Dona Tereza e a família - Foto: Isabella Formiga/G1
A gente sempre repete aqui que o bem vai e volta. Veja mais uma prova de que ser honesto vale à pena:
Um feirante, que recentemente encontrou um telefone celular e devolveu, agora viu o mesmo acontecer com seu dinheiro.
Ele perdeu documentos e a carteira com R$ 3.2 mil.
Quem achou e devolveu foi uma aposentada, que recebe 1 salário mínimo por mês e cata latinhas para conseguir alimentar a família de 4 pessoas.
História
A aposentada Tereza Silva, de 61 anos, procurava por verduras descartadas em uma feira em Samambaia, no Distrito Federal, que pudessem ser reaproveitadas, quando encontrou uma caixa de papelão com uma bíblia, uma agenda, uma carteira e uma meia com dinheiro.
A catadora de latinhas conta que, assim que chegou em casa, se sentou à mesa de jantar e contou as cédulas: R$ 3,2
mil.
Tereza diz que, embora enfrente dificuldades financeiras, em momento algum cogitou guardar o dinheiro para si.
A aposentada sobrevive com um salário mínimo pago pelo governo para manter a filha de 34 anos, que é portadora de necessidades especiais, pagar as contas de casa e alimentar dois netos e duas filhas.
“Quando abri a meia e vi que era dinheiro, pensei: ‘tenho que achar o dono”, afirma. “Não quero. O que é dos outros é dos outros. Meu é o que eu adquiro com o meu suor. O que é dos outros não me serve", disse ao G1.
A procura
Dona Tereza encontrou os donos da carteira graças ao endereço que estava em uma conta de telefone, dentro da carteira.
Ela pertence à feirante Valdeliz Basílio, de 44 anos, e ao marido, Joaquim Basílio, de 54.
Eles deram conta de que haviam perdido o dinheiro pouco antes de encerrar o dia na feira.
Na mesma noite, os feirantes foram encontrar Tereza, em Samambaia.
Joaquim disse que se sensibilizou ao chegar na casa da aposentada. O imóvel não tem portas e é feito de alvenaria recoberto por cimento. Emocionado, deu parte do dinheiro recuperado à idosa.
“Se fosse outra pessoa, teríamos perdido tudo. E também o coração [falou]. Se está pegando resto de verdura para comer, Deus tocou no meu coração. [Dei o dinheiro] para ela comprar carne para ela comer [...]. Foi uma boa opção, ela tem uma filha especial, e realmente é muito decadente, muito simples, necessitada.”
Honestidade
“Os meus filhos me conhecem, fui brava com eles desde que eram crianças. Foi do jeito que criei, sabem que sou desse jeito. Não quero nada de ninguém. Posso ser fraca em condição financeira, não em caráter. Incentivei eles a estudarem para serem alguém maior do que eu", diz. "O que vem fácil vai fácil.
Na mesma energia da honestidade, seu Joaquim conta que, uma semana antes de perder o dinheiro, encontrou um celular avaliado em R$ 1 mil e procurou o dono para devolver. Por isso, também acreditava que a pessoa que achou o dinheiro dele o procuraria.
Com informações do G1
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