Esperava para me apresentar em concurso de calouros. O prêmio era uma cesta básica, precisava muito. Outra dupla ensaiava, ele não conseguia acompanhar direito a moça. Ofereci meu acompanhamento, em ensaio, ela cantou e o dono do programa de radio passou neste momento por nós. Gostou, ela levou a cesta e eu um espaço para abrir o programa com minha música nordestina.Foi a melhor oportunidade que tive na vida. “As pessoas começaram a chamar meu” Trio Virgulino” para as festa e reuniões, e acabei tocando até nos Estados Unidos, França, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália e Suíça. Este sempre foi meu trabalho , e em trinta e dois anos,com seus frutos, já ajudei três filhos à ter sua casa própria ,quando casaram. Hoje tenho cinqüenta e quatro anos e uma filha solteira. Meus filhos formaram sua própria banda musical Como eu, aprenderam a tocar de ouvido e também já são profissionais na área.Somente quando eu tinha trinta e oito anos é que tive acesso a atendimento para pessoa com baixa visão, no CPC. Com lupa especial adaptada à tela de computador, pela primeira vez pude estudar, fiz supletivo, cheguei à sexta série. Nasci com catarata congênita, em Parnamirim, à quinhentos e cinqüenta quilômetros do Recife. Tinha um por cento de visão. Comecei a tocar gaitinha com cinco anos, cavaquinho com oito, e quando me deram um acordeom saí tocando.Tocava nas festas, e as moças se aproximavam.Uma delas, cada dia mais, até dar em namoro.Casamos, e com vinte e dois anos eu estava em São Paulo, em busca de cirurgia para minha vista.Consegui bom resultado, passei à ter dez por cento de acuidade visual, podia agora enxergar os postes, andar na rua com autonomia.Mais luz! Mas, como disse Einstein “A luz...é a sombra de Deus...”
Caso real. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e diretora da Unidade de Atenção aos Direitos da Pessoa com deficiência.
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