sexta-feira, 25 de março de 2016

Formação em acessibilidade prepara jovens para o mercado de trabalho
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·         16/03/2016 07h20
·         Brasília
Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

Tradução em Libras de encenação com temática inclusiva, durante o lançamento de mais uma turma do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade, na biblioteca da Rocinha Fernando Frazão/Agência Brasil
Uma capacitação com noções de Língua Brasileira de Sinais (Libras), audiodescrição e legislação inclusiva já formou 220 jovens de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro para atuar com comunicação acessível. Nessa terça-feira (15), foi lançada a quinta turma do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade, da organização não governamental ( ONG) Escola de Gente, na Biblioteca Parque da Rocinha, comunidade na zona sul do Rio. O projeto começou em 2010 e já capacitou jovens de Jacarepaguá, Sulacap, Vila Aliança, Rocinha, Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Vila Kennedy, Grajaú, Pilares, Glória, Santa Tersa, Quintino, Cascadura e Andaraí.
Em cerimônia que contou com observadores do Comitê Olímpico Rio2016 e da empresa que vai contratar mais de 600 pessoas para trabalhar durante os jogos, os 32 jovens que formarão a nova turma do projeto assistiram a esquetes teatrais sobre inclusão, e jovens já formados fizeram a entrega simbólica dos currículos para o cadastro.
Segundo a fundadora da ONG, Claudia Werneck, os recrutadores procuraram o projeto e será feita uma parceria para encaminhar o currículo dos jovens que passaram pela formação. “A escola vai reunir todos esses currículos e vai entregar para eles. A formação que o projeto dá é muito ampla, para pessoa com deficiência ou não. Eu acho que a formação agrega muito valor ao currículo dessa juventude, uma coisa que talvez só daqui a muitos anos as pessoas acreditem. Mas não há como você continuar no mundo sem uma prática e um conhecimento inclusivo”.
Para Claudia, a comunicação acessível é essencial à participação democrática. “A discriminação é uma prática aprendida muito cedo. Você discrimina quando faz um vídeo sem intérprete de Libras, por exemplo. A gente está ensinando a não discriminar, por meio de uma comunicação acessível, pelo direito de ser comunicado e se comunicar”.
Claudia ressalta que o projeto tem dado muito certo pelo fato de ser uma capacitação ainda rara no país e que está sendo oferecida primeiro a quem não tem oportunidade. “A Escola de Gente considera que essa formação é nobre e imprescindível para qualquer profissional, só que desta fez ela está sendo oferecida primeiramente ao jovem em desvantagem. Então, estamos invertendo a lógica social de oferecer o melhor, que está de acordo com os tratados de direitos humanos, com a Constituição, para os jovens das comunidades”.
Moradora do Jacarezinho, na zona norte do Rio, Mayara da Silva Gonçalves, de 25 anos, participou em 2010, depois de decidir a aprender Libras para ajudar no trabalho que tinha em um hospital. Ela diz que o projeto mudou o rumo que pretendia seguir e abriu novas possibilidades profissionais. Se antes ela pensava em fazer jornalismo, agora pretende cursar psicologia. “O projeto me apontou um caminho profissional de descobrir o que eu queria. Eu faço parte de um projeto chamado Marias, como posso ajudar meu especial, sou assistente do projeto. O objetivo geral é contribuir para que as famílias que têm pessoas com deficiência possam ter consciência sobre os direitos já constituídos”.
Morador de Maria da Graça, também na zona norte, Felipe Mendes Rangel, 25 anos, é deficiente auditivo e fez o curso em 2010 para aprender mais sobre Libras. Atualmente, procura um emprego e é ativista dos direitos da pessoa com deficiência.
“Depois que terminei o curso, comecei a buscar apoio para incentivar a propaganda do teatro acessível, consegui tirar foto com vários atores. Também tenho uma página no Facebook chamada Pessoa com Deficiência-PCD, em que compartilho as notícias sobre o tema, o que a Escola de Gente coloca”.
Edição: Graça Adjuto


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