Fotos: SmallBusiness
Da fome à Forbes, como um dos 30 empresários do mundo com menos de 30 anos.
A história inspiradora de Chris Ategeka vai muito além de suas vitórias e da vida melhor que deu para sua família.
Hoje ele trabalha para formar jovens pobres como ele foi, encontrar talentos e ajudar na saúde do seu povo carente da África.
Chris quer para dar a eles o que recebeu de pessoas que podiam ver além daquela criança condenada pela pobreza e pela fome, a uma vida com pouco potencial.
História
Quase 20 anos separam a dor de sua infância na Uganda rural à sua atual posição de engenheiro em San Francisco e empreendedor social visionário.
Chris começou a vida em um cabana de palha com paredes de barro, na zona rural de Uganda.
Ele ganhou seu primeiro sapato na adolescência.
Aos nove meses de idade foi tirado de sua mãe, quando o casamento de seus pais acabou.
Foi deixado com a avó paterna, uma mulher surda e muda, que vivia na extrema pobreza, no profundo isolamento social do analfabetismo, uma norma para as mulheres de sua geração na África
Amorosa e engenhosa, ela inventou uma linguagem de sinais particulares para se comunicar com seu neto.
Até a adolescência, Christopher Ategeka nem sabia exatamente quantos anos tinha. Só descobriu mais tarde que nasceu em 1984.
Aos 7 anos de idade, depois de perder os pais para a Aids ele virou chefe da família da família, que incluiu sua avó, vários outros parentes e seus quatro irmãos, todos vivendo juntos em uma casa de barro, sem eletricidade, encanamento ou qualquer um dos luxos de um mundo desenvolvido.
Encontrar comida suficiente para a sobrevivência era meta todos os dias.
"Eu trabalhei em jardins, capinei, fiz colheita, rocei grama, cuidei de animais de pasto e recolhi lixo em troca de comida," disse Chris aos Yahoo Small Business ".
Famílias chefiadas por crianças são comuns na África por causa dos órfãos da Aids, malária, cólera e agora Ebola. "Há milhões deles", diz.
Quando Chris tinha em torno de doze anos, cada uma das crianças da casa foi enviada para viver com um parente diferente.
O tio, com quem Chris foi morar era agriculcutor e não ficou nada feliz ao saber que teria mais uma boca para alimentar.
Ele decidiu usar o sobrinho como um espantalho humano.
Durante horas ele atirava pedras em aves predadoras, chimpanzés e babuínos.
Mas foi também nessa época que ele conheceu a escola, para onde fazia uma longa caminhada diária com os pés descalços.
A virada
A Y.E.S. Uganda, uma ONG com base na igreja e orfanato, descobriu a situação de Chris e se ofereceu para ajudá-lo para ir à escola.
Depois veio um financiamento para ajudar centenas de órfãos a seguir um curriculum preparatório para a faculdade, ao invés de simplesmente aprender um ofício. Chris foi escolhido.
Carol Adams, o fundador do YES Uganda, informou sobre o progresso de Chris para seus benfeitores americanos, Martha e Michael Helm.
Quando souberam da caminhada diária de Chris para ir e voltar da escola, ele deram uma bicicleta ao rapaz.
O rapaz aproveitou a oportunidade, estudou muito e depois de se formar no colegial, os Helms levaram Chris, então com 20 anos, para viver com eles e cursar uma faculdade na Califórnia, EUA.
"Eu sou o cara mais sortudo do mundo", escreveu Chris na rede social Reddit.
Ambições
As ambições de Chris Ategeka não pararam com a sua própria segurança e conforto.
Ele pediu licença temporária de seu programa de doutorado em Berkeley, para a manter três startups de alto perfil, criadas para ajudar os outros.
Uma delas é a Rides for Lives, baseada em San Francisco.
Desde 2011 a empresa leva serviços médicos para moradores da chamada Uganda rural, com veículos médicos fabricados localmente, desenhados por Chris, para melhorar o acesso aos cuidados de saúde e criar oportunidades econômicas para os cidadãos mais vulneráveis do país - mais de 86 por cento vivem em áreas remotas.
"Os ônibus remodelados trazem um clínico geral, um farmacêutico, medicamentos e intervenções para pessoas sem outro acesso a cuidados médicos. Cada ônibus é equipado com um laboratório totalmente equipado à bordo para testes de HIV, malária e rastreio do câncer, mais serviços de planejamento familiar e cuidados preventivos", conta Chris.
Ele criou ainda uma frota de ambulâncias de bicicletas. Quando jovem um de seus irmãos mais novos morreu em seus braços, porque não chegaram a tempo ao médico.
Ultimamente, a empresa começou a usar drones personalizados para entregar medicamentos que salvam vidas a pessoas que não seriam capazes de obtê-lo de outra forma.
Outras startups
Chris é co-fundador de uma empresa de biotecnologia, a Privail, que está desenvolvendo diagnósticos para detectar precocemente doenças infecciosas, com foco inicial no HIV.
Ele quer fornecer testes simples e acessíveis que permitam que os pacientes em todo o mundo tomem medidas mais cedo em busca de tratamento médico.
Ele também é fundador e sócio da New Africa Foco, um programa de orientação e financiamento intensivo, destinado a ajudar os empresários africanos a criar produtos melhores e forjar as conexões necessárias para o sucesso.
Sonho
O seu sonho hoje é conectar jovens pobres talentosos - e suas ideias - a lugares onde haja dinheiro e oportunidade abundantes.
Ele acredita que esses jovens merecem a oportunidade de se concentrar para resolver grandes problemas do mundo e o mundo precisa de suas idéias.
"O talento é universal, mas as oportunidades não são", diz Chris, que conseguiu fazer mestrado em Engenharia Mecânica pela prestigiado programa da UC Berkeley em tempo recorde, através do desenvolvimento de um hábito que ele ainda tem: trabalhar muito duro e dormir pouco.
"Um gênio do computador de dezessete anos de idade, em San Francisco não é mais esperto do que um garoto de dezessete anos de idade, nas selvas da África. Eles estavam apenas nascido em uma situação de desigualdade", alerta!
Com informações do SmallBusiness
Matéria sugerida por Karen Gekker
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