terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Peço desculpas pela publicação tardia, mas mais tardia ainda é nossa competência social quanto à inclusão dos "diferentes" em geral

VOU PASSAR O NATAL DE ROUPA NOVA!

   Minha nova amiga Josiane, ao dizer espontaneamente esta frase, há poucos dias, acabou sem saber, dando para mim o presente de Natal mais significativo deste ano.
   Josiane é cadeirante, e concordou em ser minha parceira, junto com outras duas pessoas com deficiência (um perdeu parte do braço, para ele fiz bermuda com fecho velcro, outra precisou retirar um seio, e criei top que refaz o volume perdido), em meu trabalho de conclusão de curso, da faculdade. A tarefa incluía desfilar para os examinadores com as novas roupas, ganhando a mesma de presente depois, e foi na preparação que ouvi a frase acima.
   Sou Andrea, docente de modelagem e costura na escola SENAI de Americana.
   Minha primeira percepção dos limites que a vida impõe aconteceu com meu irmão, que nasceu deficiente auditivo. Ele é adulto, trabalha, mas minha família poderia ter uma vida mais confortável se nosso país fosse mais inclusivo.
   A segunda percepção marcante aconteceu ao compartilhar em várias aulas de curso de corte e costura, que eu ministrava como voluntária, em comunidade carente, o esforço imenso que uma aluna cadeirante fazia para trazer sua filha para nossas atividades.
   Escolhi cores, textura e capacidade de ventilação dos tecidos, desenhando para Josiane uma blusa feminina, amarela, com leves babados, e uma saia preta bem confortável e elegante. Ambas as peças permitem que a pessoa se vista com independência e facilidade de fechamento.
   Estaremos, neste Natal, cada uma com sua família, mas juntas na alegria de nossos corações, felicidade somada e multiplicada em noite de tantos significados.
 “Eu tenho certeza de que a gente podia/Fazer com que fosse Natal todo dia.” – Roupa Nova.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com

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