Sou Maria Angélica, hoje com trinta e dois anos.
Namorei durante sete anos, casei aos vinte e quatro anos, cursando o último ano de Odontologia, bolsa integral do Prouni.
Em um churrasco, na casa de meus pais, tive uma convulsão.
Neurologista consultado, tomografia feita, tumor constatado na área frontal do cérebro. Cirurgia agendada, procedimento bem-sucedido, fala e movimentos preservados, e mesmo assim radioterapia e quimioterapia.
Um ano depois o tumor retorna. Desta vez sinto meus movimentos piorando conforme fazia a quimioterapia. Surgiu a lentidão para encontrar as palavras, a gagueira. Aprendi a escrever e a digitar com a mão esquerda, e com ela lavo minha louça e limpo minha casa.
Estou em momento de vigilância constante de meu estado de saúde, preciso de forte anticonvulsivante e medicação para acalmar minha glândula da tiroide, que me tornou mais magra do que eu era.
Minha família, meu marido e seus familiares sempre foram e continuam sendo super companheiros em todo o processo, firmes no apoio.
Minha natureza é alegre, acordo sempre feliz, cantando. Chego a incomodar meu marido que não tem o melhor dos humores no início do dia.
Cancelei a faculdade, tinha medo de passar mal, de sofrer novas convulsões. Mas quero trabalhar. Estou fazendo curso de almoxarife na escola SENAI, em turma programada para pessoas com deficiência, com a duração aproximada de um ano.
Eu e meu marido estamos em tempo de construir nossa casa. Ainda nos sentimos em lua de mel. Em nossos sonhos futuros existem filhos. Acho que este é um sonho para a maioria das mulheres.
“A felicidade não se resume na ausência de problemas, mas sim na sua capacidade de lidar com eles. ” – Albert Einstein.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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