TEMPO DE
LUTAR, SEM DESISTIR. TEMPO DE AGRADECER.
Sou Regiane, tenho
22 anos. Minha mãe teve eclampsia no meu nascimento, enfrentamos risco de
morte, ficando hospitalizadas após o parto, eu tinha sete meses e baixo peso
(1,659 kg). Com seis meses de idade surgiu severa dificuldade motora afetando o
desenvolvimento e uso de meu braço e perna esquerdos.
O tempo de ser
criança foi pleno de tentativas de melhora deste comprometimento, com minha mãe
me carregando engessada, no colo para a escola, ficando comigo na aula muitas
vezes, para me cuidar.
Os coleguinhas ainda
não eram orientados a não rir de uma criança que precisava andar com
dificuldade. Não sabiam que poderiam brincar incluindo todas as crianças da
turma.
Você acaba se
sentindo mais um incômodo que um acréscimo. Daí para culpar injustamente minha
mãe pelo meu comprometimento físico foi um passo. Passei anos o mais possível
reclusa em casa. Até hoje não tive coragem de ir a uma sessão de cinema.
Comecei a me
reorganizar emocionalmente quando meus pais providenciaram tratamento
psicológico, faz três anos. Percebi então quais eram minhas forças, antes via
somente as “fraquezas”.
Um primo nos avisou
do curso do SENAI para pessoas com deficiência. Já estou no final, adorando. É
um prazer frequentar, gosto das matérias oportunidade muito grande de
comunicação com pessoas, conseguir novos amigos, conhecer culturas diferentes,
agregar novos conhecimentos,
Somos 20 alunos,
cada um com suas eficiências e deficiências. Percebi como minha deficiência é
“normal” – nem menos e nem mais que a de ninguém. Foi um grande alívio para
meus pais. Estamos mais felizes.
“Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como
você o encara é que faz a diferença. ” – Benjamin Franklin.
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