23 de Maio de 2016
Os níveis de poluição e ruído levaram as autoridades de Barcelona a instaurar um plano que subverte a hegemonia dos carros na cidade. O novo plano de mobilidade prevê que 60% do espaço das ruas em que hoje circulam carros seja devolvido aos cidadãos. Em linhas gerais, a cidade planeja um redesenho dos quarteirões dos bairros, transformando-os em superquarteirões. A ideia é juntar blocos de nove quadras e transformá-los em apenas um, formando um quadrado de 400 metros de lado. Dessa maneira, o trânsito de carros nas ruas internas será substituído por calçadões, ciclovias, espaços de lazer e áreas verdes. O bairro de Eixample (foto) será o primeiro a receber o projeto.
Carros, motos e ônibus ficarão restritos às ruas fora do perímetro dos superquarteirões. Os veículos particulares terão restrição ainda maior. As pessoas que possuem carro e moram dentro das áreas restritas aos pedestres poderão acessar as vias internas, mas em velocidade reduzida de 10km/h. Do ponto de vista do planejamento urbano, a atitude de Barcelona ao propor bairros compactos, de alta densidade populacional e com uma diversidade de usos do solo urbano para atividades dos cidadãos está alinhada ao Desenvolvimento Urbano Orientado pelo Transporte Sustentável – DOTS. Essa visão propõe a valorização de espaços públicos seguros, que fomentam a interação social faz parte do conjunto de diretrizes da publicação do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.
Um estudo da agência local de Epidemiologia Ambiental determinou que, no último ano, cerca de 1,2 mil mortes não teriam acontecido se Barcelona mantivesse os níveis de qualidade de ar recomendados pela União Europeia. Uma projeção indica como, caso os níveis de poluição fossem adequados, os registros hospitalares teriam atendido menos 18.700 atendimentos de ataques de asma, 12.100 menos casos de bronquite aguda, bem como 600 hospitalizações relacionadas a problemas cardiovasculares a menos. Enfermidades relacionadas à poluição. Além disso, o trânsito da cidade é responsável pelos níveis de ruído serem 61% acima do que é considerado saudável pela legislação. As informações são desta reportagem do The Guardian.
No entanto, a potencialização do espaço depende de como o plano será concretizado. Por isso, no projeto, consta complementar os 100 km existentes de ciclovia com mais 300 km. Além disso, a cidade já recebeu uma rede de ônibus que transita por uma série de vias principais. Isso, segundo o depoimento de Salvador Rueda, diretor da Agência de Ecologia Urbana da cidade e um dos idealizadores da ideia dos superquarteirões, vai garantir que “ninguém esteja mais que 300 metros de uma parada de ônibus a qualquer momento, e os tempos médios de espera serão de cinco minutos em qualquer lugar da cidade”.
As superquadras serão instaladas em nove diferentes lugares da cidade. Por enquanto, a implementação dos cinco superquarteirões em Eixample está cotada em € 1,7 milhão. Ao todo, o projeto custará em torno de € 10 milhões. Dessa forma, Barcelona toma um impulso na tentativa de reconquistar as ruas da cidade, utilizando de urbanismo tático para encorajar a coesão social, a convivência e os intercâmbios humanos. O que parece ser um melhor caminho do que o trilhado até aqui por carros, poluição e todos os seus fatores consequentes.
Humanizar o espaço público
Os superquarteirões levam em conta fatores como a habitabilidade, a mobilidade sustentável, o aumento das áreas verdes e a biodiversidade, e a promoção da participação dos cidadãos. Com o projeto, o governo almeja que os espaços públicos sejam voltados para as pessoas, com ênfase na interação, saúde e recreação. Afinal, o uso da cidade vai além do deslocamento feito por carros. As medidas, além de beneficiar os residentes, estão alinhadas aos desafios da sustentabilidade global. O projeto dos superquarteirões pretende organizar a cidade de uma forma que os pedestres, ciclistas e transporte público tenham prioridade real.Carros, motos e ônibus ficarão restritos às ruas fora do perímetro dos superquarteirões. Os veículos particulares terão restrição ainda maior. As pessoas que possuem carro e moram dentro das áreas restritas aos pedestres poderão acessar as vias internas, mas em velocidade reduzida de 10km/h. Do ponto de vista do planejamento urbano, a atitude de Barcelona ao propor bairros compactos, de alta densidade populacional e com uma diversidade de usos do solo urbano para atividades dos cidadãos está alinhada ao Desenvolvimento Urbano Orientado pelo Transporte Sustentável – DOTS. Essa visão propõe a valorização de espaços públicos seguros, que fomentam a interação social faz parte do conjunto de diretrizes da publicação do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.
Um estudo da agência local de Epidemiologia Ambiental determinou que, no último ano, cerca de 1,2 mil mortes não teriam acontecido se Barcelona mantivesse os níveis de qualidade de ar recomendados pela União Europeia. Uma projeção indica como, caso os níveis de poluição fossem adequados, os registros hospitalares teriam atendido menos 18.700 atendimentos de ataques de asma, 12.100 menos casos de bronquite aguda, bem como 600 hospitalizações relacionadas a problemas cardiovasculares a menos. Enfermidades relacionadas à poluição. Além disso, o trânsito da cidade é responsável pelos níveis de ruído serem 61% acima do que é considerado saudável pela legislação. As informações são desta reportagem do The Guardian.
No entanto, a potencialização do espaço depende de como o plano será concretizado. Por isso, no projeto, consta complementar os 100 km existentes de ciclovia com mais 300 km. Além disso, a cidade já recebeu uma rede de ônibus que transita por uma série de vias principais. Isso, segundo o depoimento de Salvador Rueda, diretor da Agência de Ecologia Urbana da cidade e um dos idealizadores da ideia dos superquarteirões, vai garantir que “ninguém esteja mais que 300 metros de uma parada de ônibus a qualquer momento, e os tempos médios de espera serão de cinco minutos em qualquer lugar da cidade”.
As superquadras serão instaladas em nove diferentes lugares da cidade. Por enquanto, a implementação dos cinco superquarteirões em Eixample está cotada em € 1,7 milhão. Ao todo, o projeto custará em torno de € 10 milhões. Dessa forma, Barcelona toma um impulso na tentativa de reconquistar as ruas da cidade, utilizando de urbanismo tático para encorajar a coesão social, a convivência e os intercâmbios humanos. O que parece ser um melhor caminho do que o trilhado até aqui por carros, poluição e todos os seus fatores consequentes.
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