Procuro dividir com todos os novos enfoques das necessidades das pessoas com deficiência, indicados no relatório da OMS (World Report on Disability), divulgado no início de 2011, resultado de anos de pesquisa e trabalho de equipes técnicas de todo mundo, incluindo pessoas com deficiência colaborando sempre que possível, em 70 países chave escolhidos, de validade prevista até 2021. Precisaremos sensibilizar o olhar do mundo para os grupos mais freqüentes desta população – mulheres (60% a mais do que homens, número aumentado pelo tempo de vida maior delas), idosos (cada vez mais longevos, e achando que não enxergar bem, não ouvir bem, ou ter dificuldades de locomoção são “coisas da idade” e não deficiências se instalando), e crianças (nossos mecanismos de amparo à natalidade, orientação destes pais e rastreio de deficiências precisa melhorar – às vezes chegar ao diagnóstico demora anos desnecessários, desperdiçando tempo de vida que poderia ter sido mais bem empregado pela criança). Falamos de muita gente – temos hoje sete bilhões de seres humanos no planeta, e quase dois bilhões são de crianças abaixo de quinze anos. Órgãos que se ocupam do tema dão as seguintes porcentagens de pessoas com deficiência – 15,6% para o World Health Survey, e 19,4% para o Global Burden of Disease. A maioria é pobre, e num mecanismo perverso pobreza gera deficiência, e deficiência gera mais pobreza. Estudo britânico de 1990 comprovou que famílias que tem pessoas com deficiência para cuidar tem custos adicionais de sobrevivência acrescidos de 20% a 44% a mais do que as demais. Se o emprego é uma solução para a independência, há o que melhorar – o nível de desemprego desta população é o dobro da população-padrão. Conseguindo trabalho, geralmente é ocupação de tempo parcial (salário idem), e mesmo que possuam ótimo nível educacional (geralmente conquistado com esforço próprio, e com muitas dificuldades), as funções oferecidas e salários não são correspondentes à competência. Precisamos criar mecanismos para divulgar as iniciativas exemplares com pessoas com deficiência e criar respostas mais coerentes com nossa realidade, incluindo no todos os custos-benefício, sejam individuais, emocionais, familiares, das comunidades, sociais, e das nações. E todo este trabalho precisa ser construído em linguagem que permita a comparação à nível internacional, para troca de experiências.Se cada pessoa com deficiência pudesse falar, talvez achasse muito oportunas as palavras de Guimarães Rosa: “Porque eu só preciso dos pés livres, de mãos dadas e olhos bem abertos.”
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Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.
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