O programa foi desenvolvido para que voluntários “emprestem” suas pernas e braços para pessoas com deficiência motora participem de provas de corrida
A alegria e benefícios de participar de uma corrida também podem ser experimentados por quem está numa cadeira de rodas e não consegue se locomover sozinho. Aqui no Brasil, os grupos Angel Hair (Uberlândia/MG) e Klabhia Team Run (São Paulo/SP) já promovem a prática, reunindo na maioria pais e mães que levam seus filhos para sentir a velocidade e o vento no rosto.
O projeto "Pernas de Aluguel" começou na Associação Beneficente Comunidade de Amor Rainha da Paz, de Santana do Parnaíba/SP, que atende crianças e adolescentes carentes com deficiência física e mental. Quase desde o início da fundação da entidade, que tem 13 anos, o voluntário Eduardo de Godoy trabalha com os assistidos.
Ele corre há 3 anos e, há um ano e meio, conheceu a história de Dick e Rick Hoyt, do Team Hoyt, pai e filho de Massachusetts (EUA) que se tornaram famosos por suas participações em corridas. "Por que não fazer isso com as crianças do Rainha da Paz ? Tenho quem corre, tenho cadeirantes, é só ter a cadeira certa", conta Eduardo.
Não foi tão fácil colocar a ideia em prática pela dificuldade em encontrar quem fizesse um triciclo de baixo custo: "a maior decepção que tive nesse projeto foi o total desinteresse de empresas e lojas que fabricam ou vendem cadeiras de rodas em fornecer ou simplesmente indicar quem fizesse", lamenta o voluntário.
A situação começou a mudar quando encontrou Dani Nobile, uma atleta que participa de corridas em cadeira de rodas, e que indicou como ele poderia obter um modelo apropriado. A primeira cadeira que o “Pernas de Aluguel” conseguiu, foi feita nas medidas de um maior atendido pela Associação, para que pudesse ser adaptada e diminuída para atender outras crianças. Conseguiram também doações de acessórios, como capacetes e itens de segurança.
Hoje são 217 voluntários aptos a correr com os cadeirantes. Até hoje o grupo só correu com os atendidos da associação, auxiliados por uma equipe de terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas que ajudam na escolha dos que podem participar. "Vou atingir meu maior objetivo nesse projeto quando algum cadeirante, fora do Rainha da Paz, me procurar para correr com ele. Será o máximo quando isso acontecer", sonha Eduardo.
Para um cadeirante "desconhecido" participar, deve levar atestado médico afirmando que ele tem capacidade para resistir por pelo menos duas horas em um triciclo, sem riscos de escaras ou agravamento de sua deficiência. Também deve ter quem o transporte até ao local da prova. Se isso não puder ser feito, "daremos um jeito", garante o voluntário.
O custo da participação nas provas ainda é um problema. As inscrições dos corredores voluntários são cobertas por eles mesmos. Dependendo da prova não há cortesias para cadeirante (corridas da Ativo e da Iguana oferecem cortesias para cadeirantes mas não para os corredores). Traslado, estacionamento, alimentação, motorista, enfim toda a logística de levar um cadeirante até a largada, correr com ele e retornar à sua casa, sai no mínimo R$ 150 por participante em cadeira de rodas, em cada corrida (dependendo da prova esse valor aumenta), sem contar os valores de inscrição dos voluntários. Contando com todas inscrições, esse número vai para R$ 800 por cadeirante, por prova.
O “Pernas de Aluguel” disponibiliza toda a infraestrutura necessária para um cadeirante fazer a prova. Desde o agendamento junto aos organizadores, a convocação dos voluntários, o triciclo e acessórios de segurança e, se houver custo de inscrição para o cadeirante, o grupo se encarrega de levantar fundos.
Para falar com os voluntários e marcar uma corrida, é possível usar a área de contato do site:www.pernasdealuguel.com.
Fonte: Revista Reação
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quarta-feira, 1 de junho de 2016
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