ENFRENTEI O
MÊDO, SEGUI O CORAÇÂO, ENCONTREI PAZ
Sou Marlene, com 73
anos, advogada atuante, aposentada. Venho de grande família, de raiz japonesa.
Trabalho desde 11 anos, morávamos em Santos.
Gostei de Gerson, um
professor e casei. Tínhamos uma filha de cerca de 5 anos, nós estávamos na casa
dos 30, e diagnosticamos um câncer de laringe em meu marido.
Iniciamos seu tratamento.
Amiga de trabalho solicitou que nossa casa abrigasse durante alguns dias menino
de cerca de um ano e pouco, que não havia conseguido convivência satisfatória
em quatro lares anteriores. Isto há 40 anos atrás, era a única dinâmica
possível para o trâmite de uma adoção.
A criança me foi
entregue, percebi seus olhos meio claros, o cabelo loirinho. Usava um macacão
vermelho, minha cor predileta.
Em casa, marido e
filha aguardavam no portão. Ele abriu os braços e o nenê se jogou no aconchego.
A filha, Moira, encantada falava – “meu irmãozinho! ”.
Foram amigos
inseparáveis durante seis meses, até meu marido falecer.
Adotamos a criança e
demos o mesmo nome de seu pai. Ele mostra saudades até hoje.
Aos 38, promovida,
me foi designada a instauração do primeiro Ofício Criminal , Corregedoria Geral
e Polícia Judiciária de Americana.
Com 18 anos meu
moço foi se aventurar no Japão. Com 20 anos apresentou seu primeiro surto de
esquizofrenia. Voltou ao Brasil.
Eu não sabia se acudia a doença ou seus
distúrbios paralelos de adição à drogas e álcool.
Fiz muita terapia
para enfrentar o medo de conviver com doença incurável. Filha, seu marido e
netos são importante apoio.
Sou preletora de
Seicho-no-ie e esta filosofia de vida também é parte importante de minha
existência.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com
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