Por Flávia Falcão
da Agência Fapesp
Pesquisa realizada pela FAPESP em 11 capitais brasileiras revelou que mais de 70% dos 4.025 entrevistados apanharam quando crianças. Para 20% deles, a punição física ocorreu de forma frequente — uma vez por semana ou mais. A palmada, entretanto, não foi o castigo físico entre os que apanharam todos os dias. A agressão, segundo os relatos, variava entre castigos com vara, cinto, pedaço de pau e outros objetos capazes de provocar danos graves.
Segundo Nancy Cardia, vice-coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), o objetivo da pesquisa foi examinar como a exposição à violência afeta as atitudes, normas e valores dos cidadãos. “A pergunta sobre a punição corporal na infância se mostrou absolutamente vital para a pesquisa. Ao cruzar esses resultados com diversas outras questões, podemos notar que as vítimas de violência grave na infância estão mais sujeitas a serem vítimas de violência ao longo de toda a vida”, disse Cardia.
Os entrevistados que relataram ter apanhado muito quando criança foram os que mais escolheram a opção “bater muito” em seus filhos caso esses apresentassem mau comportamento. Também foram os que mais esperariam que os filhos respondessem com violência caso fossem vítimas de agressão física na escola. Segundo os pesquisadores, os dados sugerem um ciclo perverso de uso de força física que precisa ser combatido.
A pesquisa mostrou também que a percepção da população sobre crescimento da violência diminuiu, passando de 93,4% em 1999 para 72,8% em 2010. No último levantamento, porém, foi maior a quantidade de entrevistados que disse ter presenciado em seus bairros uso de drogas, prisão, assalto e agressão.
O levantamento foi feito em 2010 e divulgado no mês de junho pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP. Os resultados foram comparados com dados semelhantes de 1999, também coletados pela instituição. Embora o percentual dos que afirmam ter sofrido punição física regular tenha diminuído na última década — passando de um em cada quatro entrevistados para um em cada cinco –, ainda é considerado alto.
Sugestão de fontes:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) (11) 3838-4000
Instituto de Psicologia (IP) Universidade de Brasília (UnB) (61) 3107-6820 / 6821 / 6922 / 6964
Núcleo de Estudos da Violência (NEV) Universidade de São Paulo (USP) (11) 3091-4951
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