Pela terceira vez conto parte de minha história para vocês. Relembrando, na primeira, já sem a visão e em benefício, não me conformava em não trabalhar e busquei qualificação profissional em curso gratuito de informática e telemarketing, parceria SENAI e UADPD. Eu não sabia entrar em internet, tinha pavor de vírus virtuais, e aprendi a usar EXCELL e WORD. Uma libertação que me deu condições de solicitar volta a meu antigo trabalho, em nova função de telefonista. Novo problema surgiu, a empresa não dispunha de leitor de tela e novamente fui ajudada pela UADPD a conseguir o programa leitor para deficientes visuais Virtual Vision, pelo Banco Santander.Lutei para voltar a trabalhar em setor da empresa que já conhecia antes de minha deficiência visual se instalar em definitivo (retinose pigmentar). A memória do trajeto, garantia mais segurança. Hoje ainda vejo vultos.Faz um ano que estou nesta nova função, contra a vontade de meu ex-espôso e de minha família, que acham mais seguro eu me aposentar e ficar em casa. Mas gosto de gente, de novas idéias, gosto de trabalhar – ainda tenho funcionais a voz, os braços, as pernas e ótima memória.Mas há meses passados, caí de forma séria em uma calçada, sua reforma encheu de pedras e areia o que era livre na véspera, trinquei tornozelo, polegar, a bengala entortou, escutava risos dos passantes.Quando consegui chegar ao ponto do ônibus, chorei muito.Tive depressão importante, mas o psiquiatra acha que eu só adiei a tristeza pela cegueira, não podia me entregar a ela quando meu filhinho tinha só quatro anos.Já sarei da depressão, e hoje com sete anos ele disse para a professora que eu não enxergo, ando com bengala, mas sou boa mãe.Meu momento atual não é final, mas sem dúvida é feliz!
Caso real. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e diretora da Unidade de Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência.
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