sábado, 10 de outubro de 2015

SOU GRATA POR TUDO, NÃO PERCO A ESPERANÇA.

   Entrei na cozinha cedo – aos quatorze anos, passei a cozinhar para os patrões dos proprietários do sítio em que meus pais trabalhavam. Providenciaram um banquinho para que pudesse alcançar o fogão à lenha.
   Sempre gostei de cozinhar, de deixar os outros contentes. Às sextas feiras sempre organizo uma janta diferente e caprichada para juntar todos da família. Tenho muito orgulho de ser a responsável pela barraca do pastel em minha comunidade religiosa e adoro ajudar quando me pedem refeições para os diferentes grupos de trabalho da igreja.
   Meus amigos de fé, da Igreja de São Judas Tadeu, e o padre Reginaldo tem sido importante apoio para nossa família nestes últimos dez anos em que administramos período depressivo de nosso primeiro filho, hoje com quarenta e três anos. Ele não consegue mais ficar sozinho ou trabalhar, e isto nos espanta porque sempre foi bom aluno, bom funcionário e bom pai. Seu sofrimento é tanto que beira o suicídio como solução. Mas continuamos tentando ajudar, todos nós, de todas as formas. Isto inclui meu outro filho, que mora comigo, juntamente com sua esposa.
   Eu me sinto honrada também em ser ministra de Eucaristia, levando conforto da comunhão aos doentes que não conseguem mais frequentar a igreja.
   Gosto muito de bordar capas de almofada, caminhos de mesa que se transformam em presentes e também na minha colaboração para as rifas da nossa igreja. Pensamos em formar um grupo de bordado na igreja.
   Sou casada há quarenta e quatro anos com meu Waldecir, de sessenta e oito anos, que mesmo aposentado continua trabalhando fazendo fretes com seu pequeno caminhão.
   Sou Juracy, com sessenta e sete anos.
Caso real, depoimento dado à Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga


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