Ângela Baasch tem 11 anos e é estudante e dançarina. Ela visita escolas atuando num musical para apresentar às crianças a maneira pela qual os surdos - como ela e os outros atores – se comunicam. A música e a dança são linguagens da peça. Ela sente e interpreta orientada pelas ondas sonoras, mostrando que existe muita vida e agitação além do silêncio
O mundo dos surdos não é uma calmaria só porque nele não existem sons. As pessoas que não escutam são sensíveis à vibração do ar causada pelos ruídos e têm uma percepção extra que as faz reconhecer ritmos e notar quando alguém se aproxima. "Não ouço nada, mas sinto tudo. E isso me deixa feliz", diz Ângela. Aluna da 4ª série da EM Nossa Senhora do Carmo, em Curitiba, ela também é atendida por profissionais do Centro de Reabilitação Sydnei Antonio (Cresa), da Universidade Tuiuti do Paraná, onde aperfeiçoa o conhecimento em libras (Língua Brasileira de Sinais) e em Língua Portuguesa , aprende leitura labial e a se expressar oralmente.
"Ângela adora dançar. E precisa ter música", conta Ivanir Baasch, mãe da menina e de mais cinco filhos, três deles surdos. A comunicação em casa é feita com gestos, leitura labial, oralização e uma lousa na sala de jantar. "Ela me ensina as palavras certas", afirma, orgulhosa, a dona-de-casa, que parou de estudar na 2ª série e quer que a filha tenha uma profissão, case-se e seja mãe.
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Fonte: Revista Nova Escola
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