quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Carlinhos Treinamento


Posted: 16 Feb 2016 09:33 AM PST
Em Porto Alegre um projeto de lei que institui um programa chamado Menos Sal, Mais Saúde foi aprovado na última segunda-feira (15/2), com isso os restaurantes da cidade estão proibidos de deixar o saleiro na mesa. Caso você queira botar sal na seu prato terá que pedir ao garçom.

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Leis que tentam fazer com que a população seja mais saudável são sempre cheias de "boas intenções", assim com o "inferno". Quando isso envolve questões que afetam as pessoas de forma involuntária, com fumar em ambientes fechados, tudo bem. Ainda mais quando a ciência justifica a legislação como é o caso do cigarro.

Porém no caso do sal o incentivo para sua redução não irá trazer benefícios para a saúde! Se você quiser mais informações sobre o tema leia a postagem Exercício e Alimentação - Sal que publiquei em 7 de outubro de 2014.  

Vou resumir alguns pontos importantes da postagem de 2014, são eles:

  • Tudo começou em 1970, quando Lewis Dahl do Laboratório Nacional de Brookhaven alegou possuir  “evidências científicas inequívocas” de que o sal causava hipertensão: ele induziu pressão alta em ratos alimentando-os com o que equivaleria a ½ kg de sódio por dia para um humano.
  • Em 1977 o Senado dos EUA, através do Comitê de Nutrição e Necessidades Humanas, produziu um relatório recomendando que os americanos cortassem seu consumo de sal entre 50 e 85%, baseado principalmente no trabalho do Dr. Dahl. Mesmo que isso não tenha sido reproduzido em humanos.
  • Em 1988 um estudo comparou o consumo de sal com a pressão arterial em pessoas de 52 centros de pesquisa pelo mundo e não achou nenhuma correlação entre consumo de sal e prevalência de hipertensão. Ao contrário, as populações que comiam mais sal, cerca de 14g por dia, tinham pressão arterial mais baixa, em média, do que os que comiam menos sal - cerca de 7,2g por dia.
  • Em 2003 um trabalho que incluiu 57 estudos de duração mais curta  concluiu que “há pouca evidência de benefício a longo prazo na redução do consumo de sal”.
  • Em 2004 outro trabalho concluiu que “intervenções intensivas de redução do sal, além de pouco práticas no contexto da atenção primária à saúde, produzem reduções mínimas na pressão arterial em estudos de longo prazo”.
  • Em 2006 um trabalho comparou o consumo referido por 78 milhões de americanos com seu risco de morrer de doenças cardiovasculares em um período de 14 anos. O resultado foi que quanto mais sódio as pessoas consumiam, menor era o seu risco de morrer do coração.
  • E um estudo de 2007 seguiu 1500 pessoas idosas por 5 anos e não encontrou nenhuma relação entre os níveis de sódio excretados na urina e o risco de doença vascular coronariana e morte.
  • Um estudo que envolveu um total de 6250 pessoas não encontrou nenhuma evidência forte de que cortar o sal reduza o risco de ataques cardíacos, derrames ou morte em pessoas com pressão normal ou alta.
  • Pesquisadores europeus relataram que quanto menos sódio as pessoas excretavam na sua urina (uma excelente medida de seu consumo de sal) - maior era o seu risco de morrer do coração.
  • Quando se consome menos de 2300 mg de sódio ao dia, a mortalidade aumenta.
  • Mesmo em pacientes com insuficiência cardíaca, a restrição severa de sódio aumenta em 3x as internações e em 2x as mortes.
  • Em pacientes hipertensos, consumir menos de 3g de sódio ao dia aumenta o risco de ataques cardíacos, derrames, insuficiência cardíaca congestiva e morte por causas cardiovasculares (mais de 7 gramas/dia também aumenta o risco - mas isso equivale a 17 gramas de sal!).
  • Consumir pouco sal aumenta a resistência à insulina e os triglicerídeos.
  • Em 2013 um trabalho demonstrou que a redução da ingestão de sal leva a resistência a insulina e uma diminuição da capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos. E este poderia ser o mecanismo pelo qual dieta com redução de sal não é efetiva para a diminuição da pressão arterial.
Na mesma segunda-feira (15/2) o Dr. Assem Malhorta, que é fundador da campanha "Action on Sugar", publicou no Daily Mail um texto chamado The truth about fat and sugar: Cardiologist explains why FATis the best medicine - and why it's so crucial to our health. Nesse texto ele explica por quais razões o açúcar é responsável pelo aumento do risco cardiovascular e de diabetes.

Dessa forma parece que o programa aprovado pelos nossos vereadores deveria se chamar Menos Açúcar, Mais Saúde.

Carlinhos


Carlinhos Treinamento

carlinhostreinamento.blogspot.com/

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