segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Depoimento real - O quanto a presença emocional pode determinar a cura?

FUGIR DA DOR PODE SABOTAR A FELICIDADE

   Sou Itamar, pai de quatro filhos. Os dois últimos gêmeos, uma menina e um menino.
   Este adolescente, outro dia, olhava para forte chuva de verão despencando, me dizendo que adoraria brincar nesta água que caía. Perguntei o que o impedia. Disse que sua mãe ficaria brava. Respondi que se fôssemos eu e seus irmãos, não ficaria. Abriu um sorriso largo, saboreamos um refrescante momento-familia. Regras podem ter suas exceções, às vezes muito sadias.
   A filha mais velha sempre voltava muito gripada, todos os anos, do acampamento de férias. Solicitamos exame médico de sangue. O laboratório nos chamou para mais uma avaliação. Seguimos a recomendação de levar esta menina de doze anos ao Hospital Boldrini, em Campinas. Diagnóstico: leucemia.
   Revezamos-nos neste tratamento – minha esposa cuidava dela no hospital, de segunda à sexta, e eu trabalhava e administrava a casa. Consegui importante apoio de escola municipal, recebendo meus três filhos durante o dia. Nas sextas feiras, eu ia para o hospital e lá ficava até minha esposa retornar.
   Em um fim de semana, a Diretora do hospital solicitou autorização para mudar o tratamento médico. Buscava melhor resposta, mas havia novos riscos. Decidi sozinho, e acompanhei agoniado três tentativas sucessivas. Só a terceira dose foi completa. Ela dormiu e acordou com outro semblante, bem melhor.
     Não queria raspar a cabeça, recomendação do hospital. Tentei convencer. Desafiou – só se você raspar também! Ela dormiu, providenciei. Nunca vou esquecer da força de suas risadas, quando acordou. Raspou também.
   Sua melhora é constante, o controle médico já é semestral.

“Clara manhã, obrigado. O essencial é viver.” – Carlos Drummond de Andrade.
  Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.