A desnutrição é um problema endêmico no mundo, resultado tanto da fome quanto da obesidade, indica uma nova pesquisa.
Segundo o Relatório Global de Nutrição de 2016, 44% dos países enfrentam "níveis muito severos" de subnutrição eobesidade.
A reportagem é de Tulip Mazumdar, publicada por BBC Brasil, 14-06-2016.
Isso significa que uma em cada três pessoas no mundo sofre de algum tipo de desnutrição, conclui o estudo, realizado em 129 países.
Estar desnutrido é a "nova norma", de acordo com os autores do relatório.
Tradicionalmente, a desnutrição está associada às crianças que estão passando fome, apresentam problemas de crescimento e são mais suscetíveis à infecção.
Esse problemas persistem, mas alguns avanços foram verificados.
Os autores do relatório destacaram o "escalonamento do desafio global" representado pelo aumento da obesidade.
Segundo eles, a alta ocorre em todas as regiões do globo e praticamente em todos o países.
Centenas de milhões de pessoas estão desnutridas porque apresentam sobrepreso, além de ter muito açúcar, sal ou colesterol no sangue, indica o relatório.
'Totalmente inaceitável'
Segundo a professora Corinna Hawkes, co-responsável pela pesquisa, o estudo "redefiniu o que mundo pensa sobre estar desnutrido".
"A desnutrição significa literalmente uma nutrição ruim - ou seja, quem não come adequadamente", diz.
"Observamos a face mais visível do problema em quem está muito magro, quem não está crescendo rápido o bastante...ou também quem está com sobrepeso ou tem um nível de açúcar alto no sangue, o que leva à diabetes", acrescenta ela.
O relatório aponta que enquanto as metas para reduzir o crescimento atrofiado e o número de crianças abaixo do peso, muitos poucos países estão registrando avanços em enfrentar a obesidade e as doenças associadas às doenças do coração.
Segundo o levantamento, o número de crianças abaixo de cinco anos com sobrepeso está se aproximando do de crianças abaixo do peso.
"Vivemos em um mundo onde ser desnutrido é a nova norma", diz Lawrence Haddad, outro responsável pela pesquisa.
"É totalmente inaceitável", acrescenta.
O relatório pede mais financiamento e comprometimento político para enfrentar o problema.
Segundo a pesquisa, US$ 1 gasto em programas de incentivo à nutrição resulta em US$ 16 em benefícios para a população.
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