LEVO
“NORMAL” – A GENTE TEM QUE SER FELIZ!
Sou Monize. Tenho
dezenove anos. Curso o primeiro semestre de Recursos Humanos, nível
universitário. Já agreguei ao meu currículo o curso de Aprendizagem Industrial
Assistente Administrativo do Senai, de 800 horas de duração, em turma de dez alunos
com diferentes deficiências. Gostei muito de conviver com meus colegas e
professora, e achei o conteúdo ótimo. Descobri sozinha esta oportunidade, na
internet, depois que meu médico forneceu meu laudo de deficiência, há pouco
tempo.
Qual é minha
deficiência? Meus amigos dizem que não dá para notar, mas a articulação e
função de meu braço esquerdo não possuem a força e nem a mobilidade que seriam
esperadas devido à monoparesia braquial.
Com quatro anos de
idade, quebrei meu braço em uma queda, comprometendo meu cotovelo. Retirado o
gesso, meus pais consternados perceberam a falha na articulação, mas a
orientação médica foi de que deveriam esperar minha solicitação para tentar
nova cirurgia.
Nunca senti nenhum tipo
de discriminação, mas há três anos atrás tentei melhorar este braço com
intervenção cirúrgica. O médico precisou quebrar novamente meu osso, mas
constatou que pelo tecido cicatricial passavam todos meus nervos e tendões.
Havia alto risco de perda total de movimentos. Ele optou por não proceder a
nenhuma alteração, fixando tudo com sete pinos e uma placa de metal.
Quando o tempo
esfria dói bastante. Varrer a casa muito tempo, provoca formigamentos. Mas sou
uma garota “normal”, que usa roupas “normais”, que curte amigos e família, que
busca um trabalho, que já namorou quatro anos, e que usa o “Facebook”.
“Liberdade de voar num horizonte qualquer. Liberdade de
pousar aonde o coração quiser. ” -
Cecília Meirelles.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com
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