Em Paris, considerando apenas os dias úteis, 32% dos deslocamentos cotidianos são feitos a pé. O alto índice, longe de ser obra do acaso, reflete a preocupação da cidade em oferecer um ambiente seguro aos pedestres, que respondiam por cerca de 50% das mortes em acidentes de trânsito. Mais uma vez, a mudança começou com a transferência da prioridade – dos carros para os pedestres.
Os espaços públicos criados na última década ajudaram a melhorar a mobilidade na capital francesa, possibilitando justamente que os trajetos a pé pudessem ser feitos com mais segurança e conforto. Em alguns bairros, estacionamentos deram lugar a calçadas mais amplas, áreas públicas ou bicicletários. Medidas que foram acompanhadas pela expansão das Zonas 30.
Até o final do ano passado, Paris já tinha em torno de 560 quilômetros de Zonas 30, o equivalente a um terço das ruas da cidade. Dados os efeitos positivos, a prefeita Anne Hidalgo anunciou em maio deste ano a proposta de ampliar ainda mais as áreas de Zonas 30, reduzindo para 30 km/h o limite de velocidade em quase toda a cidade.
Além de contribuir para a segurança dos pedestres e a redução do número de acidentes, a medida ajuda a amenizar a poluição, já que é um incentivo para que mais pessoas optem pelos deslocamentos a pé. O mapa abaixo mostra a localização das Zonas 30 em Paris; em vermelho, estão demarcadas as chamadas Zonas de Encontro, que indicam as áreas onde circulam carros, bicicletas e pedestres – e onde a velocidade dos primeiros não deve passar dos 20 km/h.
Com mais espaços oferecendo segurança e priorizando os pedestres, mais pessoas optam por caminhar. Com mais pessoas caminhando, menos carros congestionam as ruas. O movimento, mais uma vez, é o mesmo: pensar as cidades em escala humana, tornando-as lugares agradáveis para as pessoas.
Fontes: ArchDaily, Plataforma Urbana
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