QUERO UM
PRÍNCIPE REAL, NÃO QUERO PRÍNCIPE ENCANTADO.
O príncipe que
quiser casar comigo, deverá dividir tarefas de nossa casa (algumas serão
difíceis para mim) e a responsabilidade das contas comigo.
Sou Andressa, tenho
vinte e quatro anos, formação secundária completa, curso recente de auxiliar
administrativa específico para pessoas com deficiência, que resgatou falhas de
escolaridade, ensinou coisas novas, confirmou minha capacidade, agregou amizades.
Estou me preparando para concurso na área que acontecerá na Prefeitura. Gosto
de atender pessoas e de organizar tudo.
Já trabalhei em firma que produz
aviões, conferia o produto, a empresa precisou dispensar muitos funcionários,
eu inclusive. Tentei me adequar ao trabalho de um supermercado, mas não
conseguia ficar muitas horas em pé. Pedi a dispensa. Deixei trabalho em
biblioteca pelo baixo salário.
Qual seria a minha deficiência?
Minha mãe conta que na ocasião de minha gravidez deveria ter repousado, pelas condições
de seu colo de útero. Desconhecia este limite, nasci com sete meses, houve
falhas de oxigenação, passei vinte e nove dias na UTI, e enfrentei atraso
neuromotor que me fez andar com três anos e quatro meses (para empurrar o
carrinho de minha irmãzinha), enfrentar cirurgias aos quatro anos para alongar
os tendões das pernas, e corrigir a direção dos olhos (enxergo bem). Fiz muita fisioterapia, ando um pouco mais
devagar, tenho muito cuidado para evitar quedas.
Procuro trabalho que respeite meu limite físico, para mostrar minha
competência, e abrir novos horizontes!
“Aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo, nem
orgulho. É amor próprio. – Charles Chaplin.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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