já não está tão certo de que se aposentará ao final da competição.


“Achei que já tinha feito de tudo na Paralimpíada, mas foi algo diferente, que me emocionou muito. Principalmente a receptividade do público. Foi uma tarde com frio e chuva, mas tivemos um calor humano que me fez pensar estar no Brasil. É isso o que quero daqui a quatro anos lá no Rio, essa receptividade. Isso me faz pensar e repensar se devo mesmo me aposentar ou pendurar minha sunga. Estou me divertindo muito’’, disse Clodoaldo, o maior medalhista paralímpico brasileiro, com seis ouros, cinco pratas e dois bronzes em quatro Paralimpíadas.

O nadador cadeirante afirmou ainda que participar do revezamento o ajudou um pouco a relaxar para disputa de suas cinco provas nos Jogos de Londres. “A gente está fora do Brasil desde 25 de julho, longe da família, para fica concentrado nas competições. Estar aqui vai tirar um pouco da tensão e da ansiedade para chegar na prova bem’’.

Clodoaldo e Ádria participaram de um grupo de revezamento que incluiu estrelas fora do mundo paralímpico, como o jogador de futebol David Alaba, do clube alemão Bayern de Munique, e a supermodelo russa Natalia Vodianova, conhecida pela dedicação às causas das pessoas com deficiência por ter uma irmã com paralisia cerebral. No revezamento da tocha paralímpica, os participantes dividiram-se em grupos em que apenas uma tocha era acesa a cada 130m.

Ádria ficou muito emocionada com todo o clima, especialmente depois de correr com a chama. “São momentos em que é difícil descrever a emoção. Ouvi as pessoas aplaudindo, senti o cheiro do fogo e foi aí que me dei conta de que estava fazendo parte realmente do revezamento. Foi maravilhoso, muito gratificante’’, explicou a velocista cega, que já participou de seis Paralimpíadas, conquistando quatro ouros, nove pratas e um bronze.

Assista ao vídeo da participação de Clodoaldo e Ádria

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