A educação nos ensina a defender os direitos individuais. Pode também se bem orientada, defender legítimos interesses de grupos – como faz quando inclui criança com deficiência na escola de todos, aumentando a familiaridade e a convivência, reduzindo o preconceito e ensinando a todo grupo o que é tratamento equitativo. Esta postura trabalha contra idéias erradas como a deficiência ser resultado de punição divina ou má sorte, e contra formas erradas de contato das pessoas (com rótulos, piadinhas, apelidos humilhantes, isolamento social e até injúria física). É clima social que trabalha contra o crédito que devemos conceder ao potencial da pessoa com deficiência. Nestes tempos atuais de violência social muitas vezes gratuita e inútil, seria postura social boa para todos nós. Em 2009 a Nova Zelândia resolveu trabalhar a questão de criança com deficiência incluída na escola, e conjugou vários ministérios, providenciando e disponibilizando publicações sobre estas crianças, lembrando as escolas de suas responsabilidades legais, reorganizando as informações oferecidas aos familiares destas crianças e realimentou todo o processo com fluxo para registro de possíveis queixas e falhas. Além deste tipo de alerta social precisamos continuar o trabalho criando mecanismos em constante atualização que nos informem quantas crianças tem que ser atendidas, e quais as suas necessidades. Isto precisa alcançar até as crianças que por razões sociais, de desconhecimento de direitos, ou razões econômicas nem chegam a requisitar vaga na escola. A comunidade precisa chegar a elas. Nosso país já começou esta democrática ação inclusiva com o BPC (Benefício de Prestação Continuada) na escola. Em paralelo é preciso construir flexibilidades dentro do currículo escolar, permitindo aprendizagem em diferentes abordagens, para diferentes necessidades individuais. É preciso fornecer treinamento específico para professores (e consultoria quando necessário) para que sintam segurança em seu trabalho. Transporte acessível é imprescindível para estas crianças, freqüentemente muito necessitadas dele (pobreza gera deficiência e deficiência gera pobreza). Seria oportuna “mídia do bem” – encorajando adultos com deficiência e organizações da área a participar de campanhas de apoio ao acesso escolar inclusivo. E o requinte final aconteceria se criássemos forma para consulta e envolvimento destas crianças à respeito de sua própria educação.
“Oportunidade dança com aqueles que já estão no salão.” – Jackson Brown.
Texto baseado em estudo do capítulo 7 (Educação), do documento “World Report. on Disability”, OMS, 2011. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e diretora da Unidade de Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência, colaboradora de “O LIBERAL”
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