segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Caso Real: METADE BATOM, METADE BIGODE

   Sou Maria Elisa, tenho 47 anos, há três perdi meu parceiro, pai amoroso de meu único filho Samuel, hoje com quinze anos.Um pai faz muita falta. Há dois anos perdi meu sogro, faz um ano minha sogra. Todos eram muito importantes para me ajudar a cuidar de meu moço e a tocar a vida, hoje muito corrida, pois sozinha preciso cuidar das minhas atribuições , mais todas as providências que eram do pai.Eu me sinto metade batom, e metade bigode. Fico muito preocupada em imaginar até quando serei eficiente e estarei presente na vida de Samuel Os parentes moram longe.Nunca tive problemas com minha pressão arterial, nem antes e nem depois do parto. Mas quis o destino que ela se alterasse no sétimo mês de gravidez,tive eclampsia.Meu nenê, nasceu com 34 centímetros e um quilo e seiscentas gramas, ficou um mês hospitalizado, com muita dificuldade para ganhar peso.Com um ano e meio foi avaliado pela APAE e constatamos paralisia cerebral, no seu caso uma diplegia, comprometendo os membros inferiores.Foram várias cirurgias, buscando mobilidade mínima para poder usar um andador, até chegarmos à dolorosa conclusão médica, aos seus treze anos, que seria para sempre cadeirante.Nosso sistema de seguridade nega que Samuel tenha direito a beneficio próprio, dada nossa renda per capita (pensão de meu marido). Precisa de mim para toda a higiene e cuidados pessoais.Não pode freqüentar a escola regular Passa suas tardes na APAE, e sinto muita falta em nossa cidade de espaços inclusivos para suas manhãs, oportunidades diferentes de desenvolvimento para ginástica adaptada, esportes, teatro, algo que enriquecesse seu convívio com outras pessoas.Mas vamos viver! “A melhor coisa sobre o futuro é que vem só um dia de cada vez.” – Abraham Lincoln.


Caso real.Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e Diretora da Unidade de atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência

Um comentário:

  1. Por esse vários outros caso.
    Eu como deficiente físico sei bem o que essa mãe é guerreira,sei bem que a luta é muito grande para se melhorar as condições minimas para os deficientes físicos.
    Mas com sorte os anjos enviam pessoas como você Elizabeth para mostrar a realidade e de algum modo ajudar essas pessoas.
    Conte comigo nessa luta.

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