Em setembro, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos anunciou uma nova campanha para reduzir os acidentes envolvendo pedestres e ciclistas. A iniciativa prevê intervenções no design para garantir que as ruas sejam mais seguras e eficientes para as pessoas que se deslocam a pé e de bicicleta – que sejam desenhadas de forma a promover o comportamento prudente no trânsito.
Uma das ações planejadas é a criação de um guia de road diets – medida capaz de gerar uma redução média de 29% no número de acidentes, podendo alcançar a marca de quase 50% em cidades menores, de acordo com as mudanças de design efetuadas. Basicamente, o que o modelo promove é uma redistribuição do espaço: estradas com menor volume de tráfego são redesenhadas para abrir espaço para ciclistas e pedestres.
O conceito de road diets surgiu como resposta a uma prática conhecida: alargar ruas quando atingido um determinado número de carros passando por elas diariamente. A velha lógica de que destinar mais espaço aos carros diminuiria os congestionamentos em lugar de apenas atrair novos carros. Estudos já mostraram que, mesmo quando resultam no aumento da capacidade da via, a duplicação ou alargamento de ruas também provoca mais lentidão, diminuição da velocidade média e mais acidentes.
As road diets operam no sentido oposto, recuperando o espaço excessivo dedicado aos carros sem prejudicar o fluxo e, ao mesmo tempo, melhorando a segurança e a mobilidade. A mudança se dá quanto ao número de pistas destinadas aos carros e pode seguir diferentes modelos:
Só a redução do índice de acidentes seria o suficiente para comprovar os benefícios das road diets, mas este não é o único benefício da medida. Com as mudanças, o número de pessoas caminhando e pedalando tende a aumentar, uma vez que o espaço liberado atrai mais ciclistas e pedestres e velocidade mais baixa dos carros torna o ambiente mais seguro. Além disso, o custo não é alto: quando programadas junto à manutenção regular das vias, as road diets não requerem mais do que a tinta necessária para repintar as faixas desenhadas. Ao modificar as falhas de design que tornam as ruas inseguras e propícias à ocorrência de acidentes, é possível garantir mais qualidade de vida para as pessoas no ambiente urbano em três frentes: qualificando a mobilidade, oferecendo segurança e salvando vidas.
(Fonte: CityLab)
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