TENHO DOIS
ANJOS QUE ME GUARDAM: GRAÇA E CÍCERA
São respectivamente minha
mãe e avó. Moramos juntas. Foram sempre minha luz e amparo, agora está chegando
minha vez de ajudar, é para mim uma alegria ter força para contribuir.
Sou Rosângela, com trinta
e um anos. Aos doze, sofri acidente em carro da família. O motorista perdeu o
controle em curva fechada e mergulhou em um rio. Fui a última a ser salva,
entre os seis ocupantes. Achavam que eu
não estivesse viva. Em cirurgia de emergência retiraram meu baço e parte de meu
intestino. Minha coluna não foi radiografada. Sete dias depois permitiram que
me banhasse. Assim que me levantei, minha própria coluna, quebrada, lesou minha
medula irreversivelmente. As pernas não tinham mais a mesma movimentação. Nova
cirurgia fixou a fratura com placa de metal. Foram anos de reaprendizagem para
conviver com eficiência com os novos limites físicos, usando uma cadeira de
rodas e depois muletas canadenses.
Graça nunca admitiu
desânimo, e nem Cícera – o direito à vida sempre foi maior. Esta mãe empurrava
a cadeira para aonde fosse preciso, levava o currículo em busca de emprego
também, ajeitando seus horários de trabalho para tanto.
Fui subgerente de
banco por quatro anos, fiz administração de empresas por dois, trocando de
empregos para buscar crescimento pessoal e melhores condições. Hoje trabalho na
secretaria de uma escola-modelo de nossa cidade. Faço Pedagogia, pago a bolsa
de estudos com trabalho social nos fins de semana na comunidade, faço curso de
educação à distância de Artes Visuais, sou responsável por grupo de jovens de
minha igreja, e adoro os convites que recebo para cantar!
O otimista é um tolo. O pessimista, um
chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.
Caso
real. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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