AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
Uma roupa especial em desenvolvimento na UEPA (Universidade do Estado do
Pará) vem ajudando crianças com deficiência neuromotora a aprender a se
movimentar e a ter uma postura correta.
Esse tipo de roupa já é fabricado no exterior, mas a comercialização no Brasil esbarra no preço: R$ 2.000.
O diferencial da universidade paraense é usar material de baixo custo
para produzi-la a R$ 600. Nesse valor estará embutido o material (laicra
e anéis de metal), a mão de obra e o pagamento a um profissional que
fará os ajustes ao corpo do usuário.
Tarso Sarraf/Folhapress
Rafael, que tem paralisia cerebral, testa o traje com a pesquisadora Larissa Prazeres (branco) e a fisioterapeuta Larissa Rosa
Os primeiros modelos devem ficar prontos ainda neste ano e serão
direcionados a crianças de até oito anos. A produção comercial, porém,
só deve começar em 2013.
A universidade negocia com uma empresa paulista interessada no negócio.
A roupa está sendo testada em crianças com deficiência neuromotora da
Unidade de Referência Especial em Reabilitação Infantil, em Belém.
Uma delas é Rafael, 2, que tem paralisia cerebral e, por isso, apresenta
dificuldades para se movimentar e manter a postura correta. Com a
roupa, ele tem postura mais firme e, auxiliado por fisioterapeutas,
caminha com mais facilidade.
O projeto é da pesquisadora Larissa Prazeres e faz parte do Núcleo de
Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta), da
universidade. A instituição recebeu R$ 300 mil do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação para desenvolver essa e outras pesquisas de
acessibilidade.
A roupa biocinética, como foi batizada, possui anéis de metal
localizados nas regiões de alguns músculos, como joelho, tronco e
quadril. Ela fica justa no corpo e, com isso, corrige a postura. Os
anéis metálicos suprem a força que o músculo não tem. Assim, ajudam a
executar movimentos e passam ao cérebro informações neurossensoriais.
"É como um computador: vai mandando mensagens corretas para o cérebro, o
corpo se ajusta, e o cérebro deleta as mensagens incorretas", explica
Ana Irene de Oliveira, coordenadora do Nedeta.
Com o tempo, o cérebro vai assimilando os movimentos corretos para que a
roupa não seja mais necessária. A ideia é que ela seja usada
diariamente, num trabalho conjunto ao do fisioterapia.
Segundo Leonice Carneiro, fisioterapeuta do Centro de Reabilitação e
Readaptação Dr. Henrique Santillo, em Goiás, o tratamento é indicado
para crianças sem deformidades fixas, como torções ósseas ou alterações
musculares (músculo encurtado ou com deformidade articular).
"Quanto mais nova ela começa a usar a roupa, maior a eficácia", diz Carneiro.
Fonte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário