JOSUÉ GOMES DA SILVA
Os números mais recentes do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde mostram um triste cenário: 37.594 brasileiros morreram em acidentes no trânsito em 2009.
Nessas estatísticas, em termos mundiais, ocupamos o quinto lugar. Há estimativas de que, além dos que perecem no local do choque, muitos morrem posteriormente, além de seqüelas em 500 mil pessoas, todos os anos.
Nessas estatísticas, em termos mundiais, ocupamos o quinto lugar. Há estimativas de que, além dos que perecem no local do choque, muitos morrem posteriormente, além de seqüelas em 500 mil pessoas, todos os anos.
Outro estudo, o Mapa da Violência no Brasil, divulgado neste ano pelo Ministério da Justiça, revela aumento de 32,4% nas mortes de jovens em acidentes de transporte de
Os dados evidenciam imensa irresponsabilidade por parte de uma expressiva parcela de motoristas, considerando que a imprudência é a principal causa dessa tragédia diária de nossas ruas e estradas. Sabe-se ainda que essa atitude condenável é provocada, em numerosos casos, pelo uso de álcool e drogas.
É verdade que são bem-intencionadas as campanhas educativas, como a de 22 de setembro último, no Dia Mundial Sem Carro. Contudo tais iniciativas mostram-se insuficientes para mudar a cultura de negligência que contamina parte dos motoristas.
O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou recentemente o grave impacto dos acidentes de trânsito. Segundo ele, houve uma explosão no número de atendimentos por essa razão. Somente na rede pública foram gastos R$ 185 milhões em 2010, com a hospitalização das vítimas. Sem contar as faltas ao trabalho e outras despesas correlatas.
Os prejuízos não são só financeiros. Os mortos na violência do trânsito, em especial os jovens, interrompem precocemente sua história e carreira por motivo banal e inaceitável.
São muitos talentos para a educação, a ciência, a cultura, os esportes, empreendedores que o país perde nos destroços dos veículos.
Essa é uma preocupação que a sociedade e as famílias devem ter. Um compromisso dos pais ao prepararem seus filhos para a convivência civilizada e lhes incutir a imensa responsabilidade que significa manejar um automóvel. Não se pode dar um carro a um jovem sem antes lhe prover educação para o trânsito, consciência de cidadania.
A sensação de impunidade, é óbvio, contribui para estimular essa violência, considerando que dificilmente alguém vai preso e cumpre pena em tempo justo quando protagoniza horrores e mortes ao volante, mesmo se embriagado ou drogado. Casos como esses têm se multiplicado, principalmente envolvendo jovens com automóveis luxuosos e velozes.
Nada justifica a omissão dos familiares e responsáveis. A educação em casa é decisiva para que a vida, própria e alheia, seja mais respeitada!
Fonte: Folha de São Paulo
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