Tinha vinte e seis anos, estava em uma
missa, e fiquei emocionada quando pessoas com deficiência num dado momento da
cerimônia fizeram um chamamento à comunidade, pedindo apoio dos presentes para
o movimento “Fraternidade Cristã das Pessoas com Deficiência”.
Minha família sempre foi muito presente aos
movimentos católicos, mas não temos pessoa com deficiência entre nós. Ainda não, não sabemos qual nosso futuro.
Sou Carolina Pereira, hoje com cinquenta e
oito anos, há trinta e quatro atuante neste movimento, assumindo lutas que
originalmente não seriam minhas.
Acompanhamos as famílias, buscando melhores
recursos de saúde, regularização dos documentos, oportunidades de estudo e
trabalho. Acontecem namoros e casamentos. Fazemos reuniões no mínimo mensais, e
para algumas pessoas com deficiência é a única saída de casa no mês.
Providenciamos o transporte, palestrantes,
passeios para parques, litoral, pontos turísticos com acessibilidade, funcionando
como acompanhantes e parceiros. Sem uma estrutura financeira, só com ações
entre amigos, e ocasional da Prefeitura Municipal. Usamos carro próprio para os
trabalhos.
A FCD é movimento ecumênico, nos dá formação
específica e conta com hierarquia de delegados de cidades e estados do país que
é constantemente reciclada para atender melhor.
O envelhecimento desta população é novo
desafio.
Fiz curso profissionalizante de fotografia
para documentar melhor as atividades do grupo. Aprendi a usar “Fan Page”, “Skipe”,
criei laços sociais que antes não poderia imaginar que existissem.
Aprendo com cada daqueles que “ajudo”, no
final das contas, quem ajudou quem?
“Nenhuma limitação
atrapalha a vida” – Maria de Lourdes Guarda.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga,
e-mail:bfritzsons@gmail.com
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